terça-feira, 28 de junho de 2011

NINHO VAZIO



Nos primeiros versículos do livro bíblico do Eclesiastes, lê-se que há tempo para tudo. Tempo de semeadura. Tempo de floração. Tempo de seca. Tempo de chuvas abundantes.
No ciclo do matrimônio igualmente existe o período inicial da adaptação, das descobertas do outro, da vinda dos filhos.
Tempo de noites mal-dormidas. De fraldas e mamadeiras. Tempo de garotos na escola, de lições, da universidade. Dias inquietantes dos namoricos, dos vôos mais distantes dos filhos ainda jovens.
Finalmente, chega o tempo em que o casal se descobre com o ninho vazio.
Não mais as vozes dos jovens a dizer: “olá, cheguei! Oi, velho! Oi,mãe!”
Não mais os sons dos aparelhos eletrônicos, as risadas, os pés sobre o sofá da sala, a linha telefônica sempre ocupada.
De repente, como aves migratórias, os filhos se vão. Vão para a formação dos seus próprios lares e consolidação das suas carreiras profissionais.
Quando se descobrem a sós, muitas vezes, os cônjuges passam a se desarmonizar. Agora, com tempo dilatado, podem olhar mais detidamente um ao outro, descobrindo imperfeições e defeitos.
As separações ocorrem com freqüência nesse ciclo. A vitalidade do casamento fica enfraquecida, surgem os desentendimentos, e o casal entra em crise.
É uma fase que exige sabedoria.
O salmista David, traduzindo as necessidades especiais assim se expressa: “não me rejeites no tempo da velhice. Não me desampares, quando se for acabando a minha força. Agora também, quando estou velho e de cabelos brancos, não me desampares.”
É justamente quando se necessita mais do outro que a criatividade há que ser acionada, para tornar o espaço do ninho vazio uma ventura.
É o momento de aprofundar o relacionamento conjugal. Retomar os verdes dias do namoro, redescobrindo o prazer do calor de um aconchego mais demorado.
Deter-se a olhar um ao outro, recordando quando, exatamente, os cabelos começaram a ficar prateados.
Relembrar as lutas intensas, cujos traços estão impressos nas faces de ambos. Utilizar o tempo na leitura nobre, trocando impressões, discutindo panoramas e vivências. Idealizar juntos, novas metas.
Tornar a usufruir o sabor das manhãs claras, no passeio de mãos dadas, no bosque próximo.
Saborear juntos pequenos detalhes: a ida à pizzaria, os diálogos sem pressa, o concerto, o cinema, o teatro. Enfim, é imprescindível que os cônjuges estabeleçam prioridades.
E o matrimônio é prioritário. Tudo que venha deteriorar o equilíbrio conjugal, deve ser eliminado. Desenvolver amizade e companheirismo entre si. O tempo e os interesses compartilhados conferem segurança e alegria e espantam a rotina.
***
Quando te surpreendas demasiadamente crítico, para com a criatura que contigo compartilhou dores e alegrias de uma vida; que contigo ombreou nas dificuldades mais amargas; a criatura à qual entregaste o corpo e a alma, pára um pouco!
Pensa em tudo que juntos idealizaram e construíram. Recorda os primeiros dias. Pensa em quantas vezes foi aquele o ombro amigo em que te apoiaste e choraste.
Pensa em quantas vezes os abraços, os apertos de mão, uma doce carícia te fizeram adquirir forças para os embates do mundo.
Deixa-te penetrar pela ternura das lembranças e então, olha o teu par e ama-o um tanto mais, enquanto prossigas no caminho com ele.
Equipe de Redação do Momento Espírita.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

