terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Mensagem para quem Abortou

 

Ante a queda moral pela prática do aborto não se busca condenar ninguém. O que se pretende é evitar a execução de um grave erro, de conseqüências nefastas, tanto individual como socialmente, como também sua legalização.
Como asseverou Jesus (João, 8:11):
"Eu também não te condeno; vai e não tornes a pecar."
A proposta de recuperação e reajuste que o Espiritismo oferece é de abandonar o culto ao remorso imobilizador, a culpa autodestrutiva e a ilusória busca de amparo na legislação humana, procurando a reparação, mediante reelaboração do conteúdo traumático e novo direcionamento na ação comportamental, o que promoverá a liberação da consciência, através do trabalho no bem, da prática da caridade e da dedicação ao próximo necessitado, capazes de edificar a vida em todas as suas dimensões.
Da obra: O Que Dizem os Espíritos Sobre o Aborto. FEB.

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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Arai e Semeai


 

Mensagem do Espírito Dr. Bezerra de Menezes quando do encerramento da 8a Reunião Ordinária do Conselho Espírita Internacional, no dia 13 de fevereiro de 2002, na sede da Federação Espírita Brasileira, pela psicofonia de Divaldo Pereira Franco.
Meus Filhos,
Que Jesus nos abençoe!
Antes que o Senhor ascendesse, estávamos reunidos com aqueles que leriam nas palavras de João, o futuro evangelista, a mensagem de libertação e de eternidade.
Naquele entardecer, rico de perfumes e de bênçãos, o Mestre inolvidável aparece e, distendendo os braços para afagar, aproxima aqueles quinhentos da Galiléia, no seu afável e dúlcido coração e diz-lhes:
? Ide, como as ovelhas mansas no meio de lobos rapaces. Ide e pregai, pois que vos dou o poder de libertar as criaturas dos sofrimentos... Eu vos dou a força para pisar a serpente do mal, sem que ela vos possa picar. Eu vos ofereço o meu coração, para que o apresenteis ao mundo. Não temais a ninguém, especialmente aqueles que somente vencem o corpo e não vos podem atingir a alma.
...E quando ascendeu em uma nuvem luminosa, aqueles que ali estavam, homens e mulheres, criancinhas e venerandos anciãos, saíram para levar a Sua mensagem de liberdade aos quatro pontos do mundo.
Ide, também vós outros, novos quinhentos da Galiléia, que renasceis da memória dos tempos, depois de naufrágios dolorosos e de prejuízos incalculáveis para a economia das vossas almas. Ide, e semeai a Era do amor. Não vos perturbeis com o mundo, com as suas facécias, nem temais as suas tenazes vigorosas e ameaçadoras. Aquele amoroso e meigo Rabi prossegue convosco e conosco, conduzindo-nos ao porto de segurança para onde rumam.
É verdade que o corpo físico é um desafio, a própria luta ante os recentes progressos constitui um desafio impostergável.
Cantai, exultantes de alegria, porque fostes chamados e estais sendo selecionados para os misteres mais delicados e graves da construção do reino de Deus. Se, por acaso, aninhar-se a dor em vossos sentimentos, bendizei-a. E nesse colóquio entre a alma que chora e a dor que deve estar cravada, dizei: bendita sejas, por te apresentares como espinho nas carnes da minha alma, impedindo-lhe tropeços mais dolorosos e mais perturbadores. Se a incompreensão testar as vossas resistências, eis que soa a oportunidade da tolerância e o momento da paciência, a fim de ser conquistado o contendor. E, em qualquer circunstância, amai.
O amor é a força ciclópica que modela o Universo, exteriorizado pelo Pai Criador. Com os sentimentos de amor, de bondade, guiados pela lógica de bronze da Doutrina Espírita, podereis dirigir os passos no rumo do Bem, com segurança, quando tudo aparentemente estiver contra vós.
Não temos outra alternativa, nem conhecemos outra diretriz que não sejam aquelas que estão expressas na palavra do Senhor: "Fazei todo o bem que vos esteja ao alcance. Amai aos vossos inimigos, aos vossos perseguidores, servindo sempre", porque as mãos que obram nas trilhas da imortalidade estão colocando os alicerces da era do amor universal em nosso planeta, que está transitando para mundo de regeneração. Nunca estareis a sós. Vossos Guias, protetores e os anjos tutelares da lide espírita, em nome do Espírito de Verdade, estarão sempre convosco.
Ide, filhos da alma, em paz, em retorno ao vosso campo de trabalho e arai, semeai, vigiai as plântulas, defendei-as até que possam, como árvores frondosas e frutíferas, albergar a sociedade cansada, desiludida e necessitada de paz, de pão e de amor.
Que o Senhor de bênçãos vos abençoe, meus filhos.
São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre,
Bezerra
Franco, Divaldo Pereira. Ditado pelo Espírito Bezerra de Menezes. Revista Reformador de Abril de 2002. Nota: Texto revisto pelo Autor espiritual..
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sábado, 28 de janeiro de 2012

Reclamações e Queixas



 

Lenta, mas, sistematicamente, vai-se arraigando na personalidade do homem o hábito infeliz da queixa e da reclamação.
Insubordinado, em razão da predominância dos próprios instintos agressivos, o indivíduo sempre encontra motivos para apresentar-se insatisfeito.
Saúde ou doença, trabalho ou desemprego, alegria ou tristeza, calor ou frio, servem-lhe sempre de pretexto para queixar-se, para reclamar...
Instala-se, esse vício, fixando-se no comportamento, que se torna azedo e desagradável, ao tempo em que fomenta distonias íntimas, neuroses, abrindo campo para que se originem diversas enfermidades.
O queixoso padece de hipertrofia da esperança e do otimismo.
Atrai a desdita e sintoniza com amargura, passando a sofrer aquilo de que aparenta desejar libertar-se.
Para quem deseja encontrar, nunca faltam motivos de queixas e reclamações.
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Estabelece, no teu cotidiano, o compromisso de solucionar dificuldades, ao invés de gerá-las, ou complicá-las quando se te apresentem.
Silencia o queixoso, propondo-lhe fazer o melhor que lhe esteja ao alcance em detrimento do tempo perdido em reclamações.
O azedume responde pela idéia malsã de tudo ver de forma negativa, engendrando mecanismos de falso martirológio.
O queixoso, normalmente, gosta da indolência e se compraz no pessimismo.
Põe sol e beleza nas tuas paisagens, passando de uma para outra área de ação sem o fardo do mau humor, efeito de algo desagradável que por acaso tenha-te acontecido na anterior.
Quem sabe confiar e trabalha, sempre alcança a meta que busca.

Divaldo P. Franco. Da obra: Episódios Diários. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 37. LEAL.
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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O Mandamento Maior

 

Mas, os fariseus, tendo sabido que ele tapara a boca aos saduceus, se reuniram; e um deles, que era doutor da lei, foi propor-lhe esta questão, para o tentar: -Mestre, qual o grande mandamento da lei? - Jesus lhe respondeu: Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito. - Esse o maior e o primeiro mandamento. - E aqui está o segundo, que é semelhante ao primeiro: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. - Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos. (S. MATEUS, cap. XXII, vv. 34 a 40.)
Caridade e humildade, tal a senda única da salvação. Egoísmo e orgulho, tal a da perdição. Este princípio se acha formulado nos seguintes precisos termos: "Amarás a Deus de toda a tua alma e a teu próximo como a ti mesmo; toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos." E, para que não haja equívoco sobre a interpretação do amor de Deus e do próximo, acrescenta: ?E aqui está o segundo mandamento que é semelhante ao primeiro? , isto é, que não se pode verdadeiramente amar a Deus sem amar o próximo, nem amar o próximo sem amar a Deus. Logo, tudo o que se faça contra o próximo o mesmo é que fazê-lo contra Deus. Não podendo amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo, todos os deveres do homem se resumem nesta máxima: FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO.
Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo. 112 edição. Capítulo XV. Itens 4 e 5. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br. Federação Espírita Brasileira. 1996.

