sábado, 30 de abril de 2011

SOBRE A MORAL MEDIÚNICA



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Sobre a Moral Mediúnica
Desde que iniciamos os nossos trabalhos nesta Casa que o assunto mediunidade e, por conseqüência, médiuns, tem sido o tema preferido para as nossas comunicações.
O médium é o instrumento imperfeito que Deus nos concede para trabalhar. Geralmente seivado de falhas morais, defeitos e imperfeições que dificultam, sobremodo, o bom desempenho das suas tarefas. Quando, porém, o médium consegue erradicar de si os defeitos mais graves, torna-se o instrumento abençoado que utilizamos com segurança, desvelo e respeito.
O tema da "Identidade dos Espíritos" é deveras preocupante, mas elegemos outro tema quiçá tão preocupante e delicado, qual seja a conduta moral do médium.
No medianeiro é necessário observarmos sua moral, sua maneira, portanto, de conduzir-se, de falar e sentir. Não basta que o médium pratique a Caridade ostensiva, mas faz-se urgente que ele erradique em si as inclinações que o tornam vulnerável à ação dos maus Espíritos.
O médium com Jesus está sempre atento à prece e à vigilância. Desde o amanhecer até o momento do repouso noturno, deve observar seus pensamentos, não sintonizando com Entidades malevolentes que visam, atacando o médium descuidado, prejudicar a Doutrina Espírita, também.
Nesta vigilância e atenção, neste comportamento sadio e na ética e dignidade do tarefeiro, está a diferença fundamental entre mediunismo e mediunato.
Costuma-se dar muita importância ao fenômeno mediúnico, às variantes da mediunidade. Ouvimos falar em pesquisas acerca dos Fluidos, do Perispírito, das vibrações dentro das salas de reunião e tantos outros assuntos, de fato, muito interessantes, mas, desafortunadamente, ouvimos muito pouco acerca da moral mediúnica, ela que é a base da credibilidade do trabalho.
Nas palavras inspiradas do nosso dirigente encarnado, o médium é a usina geradora; ele é, deveras, o filtro através do qual escoa, na expressão feliz do nosso Philomeno de Miranda, o pensamento das Entidades benfeitoras. Este pensamento nunca se mostrará tão límpido como no momento em que sai da fonte; depois, ao atravessar os escaninhos mentais do intermediário, poderá conspurcar-se pela infinidade e variedade dos fatores que compõem o campo mental deste, daí que se este campo mental não se encontrar limpo, a mensagem virá deturpada.
Observamos até o modo de vestir-se de um médium, que não deverá primar pelo exotismo. Seu comportamento, igualmente, deve ser sóbrio e discreto, primando pela singeleza e correção.
Todavia, hoje, como ontem, observamos médiuns com o comportamento de atores, exibindo-se em palcos doutrinários. Ostentando a mediunidade de maneira leviana e exibicionista, fazendo dela o veículo de sua realização pessoal e não dos Espíritos comunicantes que, aliás, em sua grande maioria, dispensam tais atitudes. Tais seareiros são reverenciados, cortejados em sua própria perda, lamentavelmente.
A mediunidade é tarefa santa que deve ser tratada na intimidade da sala mediúnica, relevando-se toda e qualquer expressão de cunho pessoal, exteriorizando-se apenas em momentos delicados e especiais.
A vida familiar do medianeiro deve ser intocável, no que lhe diz respeito, zelando este por sua mediunidade, observando, inclusive, o Centro Espírita onde serve. Se se encontra em ambiente desorganizado, dirigido por pessoas desequilibradas emocional e moralmente falando, por medida de bom-senso e precaução, deve buscar outro local para desenvolver sua faculdade. Não o podendo fazer, que exerça severa vigilância sobre tudo que o cerca, para não ver-se envolvido em transtornos.
Tão séria é esta questão que recomendamos cuidado na escolha das amizades, devendo ser evitados aqueles que se conduzem de forma leviana. Auxiliá-los, sim, acompanhá-los, não.
Entre seus próprios familiares evitar os turbulentos e desequilibrados, abstendo-se de comentários, precatando-se no silêncio e na oração.
A vida social convencional não deve fazer parte da rotina do médium. Que estas palavras não vos pareçam excessivamente severas. Elas são fruto da observação e do acompanhamento de atividades mediúnicas ao longo de muitos anos, assim é que chegamos à conclusão de que a vida social ativa não concorda bem com a vida mediúnica ativa. Uma coisa como que se opõe à outra. Todavia, não vos dizemos que o médium deve ser um solitário ou misantropo, de forma alguma. A alegria sadia deve vibrar na tonalidade mediúnica, a convivência fraterna com todos, sem, porém, depender de ninguém em particular para os seus momentos de lazer. Amar e apreciar a todos, auxiliar a quem precisa de auxílio, compartilhar os momentos tristes e os felizes, mas sempre preservar sua integridade, que serve a uma causa nobre e bela.
Assim, como médiuns, sede sensatos, prudentes, bondosos, como deve ser o bom espírita, enfim.
Queridos e amados filhos, não vos assusteis com as nossas colocações. Elas são fruto da nossa preocupação, da observação e também da nossa tristeza pelos muitos médiuns que conhecemos e acompanhamos.


Miguel Vives y Vives

Mensagem recebida em reunião mediúnica do Lar Espírita Chico Xavier, no dia 05/06/1995, pelo médium Vera Cohim.
Revisado pelo professor Humberto Vasconcelos, da Fraternidade Espirita Francisco Peixoto Lins (Peixotinho).
Autorizada a reprodução de toda a mensagem ou parte dela

sexta-feira, 29 de abril de 2011

A GRANDE PERGUNTA





E por que me chamais Senhor,
Senhor, e não fazeis o que eu digo?
- Jesus. (LUCAS, 6:46
)
Em lamentável indiferença, muitas pessoas esperam pela morte do corpo, a fim de ouvirem as sublimes palavras do Cristo.
Não se compreende, porém, o motivo de semelhante propósito. O Mestre permanece vivo em seu Evangelho de Amor e Luz.
É desnecessário aguardar ocasiões solenes para que lhe ouçamos os ensinamentos sublimes e claros.
Muitos aprendizes aproximam-se do trabalho santo, mas desejam revelações diretas. Teriam mais fé, asseguram displicentes, se ouvissem o Senhor, de modo pessoal, em suas manifestações divinas. Acreditam-se merecedores de dádivas celestes e acabam considerando que o serviço do Evangelho é grande em demasia para o esforço humano e põem-se à espera de milagres imprevistos, sem perceberem que a preguiça sutilmente se lhes mistura à vaidade, anulando-lhes as forças.
Tais companheiros não sabem ouvir o Mestre Divino em seu verbo imortal. Ignoram que o serviço deles é aquele a que foram chamados, por mais humildes lhes pareçam as atividades a que se ajustam.
Na qualidade de político ou de varredor, num palácio ou numa choupana, o homem da Terra pode fazer o que lhe ensinou Jesus.
É por isso que a oportuna pergunta do Senhor deveria gravar-se de maneira indelével em todos os templos, para que os discípulos, em lhe pronunciando o nome, nunca se esqueçam de atender, sinceramente, às recomendações do seu verbo sublime.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caminho, Verdade e Vida. Ditado pelo Espírito Emmanuel.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