OPORTUNIDADE APROVEITADA


Existem pessoas que reclamam, de forma constante, queixando-se de não terem tido oportunidades na vida.
Observam o sucesso de outros e afirmam que não conseguiram conquistar melhor espaço social ou profissional, por não terem se apresentado chances em sua jornada.
Entretanto, o que por vezes ocorre é que a pessoa não se dá conta de que preciosas ensanchas lhe sorriem.
Para aqueles que sabem ver, todo momento é propício ao progresso.
Lemos, certa vez, o caso de um médico brasileiro que até seus 18 anos não sabia ler, nem escrever.
Com essa idade, foi acometido de uma tuberculose e necessitou ser internado em hospital na Capital do Estado onde nasceu. Foram 3 anos de luta contra a doença.
O que poderia ter sido levado à conta de drama pessoal, foi seu momento especial. Com enfermeiros e pacientes, o simples José aprendeu a ler e escrever. Das trevas do analfabetismo para a luz das letras, o universo do saber.
Saindo do hospital, cursou o ensino fundamental, trabalhando pela manhã e frequentando a escola à tarde.
Dos confins do Nordeste emigrou para o Rio de Janeiro. Foram nove dias na carroceria de um caminhão.
Batalhou e conseguiu um emprego. Estudava e trabalhava.
A janela que lhe fora escancarada, com a descoberta da escrita e da leitura, não poderia ele deixar se cerrasse.
Cursou o ensino médio e, sozinho, se preparou para o vestibular de medicina. Foi aprovado e, aos 30 anos, ingressou na faculdade.
A escola exigia muito. A profissão, também. Depois foi o período de residência e a especialização em radiologia. Anos árduos.
Hoje, ele olha para os anos vividos, as conquistas perpetradas e se felicita. A curiosidade, o desejo de saber sempre o acompanharam. Foram eles que o motivaram à busca do conhecimento.
O nordestino que cresceu trabalhando na lavoura, filho de uma família de 19 irmãos, nada tinha que indicasse que seu futuro pudesse ser diverso do de tantos outros meninos e meninas sem recursos.
Contudo, ele soube aproveitar a oportunidade mínima que lhe foi ofertada. Somou determinação, obstinação à sua férrea vontade e venceu.
Não esquecendo suas origens, auxiliou 11 dos seus irmãos a estudarem e melhorarem suas condições de vida.
Mais do que isto, foi trabalhar no Interior, onde as necessidades são maiores e menor o número de profissionais.
Para lá foi, vencedor, a fim de auxiliar os que vivem no hoje as muitas dificuldades que ele viveu nos verdes anos da mocidade.
Na sua vitória, não esqueceu a gratidão ao Senhor da vida que se expressa no amor ao semelhante.
* * *
Situações adversas, por vezes, são solicitadas pelo próprio Espírito ao reencarnar, com o intuito de melhor testar a sua coragem.
O fato de se nascer pobre, em lugar obscuro, de família destituída de nome ilustre não implica necessariamente em fracasso, obscurantismo, anonimato.
Abrahão Lincoln, que foi um dos grandes Presidentes dos Estados Unidos, era filho de um lenhador e lenhador foi até sua juventude.
Isto demonstra que o Espírito decidido vence, onde quer que se encontre, frutificando mesmo no mais árido deserto.
Redação do Momento Espírita com base no artigo O médico que
se alfabetizou aos 18 anos, do jornal Gazeta do povo,
de 31 de maio de 1998.
Em 02.12.2009.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

AÇÃO DA PAZ



A paz é um dos tesouros mais desejados nos dias atuais. Muito se tem investido para se conseguir um pouco desse bem tão precioso.
Mas será que nós, individualmente, temos feito investimentos efetivos visando tal conquista?
O que geralmente ocorre é que temos investido nossos esforços na direção contrária, e de maneira imprópria.
É muito comum desejar a paz e buscá-la por caminhos tortos, que acabam nos distanciando dela ainda mais.
O Espírito Emmanuel, através da mediunidade de Chico Xavier, escreveu, certa feita, uma mensagem que intitulou ação de paz.
Eis o seu conteúdo:
“Aflição condensada é semelhante à bomba de estopim curto, pronta a explodir a qualquer contato esfogueante.
Indispensável saber preservar a tranqüilidade própria, de modo a sermos úteis na extinção dessa ou daquela dificuldade.
Decerto que para cooperar no estabelecimento da paz, não nos seria lícito interpretar a calma por inércia.
Paciência é a compreensão que age sem barulho, em apoio da segurança geral.
Refletindo com acerto, recebe a hora de crise sem qualquer idéia de violência, porque a violência sempre induz ao estrangulamento da oportunidade de auxiliar.
Diante de qualquer informação desastrosa, busca revestir-te com a serenidade possível para que não te transformes num problema, pesando no problema que a vida te pede resolver.
Não afogues o pensamento nas nuvens do pessimismo, mentalizando ocorrências infelizes que provavelmente jamais aparecerão.
Evita julgar pessoas e situações em sentido negativo para que o arrependimento não te corroa as forças do espírito.
Se te encontras diante de um caso de agressão, não respondas com outra agressão, a fim de que a intemperança mental não te precipite na vala da delinqüência.
Pacifica a própria sensibilidade, para que a razão te oriente os impulsos.
Se conservas o hábito de orar, recorre à prece nos instantes difíceis, mas se não possuis essa bênção, medita suficientemente antes de falar ou de agir.
Os impactos emocionais, em qualquer parte, surgem na estrada de todos; guarda, por isso, a fé em Deus e em ti mesmo, de maneira a que não te afastes da paz interior, a fim de que nas horas sombrias da existência possa a tua paz converter-se em abençoada luz.”
As palavras lúcidas de Emmanuel nos sugerem profundas reflexões em torno da nossa ação diária.
Importante que, na busca pela paz não venhamos a ser causadores de desordem e violência.
Criando um ambiente de paz na própria intimidade, poderemos colaborar numa ação efetiva para que a paz reine em nosso lar, primeiramente, e, depois possa se estender mundo afora.
Se uma pessoa estiver permanentemente em ação de paz, o mundo à sua volta se beneficiará com essa atitude.
E se a paz mundial ainda não é realidade em nosso planeta, façamos paz em nosso mundo íntimo. Essa atitude só depende de uma única decisão: a sua.
***
A sua paz interior é capaz de neutralizar o ódio de muitas criaturas.
Se você mantiver acesa a chama da paz em sua intimidade, então podemos acreditar que a paz mundial está bem próxima.
Porque, na verdade, a paz do mundo começa no íntimo de cada um de nós.


Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em mensagem do Espírito Emmanuel, do livro Urgência, psicografia de Francisco C. Xavier.

terça-feira, 21 de junho de 2011

MANSUETUDE E PODER



A mansuetude é, por vezes, confundida com fraqueza espiritual, apatia ou indiferença. Pensa-se que a pessoa portadora dessa virtude está impedida de reclamar seus direitos e deve tolerar com passividade todos os abusos.
Acredita-se que a mansuetude não combina com o poder, pois este tem se confundido com prepotência, despotismo e violência.
Contudo, mais uma vez vamos encontrar na natureza lições preciosas a nos dizer que o verdadeiro poder anda de mãos dadas com a mansuetude.
Na natureza tudo acontece com poder e silêncio, com um silêncio poderoso. O sol nasce e se põe em profunda quietude. Move gigantescos sistemas planetários, mas penetra suavemente pela vidraça de uma janela sem a quebrar.
Acaricia as pétalas de uma flor sem a ferir e beija as faces de uma criança adormecida sem a acordar.
As estrelas e galáxias descrevem as suas órbitas com estupenda velocidade pelas vias inexploradas do Cosmo, mas nunca deram sinal da sua presença pelo mais leve ruído.
O oxigênio, poderoso mantenedor da vida, penetra em nossos pulmões, circula discreto pelo nosso corpo, e nem lhe notamos a presença.
A luz, a vida e o Espírito, os maiores poderes do Universo, atuam com a suavidade de uma aparente ausência.
Como nos domínios da natureza, o verdadeiro poder do homem não consiste em atos de violência física, mas sim numa atitude de presença metafísica. Não se trata de fazer algo, mas de ser alguém.
Quando um homem conquista o verdadeiro poder, toda a antiga violência acaba em benevolência.
A violência é sinal de fraqueza, a benevolência é indício de poder.
Os grandes mestres sabem ser severos e rigorosos sem renegarem a mansuetude e a benevolência.
O Criador, que é o Supremo Poder, age com tamanha mansuetude que a maioria dos homens nem percebe a Sua ação.
Essa poderosa força, na qual todos estamos mergulhados, mantém o Universo em movimento, cria novos mundos a cada instante, faz pulsar o coração dos abutres e dos colibris, dos bandidos e dos homens de bem, na mais harmoniosa mansuetude.
Até mesmo a morte, mensageira da liberdade, chega de mansinho e, como hábil cirurgiã, rompe os laços que prendem a alma ao corpo, libertando-a do cativeiro físico.
Assim se expressa o verdadeiro poder: sem ruído, sem alarde e sem violência...
* * *
Sempre que a palavra poder lhe vier à mente, lembre-se do sol e de sua incontestável mansuetude.
O sol nasce e se põe em profunda quietude. Move gigantescos sistemas planetários, mas penetra suavemente pela vidraça de uma janela sem a quebrar.
Acaricia as pétalas de uma flor sem a ferir e beija as faces de uma criança adormecida, sem a acordar.
Redação do Momento Espírita com base no cap. Bem-aventurados os mansos porque eles possuirão a Terra, do livro Sabedoria das parábolas, de Huberto Rohden, ed. Alvorada.
Em 10.03.2011.

domingo, 19 de junho de 2011

A MÚSICA E O CORAÇÃO

            A música e o coração têm mistérios que entre si se relacionam.
É por isso que a uns agrada mais esta ou aquela melodia.
Tal sinfonia faz vibrar os sentimentos de determinada pessoa, enquanto que a outra pouco agrada, ou, mesmo, aborrece.
Cada indivíduo, segundo as condições especialíssimas do seu estado psíquico, fica mais ou menos em consonância com determinada harmonia de uma música.
Há afinações, na harmonia dos sentimentos, que correspondem às afinações na harmonia dos sons.
A música e o coração são confidentes que muito bem se entendem.
Pela predileção das melodias pode-se descobrir perfeitamente, entre as pessoas, as que se acham irmanadas pelos sentimentos.
As cordas da lira e do coração afinam-se num diapasão comum.
Há mistérios entre a harmonia que regula o equilíbrio das notas e aquela que preside ao equilíbrio do nosso "Eu".
Considerando tudo isso, é preciso admitir que a música é um excelente recurso pedagógico.
As canções de boa qualidade despertam na criança o gosto pela arte, pelo belo, pelo bem, porque desenvolve a sensibilidade.
Além disso, a música auxilia no aprendizado porque favorece a fixação de conteúdos.
Como podemos perceber, a influência da música é muito forte sobre a alma da criança.
O coração da criança é como a harpa, que vibra ao mais sutil dos toques.
Pode expressar-se doce e suave como o perfume da violeta, ou rugir como a tempestade...
Explodir como o raio, ou lamentar-se como a brisa...
Pode ser precipitada como as cascatas, ou calma como um lago... Murmurar como um regato ou roncar como uma torrente...
Pode ter a aridez do deserto, ou o aconchego de um oásis...
Ser triste e melancólica como o outono, ou jovem e alegre como a primavera... Desordenada como a paixão, ou límpida como o amor...
E quando essa harpa é dedilhada com sabedoria e ternura produz a mais bela e vibrante canção de esperança...
É por essa razão que a música é a arte que vai mais direta ao coração...
Pense nisso!
A harmonia, a ciência e a virtude são as três concepções do espírito; a primeira o extasia, a segunda o esclarece, a terceira o eleva.
Possuídas em suas plenitudes, elas se confundem e constituem a pureza.
O compositor que concebe a harmonia e a traduz na grosseira linguagem chamada música, concretiza a idéia, escreve-a.
Se o compositor é terra-a-terra, como representará a virtude que ele desdenha, o belo que ignora e o grande que não compreende?
Suas composições serão o reflexo de seus gostos sensuais, de sua leviandade, de sua indiferença.
Elas serão ora licenciosas e ora obscenas, ora cômicas, ora burlescas; comunicarão aos ouvintes sentimentos que pervertem ao invés de engrandecer.
Já a alma virtuosa, que tem a paixão do bem, do belo, do grande, e que adquiriu a harmonia, produzirá obras-primas capazes de penetrar as almas mais blindadas e comovê-las.
Pensemos nisso!
TC 19/10/2006
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base na mensagem intitulada A música e o coração, do livro Nas pegadas do Mestre, e em mensagens do Espírito Rossini, publicada na Revista Espírita de março1869 e de Lamennais, Revista Espírita de maio de 1861.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