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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Sem Caridade

 

Sem a caridade do trabalho para as suas mãos, o seu descanso pode transforma-se em preguiça.
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Sem a caridade da tolerância, o seu trabalho seguirá repleto de entraves.
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Sem a caridade da simpatia para com os necessitados de qualquer procedência, as suas palavras de corrigenda serão nulas.
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Sem a caridade da gentileza, a sua vida social e doméstica será sempre um purgatório de incompreensões.
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Sem a caridade da desculpa fraterna, seus problemas seguirão aumentados.
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Sem a caridade da lição repetida, o seu esforço não auxiliará a ninguém.
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Sem a caridade da cooperação, a sua tarefa podera descer ao isolamento enfermiço.
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Sem a caridade do estímulo ao companheiro que luta, sofre e chora, no trato com as próprias imperfeições, o orgulho se lhe fará petrificado na própria alma.
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Sem a caridade do auxílio incessante aos pequeninos, a vaidade viverá fortalecida em nosso espírito invigilante.
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Sem a caridade do entendimento amigo, a sua franqueza será crueldade.
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Sem a caridade do concurso desinteressado e fraterno, as suas dificuldades crescerão indefinidamente.
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Sem caridade em nosso caminho, tudo se converterá em inquietude, sombra e sofrimento. Por isso mesmo, adverte-nos o Evangelho - "fora da caridade ou fora do amor não existe realmente salvação".
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade. Ditado pelo Espírito André Luiz. Araras, SP: IDE. 1978.

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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Dar-se-á Àquele que Tem

 

Aproximando-se dele, seus discípulos lhe disseram: Por que lhes falas por parábolas? Respondendo, disse-lhes ele: É porque, a vós outros, vos foi dado conhecer os mistérios do reino dos céus, ao passo que a eles isso não foi dado. - Porque, àquele que já tem, mais se lhe dará e ele ficará na abundância; àquele, entretanto, que não tem, mesmo o que tem se lhe tirará. - Por isso é que lhes falo por parábolas: porque, vendo, nada vêem e, ouvindo, nada entendem, nem compreendem. - Neles se cumpre a profecia de Isaías, quando diz: Ouvireis com os vossos ouvidos e nada entendereis, olhareis com os vossos olhos e nada vereis. (S. MATEUS, cap. XIII, vv. 10 a 14.)
Tende muito cuidado com o que ouvis, porquanto usarão para convosco da mesma medida de que vos houverdes servido para medir os outros, e ainda se vos acrescentará; - pois, ao que já tem, dar-se-á, e, ao que não tem, até o que tem se lhe tirará. (S. MARCOS, cap. IV. vv. 24 e 25.)
"Dá-se ao que já tem e tira-se ao que não tem." Meditai esses grandes ensinamentos que se vos hão por vezes afigurado paradoxais. Aquele que recebeu é o que possui o sentido da palavra divina; recebeu unicamente porque tentou tornar-se digno dela e porque o Senhor, em seu amor misericordioso, anima os esforços que tendem para o bem. Aturados, perseverantes, esses esforços atraem as graças do Senhor; são um ímã que chama a si o que é progressivamente melhor, as graças copiosas que vos fazem fortes para galgar a montanha santa, em cujo cume está o repouso após o labor.
"Tira-se ao que não tem, ou tem pouco." Tomai isso como uma antítese figurada. Deus não retira das suas criaturas o bem que se haja dignado de fazer-lhes. Homens cegos e surdos! abri as vossas inteligências e os vossos corações; vede pelo vosso espírito; ouvi pela vossa alma e não interpreteis de modo tão grosseiramente injusto as palavras daquele que fez resplandecesse aos vossos olhos a justiça do Senhor. Não é Deus quem retira daquele que pouco recebera: é o próprio Espírito que, por pródigo e descuidado, não sabe conservar o que tem e aumentar, fecundando-o, o óbolo que lhe caiu no coração.
Aquele que não cultiva o campo que o trabalho de seu pai lhe granjeou, e que lhe coube em herança, o vê cobrir-se de ervas parasitas. É seu pai quem lhe tira as colheitas que ele não quis preparar? Se, à falta de cuidado, deixou fenecessem as sementes destinadas a produzir nesse campo, é a seu pai que lhe cabe acusar por nada produzirem elas? Não e não. Em vez de acusar aquele que tudo lhe preparara, de criticar as doações que recebera, queixese do verdadeiro autor de suas misérias e, arrependido e operoso, meta, corajoso, mãos à obra; arroteie o solo ingrato com o esforço de sua vontade; lavre-o fundo com auxílio do arrependimento e da esperança; lance nele, confiante, a semente que haja separado, por boa, dentre as más; regue-o com o seu amor e a sua caridade, e Deus, o Deus de amor e de caridade, dará àquele que já recebera. Verá ele, então, coroados de êxito os seus esforços e um grão produzir cem e outro mil. Animo, trabalhadores! Tomai dos vossos arados e das vossas charruas; lavrai os vossos corações; arrancai deles a cizânia; semeai a boa semente que o Senhor vos confia e o orvalho do amor lhe fará produzir frutos de caridade. - Um Espírito amigo. (Bordéus, 1862.)
Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo. 112 edição. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br. Federação Espírita Brasileira. 1996.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Transformação


Transformação

Todos estamos informados quanto às transformações em desenvolvimento na Terra.
E são muitas, quais sejam:
o progresso industrial intensivo;
as conquistas no reino atômico;
as lutas de competição por mais eficiência no domínio das armas;
a legalização do aborto, em muitos países;
as pesquisas nas áreas genéticas;
a delinqüência juvenil superando a criminalidade nos adultos;
os excessos de liberdade sem disciplina e os chamados direitos sem obrigações que lhe correspondam;
e a expansão da violência...
Todas essas transformações se processam, através do livre arbítrio do homem que se orgulha da civilização que está inventando com o integral apoio da ciência materialista; entretanto, convém lembrar que Deus está em ação e de tudo o que a inteligência humana semear, no mundo que pertence a Deus, isso também ela ceifará.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Confia e Segue. Ditado pelo Espírito Emmanuel. GEEM.
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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Dá de Ti Mesmo

 

Declaraste não possuir dinheiro para au­xiliar.
Acreditas que um pouco de papel ou um tanto de níquel te substituem o coração?
Esqueces-te, meu filho, de que podes sorrir para o doente e estender a mão ao necessitado?
A flor não traz consigo uma bolsa de ouro e entretanto espalha perfume no firmamento.
O céu não exibe chuvas de moedas, mas enche o mundo de luz.
Quanto pagas pelo ar fresco que, em bafejos amigos, te visita o quarto pela manhã?
O oxigênio cobra-te imposto?
Quanto te custa a ternura materna?
As aves cantam gratuitamente.
A fonte que te oferece o banho reconforta­dor não exige mensalidade.
A árvore abre-te os braços acolhedores, re­pletos de flor e fruto, sem pedir vintém.
A bênção divina, cada noite, conduz o teu pensamento a bendito repouso no sono e não fazes retribuição de espécie alguma. Habitual­mente sonhas, colhendo rosas em formoso jardim, junto de companheiros felizes; no entanto, ja­mais te lembraste de agradecer aos gênios espi­rituais que te proporcionam venturoso descanso.
A estrela brilha sem pagamento.
O Sol não espera salário.
Porque não aprenderes com a Natureza em torno?
Porque não te fazeres mais alegre, mais comunicativo, mais doce?
Tens a fisionomia seca e ensombrada por faltar-te dinheiro excessivo e reclamas recursos materiais para ser bom, quando a bondade não nasce dos cofres fortes.
Sê irmão de teu irmão, companheiro de teu companheiro, amigo de teu amigo.
Na ciência de amar, resplandece a sabedoria de dar.
Mostra um semblante sereno e otimista, aonde fores.
Estende os braços, alonga o coração, comu­nica-te com o próximo, através dos fios brilhan­tes da amizade fiel.
Que importa se alguém te não entende o gesto de amor?
Que seria de nós, meu filho, se a mão do Senhor se recolhesse a distância, por temer-nos a rudeza e a maldade?
Dá de ti mesmo, em toda parte.
Muito acima do dinheiro, pairam as tuas mãos amigas e fraternais.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Alvorada Cristã. Ditado pelo Espírito Neio Lúcio. Capítulo 30. FEB.