DEVAGAR, MAS SEMPRE

 

Mas ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova, de dia em dia. Paulo (II CORÍNTIOS, 4:16.).

Observa o espírito de seqüência e gradação que prevalece nos mínimos setores da Natureza.
Nada se realiza aos saltos e, na pauta da Lei Divina, não existe privilégio em parte alguma.
Enche-se a espiga de grão em grão.
Desenvolve-se a árvore, milímetro a milímetro.
Nasce a floresta de sementes insignificantes.
Levanta-se a construção, peça por peça.
ComeÇa o tecido nos fios.
As mais famosas páginas foram produzidas, letra a letra.
A cidade mais rica é edificada, palmo a palmo.
As maiores fortunas de ouro e pedras foram extraídas do solo, fragmento a fragmento.
A estrada mais longa é pavimentada, metro a metro.
O grande rio que se despeja no mar é conjunto de filetes líquidos.
Não abandones o teu grande sonho de conhecer e fazer, nos domínios superiores da inteligência e sentimento, mas não te esqueças do trabalho pequenino, dia a dia.
A vida é processo renovador, em toda a parte, e, segundo a palavra sublime de Paulo, ainda que a carne se corrompa, a individualidade imperecível se reforma, incessantemente.
Para que não nos modifiquemos, todavia, em sentido oposto a expectativa do Alto, é indispensável saibamos perseverar com o esforço de auto-aperfeiçoamento, em vigilância constante, na atividade que nos ajude e enobreça.
Se algum ideal divino te habita o espírito, não olvides o servicinho diário, para que se concretize em momento oportuno.
Há ensejo favorável a realização?
Age com regularidade, de alma voltada para a meta.
Há percalços e lutas, espinhos e pedrouços na senda?
Prossegue, mesmo assim.
O tempo, implacável dominador de civilizações e homens, marcha apenas com sessenta minutos por hora, mas nunca se detém.
Guardemos a lição e caminhemos para diante, com a melhoria de nós mesmos.
Devagar mas sempre.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Fonte Viva. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 23 edição. Lição 63. Rio de Janeiro, RJ: FEB. 1999.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

SIMPLIFICA




Clamas que o tempo está curto;
Contudo, o tempo replica:
"Não me gastes sem proveito,
Simplifica, simplifica."

É muita conta a buscar-te..
Armazém, loja, botica...
Aprende a viver com pouco,
Simplifica, simplifica.

Incompreensões, chicotadas?
Calúnia, miséria, trica?
Não carregues fardo inútil,
Simplifica, simplifica.

Encontras no próprio lar
Parente que fere e implica?
Desculpa sem reclamar,
Simplifica, simplifica.

Se alguém te injuria em rosto,
Se te espanca ou sacrifica,
Olvida a loucura e segue,
Simplifica, simplifica.

Recebes dos mais amados
Ofensa que não se explica?
Esquece a lama da estrada,
Simplifica, simplifica.

Alegas duro cansaço,
Queres casa imensa e rica;
Foge disso enquanto é tempo,
Simplifica, simplifica.

Crês amparar a família
Pelo vintém que se estica...
Excesso cria ambição.
Simplifica, simplifica.

Dizes que o mundo é de pedra,
Que as provas chegam em bica;
Não deites limão nos olhos,
Simplifica, simplifica.

Recorres ao Mestre em pranto
Na luta que te complica
E Jesus pede em silêncio:
Simplifica, simplifica.


pelo Espírito Cornélio Pires - Do livro: Assembléia de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos.

terça-feira, 26 de abril de 2011

DEFENDA-SE

 


Não converta seus ouvidos num paiol de boatos.
A intriga é uma víbora que se aninhará em sua alma. Não transforme seus olhos em óculos da maledicência.
As imagens que você corromper viverão corruptas na tela se sua mente.
Não Faça de suas mãos lanças para lutar sem proveito.
Use-as na sementeira do bem.
Não menospreze sua faculdades criadoras, centralizando-as nos prazeres fáceis.
Você responderá pelo que fizer delas.
Não condene sua imaginação às excitações permanentes.
Suas criações inferiores atormentarão seu mundo íntimo.
Não conduza seus sentimentos à volúpia de sofrer.
Ensine-os a gozar o prazer de servir.
Não procure o caminho do paraíso, indicando aos outros a estrada para o inferno. A senda para o Céu será construída dentro de você mesmo.
* * *
André Luiz
(Mensagem retirada do livro "Agenda Cristã" psicografia de Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 25 de abril de 2011

QUE É SER ESPÍRITA?

 


Odalea Fazollo Pereira

"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más".Allan Kardec (1)

Ser espírita é ser autêntico, trabalhando na autonomia pessoal o direito à felicidade possível; é ser íntimo da alegria, num fluir contínuo de comunhão da criatura com a fonte da beleza, que é o Criador; é orar com absoluta confiança n’Ele, trabalhando com entusiasmo, agindo caridosamente, desculpando os ofensores, aplicando a bondade, a lealdade, a humildade, a compreensão e o algodão do perdão na chaga aberta por quantos nos ferem ou agem de maneira reprochável; é praticar a caridade em todos os níveis e em todas as oportunidades que se oferecem, porque "fora da Caridade não há salvação" para as nossas Almas; é saber amar o próximo, estendendo este amor até mesmo aos que nos magoam, nos ferem e são caracterizados à conta de inimigos, vez que, aquele que fere, é um doente da Alma, apartado do bem e do amor a Deus; é tolerar com paciência, as situações desagradáveis e as horas amargas, defrontadas no curso do carreiro evolutivo, não permitindo que os empecilhos se transformem em tristezas entorpecentes ou mecanismos ancilosantes que obstam nossa ação no bem com Jesus; é ser benevolente com os irmãos em Humanidade e não exigir deles qualidades que ainda não possuímos.