PREOCUPAÇÕES


Quando nos defrontamos com diversos desafios do cotidiano, por vezes nos surpreendemos em estado de preocupação.
São as questões domésticas, as profissionais, as sociais. São muitas coisas a pesar sobre nossos sentimentos, nossos pensamentos, nosso humor.
São problemas que envolvem os filhos, o vestibular, a viagem para o Exterior, o novo curso que ele deverá começar. São tantas incertezas...
O garoto conseguirá superar todas as etapas? E se não conseguir, como reagirá?
A filha começou a namorar. Dará certo desta vez? E se não der, cairá novamente em depressão?
O novo chefe tem ideias diferentes das nossas a respeito de muitas coisas. Como isto refletirá em nossa carreira? Estará garantido nosso emprego?
E a festa de aniversário a preparar? Ficará tudo pronto a tempo e a hora?
Vale parar um pouco e meditar a respeito desse fenômeno que se chama preocupação e que consome muitas de nossas energias.
Se a causa for válida, convertamos a preocupação em ação positiva, em vez de ficar a remoer o desafio que se apresenta.
Se a causa da preocupação não for legítima, se nosso estado psicológico se prende ao desejo de posse, ao ciúme, à falta de fé em Deus ou qualquer capricho nocivo à saúde da alma, desliguemo-nos dessa sintonia, que somente nos trará desespero, mágoa, indiferença.
Se persistirmos no estado de preocupação, poderemos adoecer ou realizar atos de que, mais tarde, nos arrependeremos.
Quando alimentamos exagerado desejo de posse ou quando elegemos objetos como pontos de felicidade, poderemos perder o exato objetivo de nossa vida na Terra.
Afinal, não nos encontramos aqui para usufruir, mas para nos disciplinarmos, para nos educarmos e bem utilizar o que nos chegue e como chegue.
Desse modo, estudemos com clareza os motivos das nossas preocupações e consideremos que o Celeste Amigo já prescreveu, há muito tempo, que a cada dia já basta o seu mal.
Na certeza de que estamos no mundo a fim de aprender, crescer e amar, não nos permitamos sucumbir ante problemas de saúde, dificuldades financeiras, mal entendidos ou questões familiares.
Aprendamos a resolver um após outro os problemas, recordando que, às vezes, o tempo é o melhor remédio para as dificuldades.
Entreguemos as nossas preocupações ao Criador e marchemos adiante, aguardando as luzes dos novos dias, que sempre brilham após as horas de sombras e desalento.
* * *
Deus conhece as nossas necessidades e a elas provê, como for necessário.
Ele nunca deixa ao abandono os que Nele confiam.
Se nem sempre nos dá o auxílio material, sempre inspira as boas ideias para que encontremos os meios de sair da dificuldade.
É a Divina Providência, sempre alerta e a postos.
Redação do Momento Espírita com base no cap. 26 do livro
Revelações da luz, pelo Espírito Camilo, psicografia de
J. Raul Teixeira, ed. Fráter e no item 7 do cap. XXV
do livro O evangelho segundo o Espiritismo, de
Allan Kardec, ed. Feb.
Em 29.06.2009.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