Trabalho e Educação

 

Não basta se diga ao homem que lhe corre o dever de trabalhar. É preciso que aquele que tem de prover à sua existência por meio do trabalho encontre em que se ocupar, o que nem sempre acontece. Quando se generaliza, a suspensão do trabalho assume as proporções de um flagelo, qual a miséria. A ciência econômica procura remédio para isso no equilíbrio entre a produção e o consumo. Mas, esse equilíbrio, dado seja possível estabelecer-se, sofrerá sempre intermitências, durante as quais não deixa o trabalhador de ter que viver. Há um elemento, que se não costuma fazer pesar na balança e sem o qual a ciência econômica não passa de simples teoria. Esse elemento é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. Considerando-se a aluvião de indivíduos que todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios, sem freio e entregues a seus próprios instintos, serão de espantar as conseqüências desastrosas que daí decorrem? Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem terá no mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos penosamente os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Esse o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, o penhor da segurança de todos.
Allan Kardec. Da obra: O Livro dos Espíritos. Parte 3a, cap. III, questão 685a (Comentário). Federação Espírita Brasileira.

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sábado, 21 de janeiro de 2012

Serenidade Sempre

 

Todo homem sábio é sereno.
A serenidade é conquista que se consegue a esforço pessoal e passo a passo.
Pequenos desafios que são superados; irritação que se faz controlada; desajustes emocionais corrigidos; vontade bem direcionada; ambição freada, são experiências para a aquisição da serenidade.
Um Espírito sereno, já se encontrou consigo próprio, sabendo o que, exatamente, deseja da vida.
A serenidade harmoniza, exteriorizando-se de forma agradável para os circunstantes.
Inspira confiança, acalma e propõe afeição.
O homem sereno já venceu grande parte da luta.
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Que nenhuma agressão exterior te perturbe, levando-te à irritação, ao desequilíbrio.
Mantém-te sereno em todas as realizações.
A tua paz é moeda arduamente conquistada, que não deves atirar fora por motivos irrelevantes.
Os tesouros reais, de alto valor, são aqueles de ordem íntima, que ninguém toma, jamais se perdem e sempre seguem com a pessoa.
Tua serenidade, tua gema preciosa.
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Diante de quem te enganou, traindo a tua confiança, o teu ideal, ou envolvendo-te em malquerença, mantém-te sereno.
O enganador é quem deve estar inquieto, e não a sua vítima.
Nunca te permitas demonstrar que foste atingido pelo petardo da maldade alheia.
No teu círculo familiar ou social sempre defrontarás com pessoas perturbadas, confusas e agressivas.
Não te desgastes com elas, competindo nas faixas de desequilíbrio em que se fixam.
Constituem teste à tua paciência e serenidade.
Assim, exercita-te com essas situações para, mais seguro, enfrentares os grandes testemunhos e provações do processo evolutivo. Sempre, porém, com serenidade.

Divaldo P. Franco. Da obra: Episódios Diários. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 36. LEAL.

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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Ação da Amizade

 

A amizade é o sentimento que imanta as almas unas às outras, gerando alegria e bem-estar.
A amizade é suave expressão do ser humano que necessita intercambiar as forças da emoção sob os estímulos do entendimento fraternal.
Inspiradora de coragem e de abnegação. a amizade enfloresce as almas, abençoando-as com resistências para as lutas.
Há, no mundo moderno, muita falta de amizade!
O egoísmo afasta as pessoas e as isola.
A amizade as aproxima e irmana.
O medo agride as almas e infelicita.
A amizade apazigua e alegra os indivíduos.
A desconfiança desarmoniza as vidas e a amizade equilibra as mentes, dulcificando os corações.
Na área dos amores de profundidade, a presença da amizade é fundamental.
Ela nasce de uma expressão de simpatia, e firma-se com as raízes do afeto seguro, fincadas nas terras da alma.
Quando outras emoções se estiolam no vaivém dos choques, a amizade perdura, companheira devotada dos homens que se estimam.
Se a amizade fugisse da Terra, a vida espiritual dos seres se esfacelaria.
Ela é meiga e paciente, vigilante e ativa.
Discreta, apaga-se, para que brilhe aquele a quem se afeiçoa.
Sustenta na fraqueza e liberta nos momentos de dor.
A amizade é fácil de ser vitalizada.
Cultivá-la, constitui um dever de todo aquele que pensa e aspira, porquanto, ninguém logra êxito, se avança com aridez na alam ou indiferente ao elevo da sua fluidez.
Quando os impulsos sexuais do amor, nos nubentes, passam, a amizade fica.
Quando a desilusão apaga o fogo dos desejos nos grandes romances, se existe amizade, não se rompem os liames da união.
A amizade de Jesus pelos discípulos e pelas multidões dá-nos, até hoje, a dimensão do que é o amor na sua essência mais pura, demonstrando que ela é o passo inicial para essa conquista superior que é meta de todas as vidas e mandamento maior da Lei Divina.
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos de Esperança. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.

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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Conclusões


Que a vida física é uma escola abençoada, é insofismável; mas, se você não se aproveitar dela a fim de aprender suficientemente as lições que se destinam ao seu engrandecimento espiritual, em nada lhe valerá o ingresso no aprendizado humano.
Que o caminho do bem é laborioso e difícil, não padece dúvida; no entanto, se você não se dispuser a segui-lo, ninguém o livrará da perigosa influência do mal.
Que a felicidade eterna é realização superior, fora dos quadros transitórios da carne, é incontestável; contudo, se você deseja perseverar no campo dos prazeres fáceis e inferiores das esferas mais baixas, dentro delas perambulará, indefinidamente.
Que Deus está conosco, em todas as circunstãncias, é verdade indiscutível; todavia, se você não estiver com Deus, ninguém pode prever até onde descerá seu espírito, nos domínios da intranqüilidade e da sombra.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã. Ditado pelo Espírito André Luiz. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A Luz da Paz

 