Quando tudo parece conspirar contra a felicidade almejada, o espírita será sempre aquele que erguerá os olhos para a face risonha da Vida que o antoja, superando o momento aziago com alegria, confiança em Deus, serenidade, bondade e amor...

O Espírita-Cristão, não carece ser na sociedade em que vive, um ser exótico, diferente dos demais, senão na consciência reta e pulcra no fiel comprimento dos deveres que lhe são próprios.

A Divina Sabedoria que rege nossos destinos, é perfeita em todos os sentidos e observando nossa condição de Espíritos Eternos, acalenta-nos em seu Amor Infinito e incondicional, preceituando para cada um de nós: saúde e não doença, conciliação e não discórdia, paz e não desequilíbrio, tolerância e não intransigência, alegria e não tristeza, esperança e não desânimo, perdão e não ressentimento, êxito e não fracasso, coragem e não fraqueza, fé e não medo destrutivo, disciplina e não desordem, progresso e não atraso.

A Doutrina de Jesus, se resume toda no amor e nos ensina a caridade, a justiça, a humildade, a paciência, a abnegação, o perdão e a resignação dinâmica que sabe agir no momento certo, jamais se amolentando na indiferença ou no desânimo...

O perdão oferecido pelo verdadeiro espírita, é aquele que brota das mais profundas anfractuosidades do coração e faz olvidar por completo as ofensas recebidas.

Os Espíritos amigos exoram:

"Pregai, exemplificando, a Caridade ativa, infatigável, que Jesus vos ensinou, substituindo a cólera que conspurca pelo amor que edifica; sede probos, leais e conscienciosos, fazendo sempre aos outros o que quereis que vos façam; amai sem escravizar-vos e sem escravizar".

Espiritismo!... Que além de ser Ciência, Filosofia e Religião, é também poesia!...

"Felizes dos que te conhecem e tiram proveito de seus ensinos!..."

(1) Kardec, A. in "O Evangelho segundo o Espiritismo" - Capítulo XVII, item 4 § 5

***

domingo, 24 de abril de 2011

O BEM SEMPRE





A liberdade é uma lei da vida e assegura a cada um o direito de escolher os caminhos que deseja trilhar.
Tem como contraparte indispensável a responsabilidade pelo que se decide fazer.
Em algum momento, se é chamado a dar conta dos próprios atos.
Por vezes, a colheita parece tardar, mas ela invariavelmente ocorre.
Nesse contexto, compensa ser um agente do bem, fomentar o progresso e a concórdia.
Uma das formas pelas quais você pode optar pelo bem refere-se ao que fala do semelhante.
Quando convidado a falar sobre alguém, refira-se ao seu lado positivo.
Sempre há algo de bom a ressaltar no próximo.
Essa atitude dá ao outro a oportunidade de renovar as paisagens íntimas infelizes, sem o constrangimento de terceiros saberem de suas dificuldades.
Se alguém age mal em referência a você, inutilmente passará o acontecimento adiante.
Muito ajuda quem não divulga as mazelas do semelhante.
A pessoa que se diz amante da paz e desejosa do bem necessita aprender a policiar a palavra.
A invigilância em relação ao verbo tem sido responsável por muitos dissabores e conflitos desnecessários.
A civilização e a cultura engendram os valores éticos da educação.
Esses valores são eficientes recursos para que o homem se liberte das paixões inferiores que tanto o infelicitam.
Ocorre que desentendimentos, com frequência, o fazem retornar a expressões primitivas, que já deveria ter superado.
Cada palavra feroz ou irônica constitui ingrediente para a combustão do ódio.
Assim, a invigilância com a palavra contribui enormemente para a sementeira da amargura.
É útil e urgente esforçar-se em preservar a paz íntima, mesmo quando estimulado pelos outros a falar e agir de modo diverso.
Os hábitos mentais criam condicionamentos positivos ou negativos.
Quem se permite pensamentos doentios em torno de ódio, suspeita, ciúme e inveja condiciona-se de modo deletério.
Quando colocado em situação difícil, tende a agir conforme os valores nocivos que acalenta no íntimo.
Já quem se habitua a refletir sobre valores como humildade, pacificação e concórdia dispõe de superiores meios para viver dignamente.
Quando confrontado com a antipatia espontânea de alguém, em si mesmo infeliz, consegue manter uma atitude pacífica.
Você sempre reagirá na conformidade do pensamento que cultivar.
Falará e agirá de acordo com seus depósitos mentais, criados no cotidiano.
Assim, atente, quanto possível, para os valores dignificantes do seu próximo.
Procure identificar-lhe as virtudes e possibilidades, em vez dos equívocos que ainda comete.
Ao se acostumar a valorizar o bem, passará a falar e a agir de modo positivo.
Pense nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 50, do livro Leis morais da vida, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 13.04.2011.

sábado, 23 de abril de 2011

VALORIZAÇÃO DA VIDA HUMANA



 

Iniciamos a Coluna Espírita, da SEPE - Sociedade de Estudos e Pesquisas Espiritas, destinada a informar aos leitores e internautas em geral, as propostas que a Doutrina dos Espíritos, codificada por Allan Kardec, apresenta na esperança de contribuir com o Ser Humano, em sua marcha ascensional, com o fim de atingir a integração com o Pai.

Assim, nada melhor que o tema "Valorização da Vida Humana", para iniciar nossos estudos.

1994 foi um ano dedicado à família, à vida, praticamente por todas as religiões. O direito de viver, é o primeiro de todos os direitos naturais do homem. (1)

Partindo desse princípio o homem é convocado a exercer a vida em toda sua extensão, pois que ela, a vida, se estende para além do campo da matéria, em outras dimensões de existência. Jesus nos falava: "Eu vim para que tenham Vida, e a tenham em abundância."(2) Estas palavras de Jesus demonstram a grandeza e o valor da Vida humana, em todas as suas modalidades.

A Doutrina dos Espíritos sabe que o Evangelho encontra ressonância nos corações de todos, sejam espíritas ou não, crentes ou não.