NOSSO PRECONCEITO




Preconceito é o conceito formado com base em julgamento próprio, com tom depreciativo. Deriva de análise tendenciosa, discriminatória.
Trata-se de um pré-julgamento, em que se desconhecem os detalhes. Define-se algo ou alguém, de acordo com nossos olhos de ver.
Isso tem causado muitos dissabores, no mundo, e continua a causar. Porque quem julga previamente não tem o cuidado de ficar com o conceito para si, mas o transmite a outros.
E esses, em ouvindo, não indagam se aquilo é verdadeiro ou não. Simplesmente admitem que seja.
Quando sabemos de alguém que se consorcia com outrem em que a diferença de idade é grande, a primeira pergunta que nos vem à mente é: Por que se casaram?
Se uma das pessoas tem fama, ou dinheiro, ou poder, logo cogitamos que o motivo para o consórcio seja do outro se aproveitar de um desses itens.
Esquecemos que pessoas famosas, como todas as pessoas, têm carências afetivas. Que buscam o amor, que desejam ser amadas.
Quando o velho doutor Hahnemann, vivendo na Alemanha, salvou da morte a parisiense Mélanie Gohier, mal poderia imaginar que seria ela a ponte para que a Homeopatia ficasse conhecida no mundo.
Sim, porque aquela mulher, de apenas trinta e cinco anos, se casou com o mestre alemão de oitenta anos.
O novo matrimônio de Hahnemann parece quase um conto. Ela era poetisa e pintora e desfrutava da amizade de excelentes poetas e pintores de Paris.
Logo após o casamento, em 1835, mudaram-se para Paris, onde ele obteve autorização para clinicar, a despeito da vigorosa oposição dos colegas alopatas.
A Academia de Medicina encaminhou um documento ao Ministro Guizot para que lhe fosse proibido o exercício da Medicina na França.
Guizot, por influência da esposa de Hahnemann, além de sua digna posição, decidiu o caso com grandeza ímpar e respondeu:
Trata-se de um sábio de grande mérito. A ciência deve ser de todos! Se a Homeopatia é uma quimera ou um sistema sem valor, cairá por si mesma.
Se ela é, ao contrário, um progresso, expandir-se-á apesar de nossas medidas proibitivas, e a Academia deve se lembrar, antes de tudo, que tem a missão de fazer progredir a ciência, de encorajar as descobertas!
Assim, a Homeopatia se estabeleceu em França, onde Hahnemann encontrou vários discípulos e seguidores.
Prosseguiu ensinando, curando e escrevendo, a despeito da avançada idade.
Aos oitenta e oito anos, ele regressou ao mundo espiritual. Estava forte e lúcido, mas com certeza já chegara ao fim a sua missão.
Deixou a Homeopatia reconhecida como ciência, a expandir-se pelo mundo.
Quem poderá, em sã consciência, deixar de agradecer a Melanie sua atuação junto ao grande mestre homeopata?
Não o tivesse levado a Paris, a cidade luz, teria a Homeopatia sido reconhecida e divulgada pelo mundo?
Assim, pensemos, antes de externar conceitos de valor preconceituosos. Busquemos analisar com olhos de ver e aprendamos a respeitar opções alheias.
Aprendamos a ter olhos compassivos, olhos que descobrem o bem. Olhos que veem as coisas positivas, sem julgamentos equivocados e precipitados.
Redação do Momento Espírita, com base em dados biográficos de Samuel Hahnemann.
Em 06.06.2011.

terça-feira, 14 de junho de 2011

NOSSO EVEREST



Edmund Hillary foi o primeiro homem a escalar o Everest. Seu feito coincidiu com a coroação da rainha Elizabeth, a quem dedicou a conquista, e de quem recebeu o título de cavalheiro pertencente à nobreza.
Um ano antes da conquista, Hillary já havia tentado a escalada e fracassara por completo. Mesmo assim, os ingleses reconheceram seu esforço e o convidaram para falar a uma numerosa platéia.
O alpinista começou a descrever suas dificuldades e, apesar dos aplausos, dizia sentir-se frustrado e incapaz.
Em dado momento, porém, largou o microfone, aproximou-se da enorme gravura que ilustrava seu percurso e gritou:
Monte Everest, você me venceu esta primeira vez. Mas eu irei vence-lo no próximo ano, por uma razão muito simples: você já chegou ao máximo de sua altura, enquanto eu ainda estou crescendo!
Todos precisamos ter, em nossas vidas, os nossos próprios “Everestes”, isto é, objetivos a alcançar, metas a atingir.
Sem ter um alvo, um fim, torna-se bastante difícil a caminhada, pois não saberíamos para onde ir, e onde aplicar os nossos esforços.
Ouvimos, certa feita, um pensamento que dizia o seguinte:
“Para uma nau sem direção, todo vento é sempre contra”; se não sabemos que direção tomar, nunca buscaremos aproveitar os acontecimentos que vêm ao nosso favor e as ajudas que recebemos.
Para traçar estes objetivos faz-se necessária uma análise profunda de nossos valores, do que sentimos, e se o que fazemos é realmente importante para nós, “espíritos imortais”.
Desta forma não corremos o risco de criar metas ilusórias, como os sucessos passageiros do mundo, ou como a riqueza vazia que ainda seduz tanto nossos sentidos.
É possível almejar sim, o crescimento financeiro, as conquistas materiais em família, o conforto; mas não podemos esquecer de desejar também o crescimento espiritual, a possibilidade de ajudar os necessitados, a conquista da harmonia entre os familiares.
Após desejar, e ter certeza de que este desejo é nobre, é chegado o momento de correr em busca do objetivo, empregando o esforço, a persistência, sempre amparado pela amiga indispensável – a esperança.
Virão momentos de desânimo, em que seremos convidados a desistir da caminhada.
Encontraremos dificuldades diversas, que nos farão voltar à base da montanha, exaustos.
Mas nunca nos permitamos abandonar a certeza de que podemos nos superar, e que todas as adversidades nos fazem mais fortes, mais previdentes para uma próxima tentativa.
O pico da montanha estará sempre lá, estático, enquanto nossa vontade, nossas forças, jamais terão limites. Chegar ao topo é uma questão de tempo e de perseverança.
Se as conquistas importantes não fossem assim, não teríamos mérito algum em alcança-las.
Você sabia?
Você sabia que uma técnica muito útil para alcançarmos nossos objetivos é a da visualização?
Criamos imagens, cenas em nossa mente, projetando como seria a conquista desta meta, imaginando-nos lá, no futuro, comemorando o fim atingido.
Isso nos faz mais fortes, mais empolgados, e combate seriamente o desânimo destruidor.
Para muitos esta técnica é conhecida apenas como “sonhar”.
Jamais deixemos de sonhar.
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no livro Histórias para pais, filhos e netos, de Paulo Coelho.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A CARIDADE