E andei pelo mundo, procurando a luz da paz.
Fui à Grécia, admirando o Partenon e lugares outros em que pontificaram sábios da antiguidade; dirigi-me a Roma, onde me acomodei nas escadas do Coliseu, refletindo nos cristãos perseguidos;
Viajei a Índia, onde partilhei as orações dos crentes que se banhavam nas águas do Ganges, em Benarés;
Segui para o Egito, maravilhando-me à frente das Pirâmides que imortalizam a pompa dos faraós;
Transitei pelas ruas de Meca e orei com os muçulmanos, entre as recordações do iluminado profeta do Islã;
Busquei Paris e conheci a Torre Eiffel, orgulho da França;
Visitei o Palácio de Versalhes, moradia de reis e fidalgos ilustres; encaminhei-me para Londres, encantando-me ali com a severa nobreza do Castelo da Torre;
Na Espanha, conheci o Escurial, nos arredores de Madri, cheguei a Granada e entrei no castelo do rei Broabdil que encerrou, naquele País, o domínio dos Árabes e voltei-me a Barcelona, onde admirei a fortaleza de Monjnich;
Apreciei a riqueza artística dos Jerôninos e usufrui as amenidades de Sintra, em Portugal;
Fui à Nova York onde expressei o meu respeito pela inteligência humana, diante dos arranha-céus que lhe assinalam a grandeza;
Caminhei através de todas as grandes cidades das Três Américas, mas não encontrei a luz da paz.
Saudoso do lar regressei a nossa casa em Vila Nova Conceição, em São Paulo.
Era noite e minha mãe lia o Evangelho. Abracei-a emocionado e li o texto exposto. Era a parábola do Bom Samaritano.
As palavras falavam em letras que me ficaram na memória:
- ?Então, um doutor da lei, perguntou abeirando-se do Divino Mestre?:
- Senhor, que deverei fazer para possuir a vida eterna?
O Cristo sorriu e considerou:
- O que está escrito na Lei, o que lês nela?
O homem acentuou:
- Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, com as tuas forças de espírito e ao teu próximo como a ti mesmo.
Entretanto o Doutor da lei ainda inquiriu pra o tentar:
- Senhor, e quem é o meu próximo?
Jesus, explicou, usando brandura e paciência:
- Um homem que se dirigia de Jerusalém para Jericó saiu em poder dos salteadores que o despojaram, cobriam-no de ferimentos, deixaram-no semimorto.
Um sacerdote, que passou perto da vitima, estugou o passo e seguiu para frente, negando-lhe atenção.
Logo após, um levita passou pelo mesmo lugar, mas não se interessou pelo ferido, seguindo adiante.
Mas um samaritano, que viajava, comoveu-se ao ver o homem caído, desceu do animal e, aproximando-se do desconhecido, dirigiu-lhe palavras de conforto, balsamizou-lhe as feridas e colocando-o sobre o animal, levou-o à hospedaria onde lhe ofereceu abrigo e segurança.
Jesus fez a pequena pausa e interrogou:
- A seu ver, qual dos três era o próximo do infeliz?
O doutor respondeu:
- Aquele que usou de misericórdia para com ele.
Num gesto simples, o Cristo lhe observou:
- Então, vai e faze tu o mesmo.?
Chegados ao término da leitura, um telefone tilintou.
Minha mãe foi atender e compreendi para logo o que se passava.
Uma senhora jazia em estado grave e a amiga que suscitara a chamada pelo fio comunicou que o doente pedia o socorro de uma prece.
Minha mãe não teve duvidas.
Chamando o Papai Raul e dando-lhe ciência do problema, ambos, logo após, tomaram o carro na direção indicada.
Segui junto deles e pude ver a doente que se aproximava da agonia
Minha mãe e outras senhoras pediram a Misericórdia de Deus para a enferma e, embora se afastassem, entendi que o meu dever era permanecer ali na tarefa do auxilio.
Junto de Benfeitores que ali se mantinham, trabalhei todo à noite no aposento simples.
O dia amanheceu com melhoras positivas para a doente e, conquanto me sentisse cansado, reconheci que uma alegria diferente me nascia no coração.
Chorando de felicidade, reconhecia, por fim, que eu, que me decidira a transitar pela terra, procurando o dom sublime, encontrara-o ali, no gesto de minha mãe ao lado de meu pai Raul, compreendendo que o amor ao próximo que Jesus nos legou, sentido e praticado devidamente, é a única força que realmente nos concede a luz da paz por dentro do coração.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Presença de Luz. Ditado pelo Espírito Augusto Cezar.

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Devagar, mas Sempre

 

Mas ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova, de dia em dia. Paulo (II CORÍNTIOS, 4:16.).
Observa o espírito de seqüência e gradação que prevalece nos mínimos setores da Natureza.
Nada se realiza aos saltos e, na pauta da Lei Divina, não existe privilégio em parte alguma.
Enche-se a espiga de grão em grão.
Desenvolve-se a árvore, milímetro a milímetro.
Nasce a floresta de sementes insignificantes.
Levanta-se a construção, peça por peça.
ComeÇa o tecido nos fios.
As mais famosas páginas foram produzidas, letra a letra.
A cidade mais rica é edificada, palmo a palmo.
As maiores fortunas de ouro e pedras foram extraídas do solo, fragmento a fragmento.
A estrada mais longa é pavimentada, metro a metro.
O grande rio que se despeja no mar é conjunto de filetes líquidos.
Não abandones o teu grande sonho de conhecer e fazer, nos domínios superiores da inteligência e sentimento, mas não te esqueças do trabalho pequenino, dia a dia.
A vida é processo renovador, em toda a parte, e, segundo a palavra sublime de Paulo, ainda que a carne se corrompa, a individualidade imperecível se reforma, incessantemente.
Para que não nos modifiquemos, todavia, em sentido oposto a expectativa do Alto, é indispensável saibamos perseverar com o esforço de auto-aperfeiçoamento, em vigilância constante, na atividade que nos ajude e enobreça.
Se algum ideal divino te habita o espírito, não olvides o servicinho diário, para que se concretize em momento oportuno.
Há ensejo favorável a realização?
Age com regularidade, de alma voltada para a meta.
Há percalços e lutas, espinhos e pedrouços na senda?
Prossegue, mesmo assim.
O tempo, implacável dominador de civilizações e homens, marcha apenas com sessenta minutos por hora, mas nunca se detém.
Guardemos a lição e caminhemos para diante, com a melhoria de nós mesmos.
Devagar mas sempre.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Fonte Viva. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 23 edição. Lição 63. Rio de Janeiro, RJ: FEB. 1999.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O Homem Bom

 

Conta-se que Jesus, apos narrar a Parabóla do Bom Samaritano, foi novamente interpelado pelo doutor da lei que, alegando não lhe haver compreendido integralmente a lição, perguntou, sutil:
- Mestre, que farei para ser considerado homem bom?
Evidenciando paciência admirável, o Senhor respondeu:
Imagina-te vitimado por mudez que te iniba a manifestação do verbo escorreito e pensa quão grato te mostrarias ao companheiro que falasse por ti a palavra encarcerada na boca.
Imagina-te de olhos mortos pela enfermidade irremediável e lembra a alegria da caminhada, ante as mãos que te estendessem ao passo incerto, garatindo-te a segurança.
Imagina-te caído e desfalecente, na via pública, e preliba o teu consolo nos braços que te oferecessem amparo, sem qualquer desrespeito para com os teus sofrimentos.
Imagina-te tocado por moléstia contagiosa e reflete no contentamento que te iluminaria o coração, perante a visita do amigo que te fosse levar alguns minutos de solidariedade.
Imagina-te no carcere, padecendo a incompreensão do mundo, e recorda como te edificaria o gesto de coragem do irmão que te buscasse testemunhar entendimento.
Imagina-te sem pão no lar, arrostando amargura e escassez, e raciocina sobre a felicidade que te apareceria de súbito no amparo daqueles que te levassem leve migalha de auxílio, sem perguntar por teu modo de crer e sem te exigir exames de consciência.
Imagina-te em erro, sob o sarcasmo de muitos, e mentaliza o bálsamo com que te acalmarias, diante da indulgência dos que te desculpassem a falta, alentando-te o recomeço.
Imagina-te fatigado e intemperante e observa quão reconhecido ficarias para com todos os que te ofertassem a oração do silêncio e a frase de simpatia.
Em seguida ao intervalo espontâneo, indagou-lhe o Divino Amigo:
- Em teu parecer, quais teriam sido os homens bons nessas circunstâncias?
- Os que usassem de compreensão e misericordia para comigo - explicou o interlocutor.
- Entao - repetiu Jesus com bondade-, segue adiante e faze também o mesmo.
Xavier, Francisco Candido. Da obra: Amor e Vida em Familia. Ditado pelo Espírito Emmanuel. Capivari, SP: EME. 1995.