Todo homem reconhece na lei natural, o direito natural de viver, o qual está inscrito em seu coração e em sua consciência; reconhece o valor transcendente da vida humana, desde o nascimento até o desencarne. Em vista desse reconhecimento pode-se afirmar o direito desse bem, natural, ser inteiramente respeitado. Tal fato conduz à convivência humana e à própria comunidade.

Os espíritas de modo geral, defendem e promovem esse direito.

Por isso, não pode deixar de ecoar no coração de todo espírita, qualquer ameaça à dignidade e à vida humana.

Atualmente é grandiosa a multiplicação e o agravamento das ameaças à vida humana, em todo o planeta, principalmente quando ela é frágil e sem defesa.

Juntam-se às velhas chagas da miséria, da fome, das doenças, da violência, outras, novas, com formas e dimensões inéditas e inquietantes.

João Paulo II, na Encilica Evangelium Vitae, alerta dizendo: "Tudo quanto se opõe à Vida, como seja, toda espécie de homicídio, genocídio, aborto, eutanásia e suicídio voluntário; tudo o que viola a integridade da pessoa humana, como as mutilações, os tormentos corporais e mentais e as tentativas para violentar as próprias consciências; tudo quanto ofende a dignidade da pessoa humana, como as condições de vida infra-humanas, as prisões arbitrárias, as deportações, a escravidão, a prostituição, o comércio de mulheres e jovens; e também as condições degradantes de trabalho, em que os operários são tratados como meros instrumentos de lucro e não como pessoas livres e responsáveis. Todas essas coisas e outras são infamantes; ao mesmo tempo que corrompem a civilização humana, desonram mais aqueles que assim procedem, do que os que padecem injustamente; e ofendem gravemente a honra devida ao Criador."

O progresso científico e tecnológico, ao invés de minorar a situação, alertada por João Paulo II, pelo contrário, parece ampliá-lo ainda mais. Com tal progresso, surgem novas formas para atentar contra a dignidade e a vida humana.

Esboça-se e torna-se seguro uma nova situação cultural, com a finalidade de dar aos crimes contra a vida, uma aspecto inédito: amplos setores da opinião pública, movidos pela mídia, pelos instrumentos de comunicação em massa, justificam crimes contra a vida em nome dos direitos da liberdade. Com base nesse direito, pretende-se a impunidade e ainda, a autorização do Estado para sua prática, com a colaboração gratuita dos serviços de saúde. Com o reconhecimento de ações contra a vida, delineia-se o sintoma que leva à ruína moral: a liberdade de escolha, antigamente consideradas criminosas e rejeitadas pelo senso moral comum, gradativamente vão tornando-se respeitáveis. Veja-se o problema do aborto, prostituição, etc.

A medicina que deveria orientar-se para a defesa e manutenção da vida, em alguns setores passou a orientar-se de forma divergente, contradizendo-se a si mesma.

Os problemas demográficos, sociais, que assustam devido à sua incidência em vários povos, estão a exigir uma atenção cristã, espirita, de amor, responsável por parte das comunidades que integram o planeta. Tais problemas encontram-se sujeitos a soluções falsas e ilusórias, em vista dos avanços científicos e tecnológicos. Soluções que contrastam com a verdade e o bem estar dos seres humanos e das nações.

O resultado é dramático. É grave o fenômeno da eliminação de tantas vidas humanas nascentes ou encaminhadas para a extinção. A Doutrina Espírita sente, sabe que deve dar voz àqueles que não a tem. Seu grito é o grito de Jesus: "Bem aventurados os pobres, porque deles é o Reino de Deus", ou conforme tradução de André Chouraqui: "Em marcha, humilhados do sopro! Sim, deles é o reino dos céus". Grito em defesa dos pobres do mundo, dos que são ameaçados, dos que são desprezados, dos que são oprimidos nos seus anseios de preservar o direito natural, inalienável, o direito à Vida.

Hoje, com vistas à organização de uma nova ordem mundial, injustiças e opressões disfarçadas em elementos de progresso, estão reinando, sob o guante das injustiças sociais, oprimindo multidões de seres humanos fracos e indefesos, no direito fundamental: o direito à Vida.

Assim, é importante respeitar, defender, amar e servir à vida. Este o caminho para a justiça, o progresso, a liberdade, a paz e felicidade.

É importante nossos esforços para agir no sentido de que cresçam a justiça e a solidariedade; para que se crie uma nova cultura da vida humana, com o fim de edificar uma nova civilização, autentica, voltada para a Verdade e para o Amor.
Bibliografia:

* (1) Livro dos Espíritos - Perg. 880
* (2) Biblia Sagrada - João - 10:10

sexta-feira, 22 de abril de 2011

CONVIVÊNCIA

 

Se você encontra uma pessoa difícil em sua intimidade, essa é a criatura exata que as leis da reencarnação lhe trazem ao trabalho de burilamento próprio. Abençoemos se quisermos ser abençoados.
* * *
Xavier, Francisco Candido. Da obra: Tempo e Nós.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
IDEAL.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

COM JESUS

 

A renúncia será um previlégio para você.
*
O sofrimento glorificará sua vida.
*
A prova dilatará seus poderes.
*
O trabalho constituirá título de confiança em seu caminho.
*
O sacrifício sublimará seus impulsos.
*
A enfermidade do corpo será remédio salutar para a sua alma.
*
A calúnia lhe honrará a tarefa.
*
A perseguição será motivo para que você abençoe a muitos.
*
A angústia purificará suas esperanças.
*
O mal convocará seu espírito à prática do bem.
*
O ódio desafiar-lhe-á o coração aos testemunhos de amor.
*
A Terra, com os seus contrastes e renovações incessantes, representará bendita escola de aprimoramento individual, em cujas lições purificadoras deixará você o egoísmo para sempre esmagado.
* * *
Xavier, Francisco Candido. Da obra: Agenda Cristã.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1999.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

MENSAGEM DA CRIANÇA

 

Dizes que sou o futuro. Não me desampares o presente.
Dizes que sou a esperança da paz.
Não me induzas à guerra.
Dizes que sou a promessa do bem.
Não me confies ao mal.
Dizes que sou a luz dos teus olhos.
Não me abandones às trevas.
Não espero somente o teu pão.
Dá-me luz e entendimento.
Não desejo tão só a festa de teu carinho.
Suplico-te amor com que me eduques.
Não te rogo apenas brinquedos.
Peço-te bons exemplos e boas palavras.
Não sou simples ornamento de teu caminho.
Sou alguém que bate à porta em nome de Deus.
Ensina-me o trabalho e a humildade, o devotamento e o perdão.
Compadece-te de mim e orienta-me para o que seja bom e justo...
Ajuda-me hoje para que amanhã eu não te faça chorar.
* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Antologia da criança.
Ditado pelo Espírito Meimei.
IDEAL.