Eu sou a Caridade; sim, a verdadeira Caridade; não me pareço em nada com a caridade da qual seguis as práticas. Aquela que usurpou meu nome, entre vós, é fantasiosa, caprichosa, exclusiva, orgulhosa, e venho vos premunir contra os defeitos que deslustram, aos olhos de Deus, o mérito e o brilho de suas boas ações. Sede dóceis às lições que o Espírito de Verdade vos faz dar por minha voz; segui-me, meus fiéis: eu sou a Caridade.

Segui-me; conheço todos os infortúnios, todas as dores, todos os sofrimentos, todas as aflições que assediam a Humanidade. Eu sou a mãe dos órfãos, a filha dos velhos, a protetora e o sustento das viúvas; eu trato das feridas infectas; eu cuido de todas as enfermidades; eu dou as vestes, o pão e um abrigo àqueles que não os têm. Eu subo aos mais miseráveis sótãos, na humilde choupana; bato à porta dos ricos e dos poderosos, porque, por toda a parte onde vive uma criatura humana, há sob a máscara da felicidade amargas e cruciantes dores. Oh! Quanto minha tarefa é grande! Não posso bastar para cumpri-la se não vierdes em minha ajuda; vinde a mim: eu sou a Caridade.

Eu não tenho preferência por ninguém; não digo jamais àqueles que têm necessidade de mim: 'Tenho meus pobres, dirigi-vos para outra parte". Oh! Falsa caridade, quanto mal fazes! Amigos, nos devemos a todos; crede-me! não recuseis vossa assistência a ninguém; socorrei-vos uns aos outros com bastante desinteresse para não exigir nenhum reconhecimento da parte daqueles que tiverdes socorrido. A paz do coração e da consciência é a doce recompensa de minhas obras: eu sou a verdadeira Caridade.

Ninguém conhece, sobre a Terra, o número e a natureza de meus benefícios; só a falsa caridade fere e humilha aquele que ela alivia. Guardai-vos desse funesto desvio; as ações desse gênero não têm nenhum mérito junto a Deus, e atraem sobre vós sua cólera. Só ele deve saber e conhecer os impulsos generosos de vossos corações, quando vos fazeis os dispensadores de seus benefícios. Guardai-vos, pois, amigos, de dar publicidade à prática da assistência mútua. Não mais lhe deis o nome de esmola; crede em mim: Eu sou a Caridade.

Tenho tantos infortúnios a aliviar que, freqüentemente, tenho os seios e as mãos vazias; venho vos dizer que espero em vós. O Espiritismo tem por divisa: Amor e Caridade, e todos os verdadeiros espíritas virão, no futuro, se ajustar a este sublime preceito pregado pelo Cristo, há dezoito séculos. Segui-me, pois, irmãos, e vos conduzirei no reino de Deus, nosso Pai. Eu sou a Caridade.


ADOLPHE, Bispo de Argélia.