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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Do que precisa o Espírito para ser salvo. Parábola do bom samaritano.

 

Ora, quando o filho do homem vier em sua majestade, acompanhado de todos os anjos, sentar-se-á no trono de sua glória; - reunidas diante dele todas as nações, separará uns dos outros, como o pastor separa dos bodes as ovelhas, - e colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda.
Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do reino que vos foi preparado desde o princípio do mundo; - porquanto, tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; careci de teto e me hospedastes; - estive nu e me vestistes; achei-me doente e me visitastes; estive preso e me fostes ver.
Então, responder-lhe-ão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? - Quando foi que te vimos sem teto e te hospedamos; ou despido e te vestimos? - E quando foi que te soubemos doente ou preso e fomos visitar-te? - O Rei lhes responderá: Em verdade vos digo, todas as vezes que isso fizestes a um destes mais pequeninos dos meus irmãos, foi a mim mesmo que o fizestes.
Dirá em seguida aos que estiverem à sua esquerda: Afastai-vos de mim, malditos; ide para o fogo eterno, que foi preparado para o diabo e seus anjos; - porquanto, tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber; precisei de teto e não me agasalhastes; estive sem roupa e não me vestistes; estive doente e no cárcere e não me visitastes.
Também eles replicarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome e não te demos de comer, com sede e não te demos de beber, sem teto ou sem roupa, doente ou preso e não te assistimos? - Ele então lhes responderá: Em verdade vos digo: todas a vezes que faltastes com a assistência a um destes mais pequenos, deixastes de tê-la para comigo mesmo.
E esses irão para o suplício eterno, e os justos para a vida eterna. (S. MATEUS, cap. XXV, vv. 31 a 46.)
Então, levantando-se, disse-lhe um doutor da lei, para o tentar: Mestre, que preciso fazer para possuir a vida eterna? - Respondeu-lhe Jesus: Que é o que está escrito na lei? Que é o que lês nela? - Ele respondeu: Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma, com todas as tuas forças e de todo o teu espírito, e a teu próximo como a ti mesmo. - Disse-lhe Jesus: Respondeste muito bem; faze isso e viverás.
Mas, o homem, querendo parecer que era um justo, diz a Jesus: Quem é o meu próximo? - Jesus, tomando a palavra, lhe diz:
Um homem, que descia de Jerusalém para Jericó, caiu em poder de ladrões, que o despojaram, cobriram de ferimentos e se foram, deixando-o semimorto. - Aconteceu em seguida que um sacerdote, descendo pelo mesmo caminho, o viu e passou adiante. -Um levita, que também veio àquele lugar, tendo-o observado, passou igualmente adiante. - Mas, um samaritano que viajava, chegando ao lugar onde jazia aquele homem e tendo-o visto, foi tocado de compaixão. - Aproximou-se dele, deitou-lhe óleo e vinho nas feridas e as pensou; depois, pondo-o no seu cavalo, levou-o a uma hospedaria e cuidou dele. - No dia seguinte tirou dois denários e os deu ao hospedeiro, dizendo: Trata muito bem deste homem e tudo o que despenderes a mais, eu te pagarei quando regressar.
Qual desses três te parece ter sido o próximo daquele que caíra em poder dos ladrões? - O doutor respondeu: Aquele que usou de misericórdia para com ele. - Então, vai, diz Jesus, e faze o mesmo. (S. LUCAS, cap. X, vv. 25 a 37.)
Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinos, ele aponta essas duas virtudes como sendo as que conduzem à eterna felicidade: Bem-aventurados, disse, os pobres de espírito, isto é, os humildes, porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados os que têm puro o coração; bem-aventurados os que são brandos e pacíficos; bem-aventurados os que são misericordiosos; amai o vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos outros o que quereríeis vos fizessem; amai os vossos inimigos; perdoai as ofensas, se quiserdes ser perdoados; praticai o bem sem ostentação; julgai-vos a vós mesmos, antes de julgardes os outros. Humildade e caridade, eis o que não cessa de recomendar e o de que dá, ele próprio, o exemplo. Orgulho e egoísmo, eis o que não se cansa de combater. E não se limita a recomendar a caridade; põe-na claramente e em termos explícitos como condição absoluta da felicidade futura.
No quadro que traçou do juízo final, deve-se, como em muitas outras coisas, separar o que é apenas figura, alegoria. A homens como os a quem falava, ainda incapazes de compreender as questões puramente espirituais, tinha ele de apresentar imagens materiais chocantes e próprias a impressionar. Para melhor apreenderem o que dizia, tinha mesmo de não se afastar muito das idéias correntes, quanto à forma, reservando sempre ao porvir a verdadeira interpretação de suas palavras e dos pontos sobre os quais não podia explicar-se claramente. Mas, ao lado da parte acessória ou figurada do quadro, há uma idéia dominante: a da felicidade reservada ao justo e da infelicidade que espera o mau.
Naquele julgamento supremo, quais os considerandos da sentença? Sobre que se baseia o libelo? Pergunta, porventura, o juiz se o inquirido preencheu tal ou qual formalidade, se observou mais ou menos tal ou qual prática exterior? Não; inquire tão-somente de uma coisa: se a caridade foi praticada, e se pronuncia assim: Passai à direita, vós que assististes os vossos irmãos; passai à esquerda, vós que fostes duros para com eles. Informa-se, por acaso, da ortodoxia da fé? Faz qualquer distinção entre o que crê de um modo e o que crê de outro'? Não, pois Jesus coloca o samaritano, considerado herético, mas que pratica o amor do próximo, acima do ortodoxo que falta com a caridade. Não considera, portanto, a caridade apenas como uma das condições para a salvação, mas como a condição única. Se outras houvesse a serem preenchidas, ele as teria declinado. Desde que coloca a caridade em primeiro lugar, é que ela implicitamente abrange todas as outras: a humildade, a brandura, a benevolência, a indulgência, a justiça, etc., e porque é a negação absoluta do orgulho e do egoísmo.
Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo. 112 edição. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br. Federação Espírita Brasileira. 1996.

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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Caridade do Pensamento



Sabemos todos que o pensamento é onda de vida criadora, emitindo forças e atraindo-as, segundo a natureza que lhe é própria.
Fácil entender, à vista disso, que nos movemos todos num oceano de energia mental.
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Cada um de nós é um centro de princípios atuantes ou de irradiaçôes que liberamos, consciente ou inconscientemente.
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Sem dúvida, a palavra é o veículo natural que nos exprime as idéias e as intenções que nos caracterizem, mas o pensamento, em si, conquanto a força mental seja neutra qual ocorre à eletricidade, é o instrumento genuíno das vibrações benéficas ou negativas que lançamos de nós, sem a apreciação imediata dos outros.
Meditemos nisso, afastemos do campo íntimo qualquer expressão de ressentimento, mágoa, queixa ou ciúme, modalidades do ódio, sempre suscetível de carrear a destruição.
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Se tens fé em Deus, já sabes que o amor é a presença da luz que dissolve as trevas.
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Cultivemos a caridade do pensamento.
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Dá o que possas, em auxílio aos outros, no entanto, envolve de simpatia e compreensão tudo aquilo que dês.
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No exercício da compaixão, que é a beneficência da alma, revisa o que sentes, o que desejas, o que acreditas e o que falas, efetuando a triagem dos propósitos mais ocultos que te inspirem, a fim de que se traduzam em bondade e entendimento, porque mais dia menos dia, as nossas manifestações mais íntimas se evidenciam ou se revelam, inelutavelmente, de vez que tudo aquilo que colocarmos, no oceano da vida, para nós voltará.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Paciência. Ditado pelo Espírito Emmanuel. CEU. 1983.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O Barro Desobediente

 