terça-feira, 19 de abril de 2011

O PODER DA GENTILEZA

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Eminente professor negro, interessado em fundar uma escola num bairro singelo, onde centenas de crianças desamparadas cresciam sem o benefício das letras, foi recebido pelo prefeito da cidade que lhe disse imperativamente, depois de ouvir-lhe o plano:
- A lei e a bondade nem sempre podem estar juntas. Organize uma casa e autorizaremos a providência.
- Mas, doutor, não dispomos de recursos... - considerou o benfeitor dos meninos desprotegidos.
- Que fazer?
- De qualquer modo, cabe-nos amparar os pequenos analfabetos.
O prefeito reparou-lhe demoradamente a figura humilde, fez um riso escaninho e acrescentou:
- O senhor não pode intervir na administração.
O professor, muito triste, retirou-se e passou a tarde e a noite daquele sábado, pensando, pensando...
Domingo, muito cedo, saiu a passear, sob as grandes árvores, na direção de antigo mercado.
Lá comentando, na oração silenciosa:
- Meu Deus, como agir? Não receberemos um pouso para as criancinhas, Senhor?
Absorvido na meditação, atingiu o mercado e entrou.
O movimento era enorme.
Muitas compras. Muita gente.
Certa senhora, de apresentação distinta, aproximou-se dele e tomando-o por servidor vulgar, de mãos desocupadas e cabeça vazia, exclamou:
- Meu velho, venha cá.
O professor acompanhou-a, sem vacilar.
À frente dum saco enorme, em que se amontoavam mais de trinta quilos de verdura, a matrona recomendou:
- Traga-me esta encomenda.
Colocou ele o fardo às costas e seguiu-a.
Caminharam seguramente uns quinhentos metros e penetraram elegante vivenda, onde a senhora voltou a solicitar:
- Tenho visitas hoje. Poderá ajudar-me no serviço geral?
- Perfeitamente - respondeu o interpelado -, dê suas ordens.
Ela indicou pequeno pátio e determinou-lhe a preparação de meio metro de lenha para o fogão.

Empunhando o machado, o educador, com esforço, rachou algumas toras. Findo o serviço, foi chamado para retificar a chaminé. Consertou-a com sacrifício da própria roupa. Sujo de pó escuro, da cabeça aos pés, recebeu ordem de buscar um peru assado, a distância de dois quilômetros. Pôs-se a caminho, trazendo o grande prato em pouco tempo. Logo após, atirou-se à limpeza de extenso recinto em que se efetuaria lauto almoço.
Nas primeiras horas da tarde, sete pessoas davam entrada no fidalgo domicílio. Entre elas, relacionava-se o prefeito que anotou a presença do visitante da véspera, apresentado ao seu gabinete por autoridades respeitáveis. Reservadamente, indagou da irmã, que era a dona da casa, quanto ao novo conhecimento, conversando ambos em surdina.
Ao fim do dia, a matrona distinta e autoritária, com visível desapontamento, veio ao servo improvisado e pediu o preço dos trabalhos.
- Não pense nisto - respondeu com sinceridade -,tive muito prazer em ser-lhe útil.
No dia imediato, contudo, a dama da véspera procurou-o, na casa modesta em que se hospedava e, depois de rogar-lhe desculpas, anunciou-lhe a concessão de amplo edifício, destinado à escola que pretendia estabelecer. As crianças usariam o patrimônio à vontade e o prefeito autorizaria a providência com satisfação.
Deixando transparecer nos olhos úmidos a alegria e o reconhecimento que lhe reinavam n'alma, o professor agradeceu e beijou-lhe as mãos, respeitoso.
A bondade dele vencera os impedimentos legais.
O exemplo é mais vigoroso que a argumentação.
A gentileza está revestida, em toda parte, de glorioso poder.
* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Alvorada Cristã.
Ditado pelo Espírito Neio Lúcio.
11a edição. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

NAS CONVERSAÇÕES

 

Não se irrite com o interlocutor, se não lhe corresponde à expectativa. Talvez não tenha sido você suficientemente claro na expressão.
*
Se o interpelado não atende, de pronto, cale as reclamações. É provável que ele seja gago e, se o não for, a descortesia é uma infelicidade em si mesma.
*
Quando alguém não lhe der a informação solicitada, com a presteza que você desejaria, não se aborreça. Recorde que a surdez pode atacar a todos.
*
Evite os assuntos desconcertantes para o ouvinte. Todos temos zonas nevrálgicas no destino, sobre as quais precisamos fazer silêncio.
*
Não pergunte a esmo. Quem muito interroga, muito fere.
*
Cultive a delicadeza com os empregados de qualquer instituição ou estabelecimento, onde você permaneça de passagem. Sua mente, quase sempre, está despreocupada em semelhantes lugares e ignora os problemas de quem foi chamado a servi-lo.
*
Seja leal, mas fuja à franqueza descaridosa. A pretexto de ser realista, não pretenda ser mais verdadeiro que Deus, somente de cuja Autoridade Amorosa recebemos as revelações e trabalhos de cada dia.
*
Se o companheiro lhe fere o ouvido com má resposta, tenha calma e espere o tempo. Possivelmente já respondeu com gentileza noventa e nove vezes a outras pessoas, ou, talvez, acabe de sofrer uma perda importante.
*
Ajude, conversando. Uma boa palavra auxilia sempre.
*
Lembre-se de que o mal não merece comentário em tempo algum.
* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
Edição de Bolso. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1999.

domingo, 17 de abril de 2011

TUDO PASSA...


Todas as coisas na Terra passam.
Os dias de dificuldade passarão...
Passarão, também, os dias de amargura e solidão.

As dores e as lágrimas passarão.
As frustrações que nos fazem chorar... Um dia passarão.

A saudade do ser querido que está longe, passará.

Os dias de tristeza...
Dias de felicidade...
São lições necessárias que, na Terra, passam, deixando no espírito imortal
as experiências acumuladas.