domingo, 12 de junho de 2011

INDULGÊNCIA



A indulgência é um dos sentimentos mais elevados que pode ser desenvolvido pelos seres humanos.
Caracteriza-se pela compaixão que se demonstra pelo próximo e pelas suas imperfeições.
Permite que perdoemos as ofensas que nos atingem.
Ao mesmo tempo, proporciona ao ofensor a possibilidade de reabilitar-se por meio de ações meritórias que o ajudam na reconquista de si mesmo.
É a mensageira angelical que entoa hinos de ternura aos ouvidos daqueles que sofrem.
Se alguém mostra-se um acusador cruel e rebelde, atacando os demais com injúrias e recriminações violentas, também ele é merecedor de indulgência.
Tais distúrbios de comportamento expressam, em verdade, o estágio de inferioridade pelo qual ele transita infeliz.
Se outro esmaga o fraco que se encontra sob sua dependência, também este opressor demonstra estar necessitando de grande dose de indulgência.
Seu transtorno emocional, capaz de fazê-lo comprazer-se com essa espécie de violência, por certo, está a ponto de enlouquecê-lo.
Se uma pessoa se alegra com o sofrimento daquele que elegeu como adversário, perseguindo-o sem trégua, carece também ele de indulgência.
Esta bênção funcionará para o desequilibrado como bálsamo a apaziguar a aflição em que se debate.
Se a criatura é ingrata e soberba, esquecendo-se de todo o bem que tem recebido, porque se encontra momentaneamente em posição confortável, também esta prova ser carecedora da indulgência.
Esta virtude será o melhor recurso para que tal enfermidade moral estanque no nascedouro.
Se este outro é rude e presunçoso, esquecido das próprias limitações, somente a indulgência para com ele será capaz de demonstrar-lhe a ruína moral em que se encontra.
Indulgência para com os outros, eis aí um dos mais significativos convites que nos deixou o Mestre Nazareno.
Porquanto, no grau evolutivo em que nos encontramos, não há aquele que não necessite recebê-la durante a caminhada terrestre.
A indulgência espalha a oportunidade de reabilitação ao ofensor, mas também pacifica o coração daquele que a oferece.
Sem indulgência a vida terrena perde o seu significado e o ser humano torna-se joguete de paixões que desencadeiam consequências nefastas.
Graças à indulgência o ser edifica-se e se engrandece, entesourando paz e alegria de viver.
* * *
Indulgente para com as misérias humanas, o Cristo veio ter com as criaturas para auxiliá-las no árduo caminho do progresso.
Desde sempre suporta nossas imperfeições com amor e compreende-as com misericórdia.
Consciente de que a libertação do erro e a ruptura das algemas dos instintos agressivos são processos lentos, Jesus jamais Se irritou ou desanimou.
Em momento algum demonstrou cansaço ou perturbação.
Nas ocasiões em que Se mostrava enérgico, evitou a rispidez e a agressividade, tão comuns ainda em nossos atos cotidianos.
Além disso, o Mestre jamais necessitou da indulgência de ninguém.
Ele tomou Sua cruz e plantou-a no monte da adversidade humana, sem queixas, nem lamentações.
Mesmo no momento derradeiro, traído e abandonado, Ele Se manteve indulgente e compassivo.
Perdoou, de forma incondicional, a perversidade daqueles que haviam recebido Dele Seu inefável amor.
Sem cobrança, nem lamúrias, exemplificando de modo inquestionável a virtude que nos concita a exercer e a conquistar.
Desde agora e para sempre.
Redação do Momento Espírita com base no
capítulo 34 do livro Lições para a felicidade,
pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia
de Divaldo Pereira Franco, ed.Leal.
Em 01.03.2010.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

ALMAS PERFUMADAS



São tantas as pessoas importantes em nossa vida...
Por vezes nos falta tempo ou oportunidade para lembrá-las disso.
Como a oportunidade somos nós que fazemos, e tempo é questão de prioridade, quem sabe seja este o momento de lembrar de alguém que amamos.
Eis belo poema de Ana Jácomo para sua avó Edith:
Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri.
Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda.
Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher.
O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.
Tem gente que tem cheiro de colo de Deus. De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul.
Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis.
Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo. Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso.
Ao lado delas, pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.
Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra.
Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza.
Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria. Recebendo um buquê de carinhos. Abraçando um filhote de urso panda. Tocando com os olhos os olhos da paz.
Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.
Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. Do acalanto que o silêncio canta. De passeio no jardim.
Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar.
Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está dançando conosco de rostinho colado. E a gente ri grande que nem menino arteiro.
Costumo dizer que algumas almas são perfumadas, porque acredito que os sentimentos também têm cheiro e tocam todas as coisas com os seus dedos de energia.
Minha avó era alguém assim. Ela perfumou muitas vidas com sua luz e suas cores. A minha, foi uma delas. E o perfume era tão gostoso, tão branco, tão delicado, que ela mudou de frasco, mas ele continua vivo no coração de tudo o que ela amou.
E tudo o que eu amar vai encontrar, de alguma forma, os vestígios desse perfume de Deus, que, numa temporada, se vestiu de Edith, para me falar de amor.
Redação do Momento Espírita com base no texto Almas perfumadas, de Ana Jácomo, constante em seu blog: anajacomo.blogspot.com
Em 22.02.2011.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