Houve um oleiro que chegou ao pátio de serviço e reparou com alegria em pequeno bloco de barro. Contemplou-o, enlevado, em face da cor viva com que se apresentava e falou:
- Vamos! Farei de ti delicado pote de labo­ratório. O analista alegrar-se-á com teu con­curso valioso.
Imensamente surpreendido, porém, notou que o barro retrucava:
- Oh! não, não quero! Eu, num laborató­rio, tolerando precipitações químicas? por favor, não me toques para semelhante fim!
O oleiro, espantado, considerou:
- Desejo dar-te forma por amor, não por ódio. Sofrerás o calor de forno para que te faças belo e útil... Entretanto, porque te recusas ao que proponho, transformar-te-ei numa caprichosa ânfora destinada a depósito de perfumes.
- Oh! nunca! nunca!... - exclamou o barro - isto não! Estaria exposto ao prazer dos inconscientes. Não estou inclinado a suportar essências, através de peregrinações pelos móveis de luxo.
O dono do serviço meditou muito na desobe­diência da lama orgulhosa, mas, entendendo que tudo devia fazer por não trair a confiança do Céu, ponderou:
- Bem, converter-te-ei, então, num prato honrado e robusto. Comparecerás à mesa de meu lar. Ficarás conosco e serás companheiro de meus filhinhos.- Jamais! - bradou o barro, na indisciplina - isto seria pesada humilhação... Trans­portar arroz cozido e agüentar caldos gordurosos na face? assistir, inerme, às cenas de glutonaria em tua casa? não, não me submetas!...
O trabalhador dedicado perdoou-lhe a ofensa e acrescentou:
- Modificaremos o programa ainda uma vez. Serás um vaso amigo, em que a límpida água repouse. Ajudarás aos sedentos que se apro­ximarem de ti. Muita gente abençoar-te-á a co­operação. Despertarás o contentamento e a gra­tidão nas criaturas!...- Não, não! - protestou a argila - não quero! Seria condenar-me a tempo indefinido nas cantoneiras poeirentas ou nas salas escuras de pessoas desclassificadas. Por favor, poupa-me! poupa-me!...
O oleiro cuidadoso considerou, preocupado:
- Que será de ti quando te conduzirem ao forno? Não passarás de matéria endurecida e informe, sem qualquer utilidade ou beleza. Sem sacrifício e sem disciplina, ninguém se eleva aos planos da vida superior.
O barro, todavia, recusou a advertência, bra­dando:
- Não aceito sacrifício, nem disciplina...
Antes que pudesse prosseguir, passou o en­fornador arrebanhando a argila pronta, e o barro desobediente foi também conduzido ao forno em brasa.
Decorrido algum tempo, a lama vaidosa foi retirada e - ó surpresa! - não era pote de laboratório, nem ânfora de perfume, nem prato de refeição, nem vaso para água e, sim, feio pedaço de terra requeimada e morta, sem qual­quer significação, sendo imediatamente atirada ao pântano.
Assim acontece a muitas criaturas no mun­do. Revoltam-se contra a vontade soberana do Senhor que as convida ao trabalho de aperfei­çoamento, mas, depois de levadas pela experiên­cia ao forno da morte, se transformam em ver­dadeiros fantasmas de desilusão e sofrimento, necessitando de longo tempo para retornarem às bênçãos da vida mais nobre.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Alvorada Cristã. Ditado pelo Espírito Neio Lúcio. Capítulo 29. FEB.

Ajude a Você Mesmo

 

Não ambicione do seu vizinho senão os dons excelentes que lhe exornam o espírito.
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Não permita que os dissabores governem o leme de seu destino.
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Não entregue o templo de sua memória às más impressões.
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Não retire sua experiência dos fundamentos espirituais.
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Não se esqueça de que o ideal superior, objeto de sua admiração, deve corporificar-se em seus caminhos.
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Não se prenda ao mal; no entanto, não se desvie das obrigações de fraternidade para com aqueles que foram atingidos pelo mal.
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Não apague o archote da fé em seus dias claros, para que não falte luz a você nos dias escuros.
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Não fuja às lições da estrada evolutiva, por mais difíceis e dolorosas, a fim de que a vida, mais tarde, lhe abra o santuário da sabedoria.
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Não lhe falte tempo para cultivar o que é belo, eterno e bom.
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Não olvide que a justiça institui a ordem universal, mas só o amor dilata a obra divina.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã. Ditado pelo Espírito André Luiz. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

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domingo, 8 de janeiro de 2012

Questão 400 - O sono e os sonhos

 