Se, hoje, para nós, é um desses dias,
repleto de amargura, paremos um instante.
Elevemos o pensamento ao Alto
e busquemos a voz suave da Mãe amorosa,
a nos dizer carinhosamente: 'isto também passará'

E guardemos a certeza pelas próprias dificuldades já superadas que não há mal que dure para sempre,
semelhante a enorme embarcação que, às vezes, parece que vai soçobrar diante das turbulências de gigantescas ondas.

Mas isso também passará porque Jesus está no leme dessa Nau
e segue com o olhar sereno de quem guarda a certeza de que a
agitação faz parte do roteiro evolutivo da Humanidade
e que um dia também passará.

Ele sabe que a Terra chegará a porto seguro
porque essa é a sua destinação.

Assim, façamos a nossa parte o melhor que pudermos,
sem esmorecimento e confiemos em Deus,
aproveitando cada segundo, cada minuto que, por certo, também passará.

Tudo passa...
exceto Deus.

Deus é o suficiente!


Chico pegou carona na Epístola de Paulo aos Coríntios: 'Tudo passa'. E escreveu uma das páginas mais sábias da literatura humana.

Um texto que se aproveita a todas as religiões, a merecer reflexão profunda em face dos dias difícieis por que atravessa a Humanidade.

Uma página de amor e esperança para os aflito.

Autor: Fábio Braga

sábado, 16 de abril de 2011

COLABORAÇÃO

 

Em sua condição de movimento renovador das consciências, a Nova Revelação vem despertar o homem para o lugar determinado que a Providência lhe confere, esclarecendo-o, acima de tudo, de que o egoísmo, filho da ignorância e responsável pelos desvarios da alma, é perigosa ilusão. Trazendo-nos a chave dos princípios religiosos, vem compelir-nos à observância das leis mais simples da vida, revelando-nos o impositivo de colaboração a que não conseguiremos fugir.
A vida, pródiga de sabedoria em toda parte, demonstra o princípio da cooperação, em todos os seus planos.
O verme enriquece a terra e a terra sustenta o verme.
A fonte auxilia as árvores e as árvores conservam a fonte.
O solo ampara a semente e a semente valoriza o solo.
As águas formam as nuvens e a nuvens alimentam as águas.
A abelha ajuda a fecundação das flores e as flores contribuem com as abelhas no fabrico do mel.
Um pão singelo é gloriosa síntese do trabalho de equipe da natureza. Sem as lides da sementeira, sem as dádivas do Sol, sem as bênçãos da chuva, sem a defesa contra os adversários da lavoura, sem a assistência do homem, sem o concurso do moinho e sem o auxílio do forno, o pão amigo deixaria de existir.
Um casaco inexpressivo é fruto do esforço conjugado do fio, do tear, da agulha e do alfaiate, solucionando o problema da vestidura.
Assim como acontece na esfera das realizações materiais, a Nova Revelação convida-nos, naturalmente, a refletir sobre a função que nos cabe na ordem moral da vida.
Cada criatura é peça significativa na engrenagem do progresso.
Todos possuímos destacadas obrigações no aperfeiçoamento do espírito.
Alma sem trabalho digno é sombra de inércia no concerto da harmonia geral.
Cérebros e corações, mãos e pés, em disponibilidade , palavras ocas e pensamentos estanques constituem congelamento deplorável do serviço da evolução.
A vida é a força divina que marcha para diante.
Obstruir-lhe a passagem, desequilibrar-lhe os movimentos, menoscabar-lhe os dons e olvidar-lhe o valor é criar aflição e sofrimento que se voltarão, agora ou mais tarde, contra nós mesmos.
Precatem-se, portanto, aqueles que julgam encontrar na mensagem do Além o elixir do êxtase preguiçoso e improdutivo.
O mundo espiritual não abriria suas portas para consagrar a ociosidade.
As almas que regressam do túmulo indicam a cada companheiro da Terra a importância da existência na carne, acordando-lhe na consciência não só a responsabilidade de viver, mas também a noção do serviço incessante do bem, como norma de felicidade imperecível.
* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Roteiro.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
9a edição. Rio de Janeiro: FEB, 1994.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

PRECE DE CÁRITAS


DEUS, nosso Pai, que sois todo poder e bondade, dai forca àquele que passa pela provação; dai luz àquele que procura a verdade, pondo no coração do homem a compaixão e a caridade. Deus, dai ao viajor a estrela guia; ao aflito a consolação; ao doente o repouso. Pai, dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, a criança o guia, ao órfão o pai. Senhor, que a vossa bondade se estenda sobre tudo que Criastes. Piedade Senhor, para aqueles que não vos conhecem, esperança para aqueles que sofrem. Que a Vossa bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda parte a paz, a esperança e a fé. Deus, um raio, uma faísca do Vosso amor pode abrasar a terra. Deixa-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita e todas as lágrimas secarão, todas as dores acalmar-se-ão. Um só coração, um só pensamento subirá até Vós como um grito de reconhecimento e amor. Como Moisés sobre a montanha, nos Vós esperamos com os braços abertos, oh! Poder... oh! Bondade... oh! Beleza... oh! Perfeição, e queremos de alguma sorte alcançar a Vossa misericórdia. Deus, dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até Vós. Dai-nos a caridade pura; dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas, o espelho onde deve refletir a Vossa Santa e Misericordiosa imagem.

* * *

Mme. W. Krill.
Ditado pelo Espírito Cáritas.
25 de dezembro de 1873.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

CARIDADE DO PENSAMENTO


Sabemos todos que o pensamento é onda de vida criadora, emitindo forças e atraindo-as, segundo a natureza que lhe é própria. Fácil entender, à vista disso, que nos movemos todos num oceano de energia mental.
*
Cada um de nós é um centro de princípios atuantes ou de irradiações que liberamos, consciente ou inconscientemente.
*
Sem dúvida, a palavra é o veículo natural que nos exprime as idéias e as intenções que nos caracterizem, mas o pensamento, em si, conquanto a força mental seja neutra qual ocorre à eletricidade, é o instrumento genuíno das vibrações benéficas ou negativas que lançamos de nós, sem a apreciação imediata dos outros.
Meditemos nisso, afastemos do campo íntimo qualquer expressão de ressentimento, mágoa, queixa ou ciúme, modalidades do ódio, sempre suscetível de carrear a destruição.
*
Se tens fé em Deus, já sabes que o amor é a presença da luz que dissolve as trevas.
*
Cultivemos a caridade do pensamento.
*
Dá o que possas, em auxílio aos outros, no entanto, envolve de simpatia e compreensão tudo aquilo que dês.
*
No exercício da compaixão, que é a beneficência da alma, revisa o que sentes, o que desejas, o que acreditas e o que falas, efetuando a triagem dos propósitos mais ocultos que te inspirem, a fim de que se traduzam em bondade e entendimento, porque mais dia menos dia, as nossas manifestações mais íntimas se evidenciam ou se revelam, inelutavelmente, de vez que tudo aquilo que colocarmos, no oceano da vida, para nós voltará.
* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Paciência.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
CEU, 1983.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