GENEROSIDADE



Não raro, encontramos pessoas gentis no trato social. São aquelas que se preocupam em respeitar os direitos do próximo, em desenvolver seu espírito de cidadania, em buscar palavras e gestos amáveis para com os demais.
Também, com felicidade, encontramos pessoas educadas nas nossas relações sociais. São os companheiros que se fazem atenciosos, que se preocupam com pequenos gestos, como o saudar aos mais velhos, ceder o espaço para a senhora grávida ou apenas dar um telefonema para o conhecido para ter notícias.
Porém, quantas pessoas conseguem ser generosas? Se a gentileza e a educação nascem do respeito ao próximo, se desenvolvem no espírito de cidadania e convivência, a generosidade nasce no coração de quem está pronto para amar fraternalmente.
Vamos encontrar a generosidade no amigo que consegue compreender nossa falta quando esquecemos seu aniversário, e, ao encontrá-lo mais tarde, ao invés de nos cobrar o esquecimento, simplesmente nos oferece o coração aberto e espontâneo de sempre.
Será fruto da generosidade da alma quando não necessitamos, nem esperamos por um agradecimento, após ter feito um favor a alguém, pois o simples fato de poder ajudar a quem nos pediu nos é suficiente para preencher o coração com satisfação, sem aguardarmos nenhum tipo de reconhecimento.
E estaremos prontos para que a generosidade seja nossa companhia quando, tendo razão frente a uma contenda de grande importância ou a uma disputa por nonadas, sejamos capazes de abrir mão de reivindicar nossos direitos, em nome da paz e da boa convivência.
Jesus nos aconselha a cultivar a generosidade no coração quando afirma que se alguém nos convidar a dar mil passos, caminhemos dois mil se necessário. E, se outro nos pedir a capa, que também ofereçamos a túnica.
Muitas vezes, pensamos que generoso é aquele capaz de abrir os cofres e distribuir o muito que tem, quando, não raro, esse muito nem falta lhe fará.
A verdadeira generosidade nasce no coração que é capaz de olhar o próximo e o mundo com complacência e compreensão, sabendo que todos estamos sujeitos a erros, tropeços e enganos.
Seremos generosos quando estivermos despreocupados em conjugar o verbo ter... Ter algo, ter razão, ter alguém, pois nossas preocupações serão as de oferecer... a gentileza, a amizade, a companhia, a compreensão.
Claro que poderemos ensaiar os primeiros passos de generosidade tocando o bolso, para oferecer aquilo que nos sobra aos que têm tão pouco.
Porém, poderemos sempre investir mais e permitir que a generosidade ganhe espaço em nosso mundo íntimo, quando formos capazes de esquecer um tanto de nossas vontades, nossas razões, nossos anseios, para simplesmente semearmos, nos caminhos alheios, as flores perfumadas com a brisa da fraternidade.
* * *
Todos os que estendem mãos invisíveis para sustentar vidas, instituições nobres, são semeadores dos tempos novos.
Graças a eles muitos vivem, outros sobrevivem. Alguns despertam da tristeza, inúmeros os imitam, seguindo-lhes as pegadas.
Semeadores generosos, anônimos, perseverantes. Servidores de Jesus.
Que tal aderirmos à generosidade nós também?
Redação do Momento Espírita.
Em 29.04.2011.

terça-feira, 7 de junho de 2011

FELICIDADE



Passamos a vida em busca da felicidade. Procurando o tesouro escondido. Corremos de um lado para o outro esperando descobrir a chave da felicidade.
Esperamos que tudo que nos preocupa se resolva num passe de mágica. E achamos que a vida seria tão diferente, se pelo menos fôssemos felizes.
E, assim, uns fogem de casa para ser feliz. Outros fogem para casa em busca da felicidade. Uns se casam pensando em ser feliz. Outros se divorciam para ser feliz.
Uns desejam viver sozinhos para ser felizes. Outros desejam possuir uma grande família a fim de ser feliz.
Uns fazem viagens caríssimas buscando ser feliz. Analisam roteiros, escolhem os melhores hotéis, os pontos turísticos mais invejados para visitar. Outros trabalham além do normal buscando a felicidade. Fazem horas extras, inventam treinamentos e mais treinamentos para encher sempre mais os seus dias com compromissos profissionais.
Uns desejam ser profissionais liberais para comandar a sua própria vida e poder ser feliz. Outros desejam ser empregados para ter a certeza do salário no final do mês e, assim, poder ser feliz.
Outros, ainda, desejam trabalhar por comissão, assegurando que o seu esforço se transforme em melhor remuneração e assim ser feliz.
É uma busca infinita. Anos desperdiçados. Nunca a lua está ao alcance da mão. Nunca o fruto está maduro. Nunca o carinho recebido é suficiente.
Sombras, lágrimas. Nunca estamos satisfeitos.
Mas, há uma forma melhor de viver! A partir do momento em que decidimos ser feliz, nossa busca da felicidade chegou ao fim.
É que percebemos que a felicidade não está na riqueza material, na casa nova, no carro novo, naquela carreira, naquela pessoa.
E jamais está à venda. Quando não conseguimos achar satisfação dentro de nós mesmos, é inútil procurar em outra parte.
Sempre que dependemos de fatores externos para ter alegria, estamos fadados à decepção. A felicidade não se encontra nas coisas exteriores.
A felicidade consiste na satisfação com o que temos e com o que não temos. Poucas coisas são necessárias para fazer o homem sábio feliz, ao mesmo tempo em que nenhuma fortuna satisfaz a um inconformado.
As necessidades de cada um de nós são poucas. Enquanto nós tivermos algo a fazer, alguém para amar, alguma coisa para esperar seremos felizes.
Tenhamos certeza: a única fonte de felicidade está dentro de nós, e deve ser repartida.
Repartir nossas alegrias é como espalhar perfumes sobre os outros: sempre algumas gotas acabam caindo sobre nós mesmos.
***
Na incerteza do amanhã aproveite hoje para ser feliz.
Se chover, seja feliz com a chuva que molha os campos, varre as ruas e limpa a atmosfera.
Se fizer sol, aproveite o calor. Se houver flores em seu jardim, aproveite o perfume. Se tudo estiver seco, aproveite para colocar as mãos na terra, plantar sementes e aguardar a floração.
Se tiver amigos, aproveite para bater um papo, troque idéias e seja feliz com a felicidade deles.
Se não tiver amigos, aproveite para conquistar ao menos um.
Aproveite o dia de hoje para ser feliz.
Fonte:
Variações em torno de página da revista presença espírita ano xxvi nº 220, felicidade, de autor desconhecido