400. O Espírito encarnado permanece de bom grado no seu envoltório corporal?
"É como se perguntasses se ao encarcerado agrada o cárcere. O Espírito encarnado aspira constantemente à sua libertação e tanto mais deseja ver-se livre do seu invólucro, quanto mais grosseiro é este."
401. Durante o sono, a alma repousa como o corpo?
"Não, o Espírito jamais está inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos."
402. Como podemos julgar da liberdade do Espírito durante o sono?
"Pelos sonhos, Quando o corpo repousa, acredita-o, tem o Espírito mais faculdades do que no estado de vigília. Lembra-se do passado e algumas vezes prevê o futuro. Adquire maior potencialidade e pode por-se em comunicação com os demais Espíritos, quer deste mundo, quer do outro. Dizes freqüentemente: Tive um sonho extravagante, um sonho horrível, mas absolutamente inverossímil. Enganaste. É amiúde uma recordação dos lugares e das coisas que viste ou que verás em outra existência e das coisas que viste ou que verás em outra existência ou em outra ocasião. Estando entorpecido o corpo, o Espírito trata de quebrar seus grilhões e de investigar no passado ou no futuro.
"Pobres homens, que mal conheceis os mais vulgares fenômenos da vida! Julgais-vos muito sábios e as coisas mais comezinhas vos confundem. Nada sabeis responder a estas perguntas que todas as crianças formulam: Que fazemos quando dormimos? Que são os sonhos?
"O sono liberta a alma parcialmente do corpo. Quando dorme, o homem se acha por algum tempo no estado em que fica permanentemente depois que morre. Tiveram sonos inteligentes os Espíritos que, desencarnando, logo se desligam da matéria. Esses Espíritos, quando dormem, vão para junto dos seres que lhes são superiores. Com estes viajam, conversam e se instruem. Trabalham mesmo em obras que se lhes deparam concluídas, quando volvem, morrendo na Terra, ao mundo espiritual. Ainda esta circunstância é de molde a vos ensinar que não deveis temer a morte, pois que todos os dias morreis, como disso um santo.
"Isto, pelo que concerne aos Espíritos elevados. Pelo que respeita ao grande número de homens que, morrendo, têm que passar longas horas na perturbação, na incerteza de que tantos já vos falaram, esses vão, enquanto dormem, ou a mundos inferiores à Terra, onde os chamam velhas afeições, ou em busca de gozos quiçá mais baixos do que os em que aqui tanto se deleitam. Vão beber doutrinas ainda mais vis, mais ignóbeis, mais funestas do que as que professam entre vós. E o que gera a simpatia na Terra é o fato de sentir-se o homem, ao despertar, ligado pelo coração àqueles com quem acaba de passar oito ou nove horas de ventura ou de prazer. Também as antipatias invencíveis se explicam pelo fato de sentirmos em nosso íntimo que os entes com quem antipatizamos têm uma consciência diversa da nossa. Conhecemo-los sem nunca os termos visto com os olhos. É ainda o que explica a indiferença de muitos homens. Não cuidam de conquistar novos amigos, por saberem que muitos têm que os amam e lhes querem. Numa palavra: o sono influi mais do que supondes na vossa vida.
"Graças ao sono, os Espíritos encarnados estão sempre em relação com o mundo dos Espíritos. Por isso é que os Espíritos superiores assentem, sem grande repugnância, em encarnar entre vós. Quis Deus que, tendo de estar em contacto com o vício, pudessem eles ir retemperar-se na fonte do bem, a fim de igualmente não falirem, quando se propõem a instruir os outros. O sono é a porta que Deus lhes abriu, para que possam ir ter com seus amigos do céu; é o recreio depois do trabalho, enquanto esperam a grande libertação, a libertação final, que os restituirá ao meio que lhes é próprio.
"O sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono. Notai, porém, que nem sempre sonhais. Que quer isso dizer? Que nem sempre vos lembrais do que vistes, ou de tudo o que haveis visto, enquanto dormíeis. É que não tendes então a alma no pleno desenvolvimento de suas faculdades. Muitas vezes, apenas vos fica a lembrança da perturbação que o vosso Espírito experimenta à sua partida ou no seu regresso, acrescida da que resulta do que fizestes ou do que vos preocupa quando despertos. A não ser assim, como explicaríeis os sonhos absurdos, que tanto os sábios, quanto as mais humildes e simples criaturas têm? Acontece também que os maus Espíritos se aproveitam dos sonhos para atormentar as almas fracas e pusilânimes.
"Em suma, dentro em pouco vereis vulgarizar-se outra espécie de sonhos. Conquanto tão antiga como a de que vimos falando, vós a desconheceis. Refiro-me aos sonhos de Joana, ao de Jacob, aos dos profetas judeus e aos de alguns adivinhos indianos. São recordações guardadas por almas que se desprendem quase inteiramente do corpo, recordações dessa segunda vida a que ainda há pouco aludíamos.
"Tratai de distinguir essas duas espécies de sonhos nos de que vos lembrais, do contrário cairíeis em contradições e em erros funestos à vossa fé."
Os sonhos são efeito da emancipação da alma, que mais independente se torna pela suspensão da vida ativa e de relação. Daí uma espécie de clarividência indefinida que se alonga até aos mais afastados lugares e até mesmo a outros mundos. Daí também a lembrança que traz à memória acontecimentos da precedente existência ou das existências anteriores. As singulares imagens do que se passa ou se passou em mundos desconhecidos, entremeados de coisas do mundo atual, é que formam esses conjuntos estranhos e confusos, que nenhum sentido ou ligação parecem ter.
A incoerência dos sonhos ainda se explica pelas lacunas que apresenta a recordação incompleta que conservamos do que nos apareceu quando sonhávamos. É como se a uma narração se truncassem frases ou trechos ao acaso. Reunidos depois, os fragmentos restantes nenhuma significação racional teriam.
403. Por que não nos lembramos sempre dos sonhos?
"Em o que chamas sono, só há o repouso do corpo, visto que o Espírito está constantemente em atividade. Recobra, durante o sono, um pouco da sua liberdade e se corresponde com os que lhe são caros, quer neste mundo, quer em outros. Mas, como é pesada e grosseira a matéria que compõe, o corpo dificilmente conserva as impressões que o Espírito recebeu, porque a este não chegaram por intermédio dos órgãos corporais."
404. Que se deve pensar das significações atribuídas aos sonhos?
"Os sonhos não são verdadeiros como o entendem os ledores de buena-dicha, pois fora absurdo crer-se que sonhar com tal coisa anuncia tal outra. São verdadeiros no sentido de que apresentam imagens que para o Espírito têm realidade, porém que, freqüentemente, nenhuma relação guardam com o que se passa na vida corporal. São também, como atrás dissemos, um pressentimento do futuro, permitido por Deus, ou a visão do que no mo-mento ocorre em outro lugar a que a alma se transporta. Não se contam por muitos os casos de pessoas que em sonho aparecem a seus parentes e amigos, a fim de avisá-los do que a elas está acontecendo? Que são essas aparições senão as almas ou Espíritos de tais pessoas a se comunicarem com entes caros? Quando tendes certeza de que o que vistes realmente se deu, não fica provado que a imaginação nenhuma parte tomou na ocorrência, sobretudo se o que observastes não vos passava pela mente quando em vigília?"
405. Acontece com freqüência verem-se em sonho coisas que parecem um pressentimento, que, afinal, não se confirma. A que se deve atribuir isto?
"Pode suceder que tais pressentimentos venham a confirmar-se apenas para o Espírito. Quer dizer que este viu aquilo que desejava, foi ao seu encontro. É preciso não esquecer que, durante o sono, a alma está mais ou menos sob a influência da matéria e que, por conseguinte, nunca se liberta completamente de suas idéias terrenas, donde resulta que as preocupações do estado de vigília podem dar ao que se vê a aparência do que se deseja, ou do que se teme. A isto é que, em verdade, cabe chamar-se efeito da imaginação. Sempre que uma idéia nos preocupa fortemente, tudo o que vemos se nos mostra ligado a essa idéia."
406. Quando em sonho vemos pessoas vivas, muito nossas conhecidas, a praticarem atos de que absolutamente não cogitam, não é isso puro efeito de imaginação?
"De que absolutamente não cogitam, dizes. Que sabes a tal respeito? Os Espíritos dessas pessoas vêm visitar o teu como o teu os vai visitar, sem que saibas sempre o em que eles pensam. Demais, não é raro atribuirdes, de acordo com o que desejais, a pessoas que conheceis, o que se deu ou se está dando em outras existências."
407. É necessário o sono completo para a emancipação do Espírito?
"Não; basta que os sentidos entrem em torpor para que o Espírito recobre a sua liberdade. Para se emancipar, ele se aproveita de todos os instantes de trégua que o corpo lhe concede. Desde que haja prostração das forças vitais, o Espírito se desprende, tornandose tanto mais livre, quanto mais fraco for o corpo."
Assim se explica que imagens idênticas às que vemos, em sonho, vejamos estando apenas meio dormindo, ou em simples modorra.
408. E qual a razão de ouvirmos, algumas vezes em nós mesmos, palavras pronunciadas distintamente e que nenhum nexo têm com o que nos preocupa?
"É fato: ouvis até mesmo frases inteiras, principalmente quando os sentidos começam a entorpecer-se. É quase sempre, fraco eco do que diz um Espírito que convosco se quer comunicar."
409. Doutras vezes, num estado que ainda não é bem o do adormecimento, estando com os olhos fechados, vemos imagens distintas, figuras cujas mínimas particularidades percebemos. Que há aí, efeito de visão ou de imaginação?
"Estando entorpecido o corpo, o Espírito trata de desprender-se. Transporta-se e vê. Se já fosse completo o sono, haveria sonho."
410. Dá-se também que, durante o sono, ou quando nos achamos apenas ligeiramente adormecidos, acodem-nos idéias que nos parecem excelentes e que se nos apagam da memória, apesar dos esforços que façamos para retê-las. Donde vêm essas idéias?
"Provêm da liberdade do Espírito que se emancipa e que, emancipado, goza de suas faculdades com maior amplitude. Também são, freqüentemente, conselhos que outros Espíritos dão."
a) - De que servem essas idéias e esses conselhos, desde que, pelos esquecer, não os podemos aproveitar?
"Essas idéias, em regra, mais dizem respeito ao mundo dos Espíritos do que ao mundo corpóreo. Pouco importa que comumente o Espírito as esqueça, quando unido ao corpo. Na ocasião oportuna, voltar-lhe-ão como inspiração de momento."
411. Estando desprendido da matéria e atuando como Espírito, sabe o Espírito encarnado qual será a época de sua morte?
"Acontece pressenti-la. Também sucede ter plena consciência dessa época, o que dá lugar a que, em estado de vigília, tenha intuição do fato. Por isso é que algumas pessoas prevêem com grande exatidão a data em que virão a morrer."
412. Pode a atividade do Espírito, durante o repouso, ou o sono corporal, fatigar o corpo?
"Pode, pois que o Espírito se acha preso ao corpo qual balão cativo ao poste. Assim como as sacudiduras do balão abalam o poste, a atividade do Espírito reage sobre o corpo e pode fatigá-lo."
Allan Kardec. Da obra: O Livro dos Espíritos. 76 edição. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br. Federação Espírita Brasileira. 1995.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Adversidades e Insucessos