CARIDADE



Nos caminhos claros da inteligência, muitas vezes as rosas da alegria incompleta produzem os espinhos da dor, mas, nas sendas luminosas da caridade, os espinhos da dor oferecem rosas de perfeita alegria.
Onde a mão da caridade não passou, no campo da vida, as pedras e a erva daninha alimentam o deserto; e, enquanto não atinge o cérebro, elevando-se do sentimento ao raciocínio, a ciência é simples cálculo que a maldade inclina à destruição.

*

indubitavelmente, a fé improvisa revolucionários, a instrução erige doutores, a técnica forma especialistas e a própria educação, venerável em seus fundamentos, burila gentilhomens para as manifestações do respeito recíproco e da solidariedade comum. Só a caridade, porém, edifica os apóstolos do bem que regeneram o mundo e lhe santificam os destinos.

*

A investigação e a cultura erguerão universidades e academias, onde o pensamento se entronize vitorioso; entretanto, somente a caridade possui as chaves do coração humano para fazer a vida melhor.

*

Cristãos abnegados da era nova, uni-vos sob o estandarte da divina virtude! Não convertais o tesouro do Céu em motivo para indagações ociosas quando, ao redor de vossos passos, se agita a multidão atormentada. Multiplicai o pão da crença e do reconforto, à frente da turba aflita e esfaimada, porque o Senhor vos renovará os dons de auxiliar, toda vez que o cântaro de vosso esforço trouxer aos mananciais de cima o sublime sinal da caridade benfeitora. Estudai e meditai, monumentalizando as obras de benemerência pública e ensinando a verdade imperecível com que a Nova Revelação vos enriquece, mas não vos esqueçais de instalar no peito um coração fraterno e compadecido.

*

Instituições materiais primorosas, sem o selo íntimo da caridade, são frutos admiráveis sem sementes. Sem a compreensão, filha da piedade generosa e construtiva, nossa organização doutrinal seria um palácio em trevas.

*

Iluminemos a luta em torno, clareando a vida por dentro.

*

Aspiremos ao paraíso, cooperando para que o bem alcance toda a Terra.

*

Fora de Deus não há vida e fora da caridade, que é o Divino Amor, não há redenção.

* * *

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade.
Ditado pelo Espírito Thereza.
Araras, SP: IDE, 1978.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Queixas-te, por vezes, de “azar” ou “má sorte”.


Notas azedume e irritação nos outros, por onde vás.
Ignoramos se já sabes que somos espelhos uns dos outros.
Cada um de nós vê nos companheiros as imagens uns dos outros.
Mas não projetamos apenas a nossa imagem. Arrojamos de nós, igualmente, as nossas disposições mais íntimas.
Se nos aproximamos de alguém, transportando alegria ou aborrecimento, simpatia ou aversão, a pessoa ou as pessoas que nos cercam passam, de imediato, a retratar-nos as disposições psicológicas.
Não te digas sem amigos e sem caminhos, à maneira de alguém que vive no mundo, diante de portas fechadas.
Acende a luz do sorriso na própria face e deixa que a bondade e a compreensão te orientem os modos e as palavras.
Trata aos outros como desejas que os outros te tratem.
Em seguida, observa os resultados.

Livro Momentos de Paz - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel
.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

SEM DESÂNIMO




A dor te visitou, sem aviso prévio.

É compreensível que a emotividade te envolva, diante de acontecimentos que te atingirem no âmago do ser.

Contudo, procura raciocinar.

Lembra-te do amparo de Deus, que já te sustentou em outras situações difíceis.

Recorda as palavras de Jesus, prometendo consolação aos que sofrem.

Lembra-te dos amigos espirituais que te guiam e vem sustentando os passos, por entre os caminhos espinhosos.

Equilibra-te na certeza de que o tempo é solucionador natural de todos os problemas que não possas resolver de imediato.

Confia em Deus e segue para frente.

Amanhã compreenderás melhor as razões das dores, que, hoje padecem incompreensíveis.

* * *

Clayton.
Ditado pelo Espírito Augusto.

domingo, 10 de abril de 2011

MAIS AMOR

Rogas à vida o roteiro
Da Esfera Superior,
E a vida responde sempre:
Meditar com mais amor.
Procurando, desse modo,
Caminho renovador,
Em toda dificuldade,
Apóia com mais amor.
Se esperas pelo futuro
Como ninho aberto em flor,
Arando a terra do sonho,
Trabalha com mais amor.
Recebe, pois, o infortúnio
Com desassombro e valor,
Se a provação recrudesce,
Suporta com mais amor.

Tolera com paciência
A nuvem do dissabor;
Buscando nova alegria,
Ampara com mais amor.
Caluniaram-te a vida?
Perdoa seja a quem for.
Quem vive para a verdade,
Entende com mais amor.

Amigos desavisados
Trouxeram-te sombra e dor?
Diante de todos eles,
Auxilia com mais amor.

Feriram-te as esperanças
Brandindo verbo agressor?
Não critiques nem te queixes...
Espera com mais amor.

Ante o jogo de ilusões
Que o mal te venha a propor,
No cultivo da humildade,
Resiste com mais amor.
Se desejas alcançar
A comunhão do Senhor,
Arrima-te à caridade
E serve com mais amor.

* * *

Xavier, Francisco Cândido; Baccelli, Carlos A.. Da obra: Brilhe Vossa Luz.
Ditado pelo Espírito Casimiro Cunha.
4a edição. Araras, SP: IDE, 1987.

sábado, 9 de abril de 2011

QUANTO MAIS

Abençoai sempre as vossas dificuldades e não as lastimeis, considerando que Deus nos concede sempre o melhor e o melhor tendes obtido constantemente com a possibilidade de serdes mais úteis.
*

Quanto mais auxiliardes aos outros, mais amplo auxílio recebereis da Vida Mais Alta.

*

Quanto mais tolerardes os contratempos do mundo, mais amparados sereis nas emergências da vida, em que permaneceis buscando paz e progresso, elevação e luz.

*

Quanto mais liberdade concederdes aos vossos entes amados, permitindo que eles vivam a existência que escolheram, mais livres estareis para obedecer a Jesus, construindo a vossa própria felicidade.

*

Quanto mais compreenderdes os que vos partilham os caminhos humanos, mais respeitados vos encontrareis de vez que, quanto mais doardes do que sois em benefício alheio, mais ampla cobertura de amparo do Senhor assegurará a tranqüilidade em vossos passos.

*

Continuemos buscando Jesus em todos os irmãos da Terra, mas especialmente naqueles que sofrem problemas e dificuldades maiores que os nossos obstáculos, socorrendo e servindo e sempre mais felizes nos encontraremos sob as bênçãos dele, nosso Mestre e Senhor.

* * *

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade.
Ditado pelo Espírito Bezerra de Menezes.
Araras, SP: IDE, 1978.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

ENQUANTO...




Busque agir para o bem, enquanto você dispõe de tempo. É perigoso guardar uma cabeça cheia de sonhos, com as mãos desocupadas.

*

Acenda sua lâmpada, enquanto há claridade em torno de seus passos. Viajor algum fugirá às surpresas da noite.

*

Ajude o próximo, enquanto as possibilidades permanecem de seu lado. Chegará o momento em que você não prescindirá do auxílio dele.

*

Utilize o corpo físico para recolher as bênçãos da vida Mais Alta, enquanto suas peças se ajustam harmoniosamente. O vaso que reteve essências sublimes ainda espalha perfume, depois de abandonado.

*

Dê suas lições sensatamente, na escola da vida, enquanto o livro das provas repousa em suas mãos. Aprender é uma bênção e há milhares de irmãos, não longe de você, aguardando uma bolsa de estudos na reencarnação.

*

Acerte suas contas com o vizinho, enquanto a hora é favorável. Amanhã, todos os quadros podem surgir transformados.

*

Ninguém deve ser o profeta da morte e nem imitar a coruja agourenta. Mas, enquanto você guardar oportunidade de amealhar recursos superiores para a vida espiritual, aumente os seus valores próprios e organize tesouros da alma, convicto de que sua viagem para outro gênero de existência é inevitável.

* * *

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
Edição de Bolso. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1999.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

ERRE AUXILIANDO



Auxilie a todos para o bem.
Auxilie sem condições.

*

Ainda mesmo por despeito, auxilie sem descansar, na certeza de que, assim, muitas vezes, poderá você conquistar a cooperação dos próprios adversários.

Ainda mesmo por inveja, auxilie infatigavelmente, porque, desse modo, acabará você assimilando as qualidades nobres daqueles que respiram em Plano Superior.

*

Ainda mesmo por desfastio, auxilie espontaneamente aos que lhe cruzam a estrada, porque, dessa forma, livrar-se-á você dos pesadelos da hora inútil, surpreendendo, por fim, a bênção do trabalho e o templo da alegria.

*

Ainda mesmo por ostentação, auxilie a quem passa sob o jugo da necessidade e da dor, porque, nessa diretriz, atingirá você o grande entendimento, descobrindo as riquezas ocultas do amor e da humildade.

*

Ainda mesmo sob a pressão de grande constrangimento, auxilie sem repouso, porque, na tarefa do auxílio, receberá a colaboração natural dos outros, capaz de solver-lhe os problemas e extinguir-lhe as inibicões.

*

Ainda mesmo sob o império da aversão, auxilie sempre, porque o serviço ao próximo dissolver-lhe-á todas as sombras, na generosa luz da compreensão e da simpatia.

*

Erre auxiliando.

*

Ainda mesmo nos espinheiros da mágoa ou da ilusão, auxilie sem reclamar o auxílio de outrem, servindo sem amargura e sem paga, porque os erros, filhos do sincero desejo de auxiliar, são também caminhos abençoados que, embora obscuros e pedregosos, nos conduzem o espírito às alegrias do Eterno Bem.

* * *


Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Apostilas da Vida.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
5a edição. Araras, SP: IDE, 1993.


quarta-feira, 6 de abril de 2011

DEVER E TRABALHO



O compromisso de trabalho inclui o dever de associar-se a criatura ao esforço de equipe na obra a realizar.

*

Obediência digna tem o nome de obrigação cumprida no dicionário da realidade.

*

Quem executa com alegria as tarefas consideradas menores, espontaneamente se promove as tarefas consideradas maiores.

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A câmara fotográfica nos retrata por fora, mas o trabalho nos retrata por dentro.

*

Quem escarnece da obra que lhe honorifica a existência, desprestigia a si mesmo.

*

Servir além do próprio dever não é bajular e sim entesourar apoio e experiência, simpatia e cooperação.

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Na formação e complementação de qualquer trabalho, é preciso compreender para sermos compreendidos.

*

Quando o trabalhador converte o trabalho em alegria, o trabalho se transforma na alegria do trabalhador.

* * *

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Sinal Verde.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
42a edição. Uberaba, MG: CEC, 1996.

terça-feira, 5 de abril de 2011

NOS COMPROMISSOS DE TRABALHO



Nunca se envergonhe, nem se lamente de servir.

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Enriquecer o trabalho profissional, adquirindo conhecimentos novos, é simples dever.

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Colabore com as chefias através da obrigação retamente cumprida, sem mobilizar expedientes de adulação.

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Em hipótese alguma diminuir ou desvalorizar o esforço dos colegas.

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Jamais fingir enfermidades ou acidentes, principalmente no intuito de se beneficiar das leis de proteção ou do amparo das instituições securitárias, porque a vida costuma a cobrar caro semelhantes mentiras.

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Nunca atribua unicamente a você o sucesso dessa ou daquela tarefa, compreendendo que em todo trabalho há que considerar o espírito de equipe.

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Sabotar o trabalho será sempre deteriorar o nosso próprio interesse.

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Aceitar a desordem ou estimulá-la, é patrocinar o próprio desequilíbrio.

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Você possui inúmeros recursos de promover-se ou de melhorar a própria área de ação, sem recorrer a desrespeito, perturbação, azedume ou rebeldia.

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Em matéria de remuneração, recorde: quem trabalha deve receber, mas igualmente quem recebe deve trabalhar.

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Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Sinal Verde.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
42a edição. Uberaba, MG: CEC, 1996.