 

Todos nos encontramos sujeitos ao que se convencionou chamar adversidade.
Uma tragédia, uma ocorrência marcante pela dor que produz, um acontecimento nefasto, a perda de uma pessoa querida, constituem infortúnios que maceram.
Prejuízos financeiros, danos morais, enfermidades catalogadas como irreversíveis, são adversidades desastrosas em muitas existências.
No entanto, se fosse encarada a vida sob o ponto de vista espiritual, o homem compreenderia a razão de tais insucessos e não se entregaria a desastres mais graves, quais a loucura e o suicídio, a fuga pelo álcool ou pelos tóxicos...
A existência física não transcorre qual nau sem rumo em mar encapelado.
Os atos anteriores e a conduta atual são-lhe mapa e rota para chegar ao destino pelo qual o indivíduo opta.
Realmente desastrosos são os males que se praticam em relação ao próximo, pois que eles irão fomentar as adversidades de amanhã, que são os inadiáveis resgates do infrator.
*
Trabalha para te impedires infortúnios, especialmente os atuais, que defluem da insensatez, da malversação de valores, da malquerença. Entretanto, se fores colhido por insucesso de qualquer natureza ou algum sinistro, assume um comportamento de equilíbrio e enfrenta-os com serenidade.
Tudo passa, às vezes, mais rápido do que se espera.
Contorna os danos causados e, se estiveres ferido no sentimento, confia no tempo, que te pensará a chaga, ajudando-te a sair do embate mais forte e com visão mais clara a respeito da vida.
Em qualquer circunstância, projeta-te mentalmente na direção do amanhã, vendo-te feliz como gostarás de estar.
Com essa imagem positiva avança, superando o primeiro momento inditoso e o próximo, passo a passo, e te surpreenderás vitorioso, no alvo almejado.

Divaldo P. Franco. Da obra: Episódios Diários. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 34. LEAL.

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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

História de uma Vida

 

Tudo começou quando um dia, em minha mãe, num local bem protegido chamado trompa, dois elementos se encontraram: um de minha mãe, o óvulo, e outro de meu pai, o espermatozóide. Como dois apaixonados se aproximaram e se abraçaram tornando-se uma pequenina gota d?agua.
Esse foi o dia mais feliz de minha existência. Recomeçava para mim a oportunidade do retorno à carne, depois de passar um largo tempo no mundo espiritual.
Deram-me o nome de ovo. Eu era muito pequenino, muito menor do que um grão de areia. Iniciei então, uma longa viagem. Empurrado para diante por algo semelhante a cílios, que desenvolviam movimentos delicados como os do mar quando beija docemente a praia, indo e vindo, cheguei enfim a um lugar chamado útero.
Era um lugar macio, quentinho e logo notei não correr perigo. Sem muito esperar, fui me aninhando, agarrando-me firmemente em uma das paredes. Já contava com três dias de vida.
Aos poucos fui me cobrindo com uma membrana daquela mesma parede. Aos nove dias de vida, minha forma era a de um disco e tinha meio milímetro de diâmetro. Fui crescendo e aos doze dias de vida já tinha o dobro do tamanho: um milímetro.
Recebi o nome de embrião. Comodamente instalado, fui formando uma almofada que se chamava placenta, para que melhor me pudesse alimentar, retirando do organismo de minha mãe tudo o que precisava.
Já estava com quase um mês. A expectativa de minha existência era muito grande. A ansiedade de minha mãe se transformou em pura alegria quando os testes deram ?positivo?. Agora era meu pai a querer saber se eu seria menino ou menina, louro ou morena, de olhos castanhos ou azuis.
Quando ele perguntou: como será ele? Fui logo respondendo: tenho forma da letra c, e pareço com um cavalo-marinho. Tenho um centímetro de tamanho.
Não sei se me ouviram mas o que sei é que redobraram cuidados e recomendações.
Aos dois meses, meu corpinho estava mais reto, minha boca mais formada, meu nariz começava a aparecer, meus olhos estavam mais desenvolvidos. Meu tamanho? Quatro centímetros. Meu peso? Cinco gramas.
Aos três meses já tinha forma de gente... E o tempo foi passando.
Emoção mesmo foi no dia em que mamãe pôde ouvir o meu coraçãozinho bater. Sentia como se fosse uma mensagem para ela. E era mesmo. Era meu agradecimento por tudo o que ela fazia e pensava por mim.
Ela esperava, papai aguardava e eu também. Como seria o nosso reencontro?
Seis, sete, nove meses. O médico marcou o dia de minha chegada. O meu enxovalzinho estava pronto e meu bercinho me aguardando. Última semana de espera.
Hoje me apresentei para toda a família. Que alegria! Meu primeiro dia de vida, nos braços de minha mãe.
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Os filhos que nos chegam pelas vias da reencarnação são, quase sempre, espíritos amigos com os quais já vivemos em outras eras.
Chegam-nos, batendo à porta do coração, a solicitar entrada e quando lhes permitimos o ingresso no seio da família, se enchem de felicidade.
Podem ser comparados a aves pequenas que retornam ao ninho, após exaustivas andanças por outras terras, à procura de carinho, ternura e abrigo.
Fiquemos atentos e jamais fechemos as portas do nosso amor a esses pássaros implumes que nos buscam desejando oportunidade para retornar à vida física.
Texto do CD Momento Espírita vol 3 - baseado em Apostila do grupo de gestantes da USE.

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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

SOMBRAS NÃO




Não anotes na estrada
A pedra que te magoa,
Nem acalentes cicatrizes,
Detém-te a recordar na caminhada
O sol que te abençoa
E os encontros felizes.

Não contes no jardim dos próprios sonhos
Os espinhos da prova,
Se a sombra da tristeza ainda te alcança,
Lembra os dias risonhos
No ideal que te ampara e te renova
Em celeste esperança...

Não apontes brejais, esquecendo, de todo,
A tentação que arrasa, a injúria que devora,
Nos pântanos que viste,
Soma as flores colhidas sobre o lodo,
Que induzam a ver, jornada afora,
A grandeza de tudo quanto existe!...

Enumera o tempo, a transformar-te,
Os dons do amor na imperfeição vencida
Os tesouros do bem que te conduz...
E encontrarás Deus, em toda parte,
A burilar-te o ser para a glória da vida
Arrancando-te à treva e impelindo-te à Luz!...


pelo Espírito Iveta Ribeiro - Do livro: Servidores no Além, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Consulte o Bem


O maledicente desejará que você observe, tanto quanto ele, o lado desagradável da vida alheia.

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A criatura vacilante e frágil esperará que suas forças sejam quebradiças.

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O discutidor aguardará seu comparecimento às disputas, a propósito de tudo e de todos.

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O ingrato não se alegrará em vê-lo reconhecido aos outros.

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O personalista não se regozijará, identificando-lhe o respeito aos adversários.

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O revoltado tentará afivelar a máscara da rebeldia ao seu rosto.

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O incompreensível procurará mergulhar sua mente no fundo das perturbações.

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O neurastênico pedir-lhe-á não sorrir.

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O insensato reclamará sua adesão àloucura.

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O homem imperfeitamente espiritualizado sempre busca igualar os semelhantes a si mesmo. Lembre-se, contudo, de que você é você, com tarefa original e responsabilidades diferentes e, se pretende a felicidade real, não deve esquecer a consulta aos padrões do bem, com o Cristo, em todas as horas de sua vida.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã. Ditado pelo Espírito André Luiz. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

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