sábado, 23 de abril de 2011

VALORIZAÇÃO DA VIDA HUMANA



 

Iniciamos a Coluna Espírita, da SEPE - Sociedade de Estudos e Pesquisas Espiritas, destinada a informar aos leitores e internautas em geral, as propostas que a Doutrina dos Espíritos, codificada por Allan Kardec, apresenta na esperança de contribuir com o Ser Humano, em sua marcha ascensional, com o fim de atingir a integração com o Pai.

Assim, nada melhor que o tema "Valorização da Vida Humana", para iniciar nossos estudos.

1994 foi um ano dedicado à família, à vida, praticamente por todas as religiões. O direito de viver, é o primeiro de todos os direitos naturais do homem. (1)

Partindo desse princípio o homem é convocado a exercer a vida em toda sua extensão, pois que ela, a vida, se estende para além do campo da matéria, em outras dimensões de existência. Jesus nos falava: "Eu vim para que tenham Vida, e a tenham em abundância."(2) Estas palavras de Jesus demonstram a grandeza e o valor da Vida humana, em todas as suas modalidades.

A Doutrina dos Espíritos sabe que o Evangelho encontra ressonância nos corações de todos, sejam espíritas ou não, crentes ou não.

Todo homem reconhece na lei natural, o direito natural de viver, o qual está inscrito em seu coração e em sua consciência; reconhece o valor transcendente da vida humana, desde o nascimento até o desencarne. Em vista desse reconhecimento pode-se afirmar o direito desse bem, natural, ser inteiramente respeitado. Tal fato conduz à convivência humana e à própria comunidade.

Os espíritas de modo geral, defendem e promovem esse direito.

Por isso, não pode deixar de ecoar no coração de todo espírita, qualquer ameaça à dignidade e à vida humana.

Atualmente é grandiosa a multiplicação e o agravamento das ameaças à vida humana, em todo o planeta, principalmente quando ela é frágil e sem defesa.

Juntam-se às velhas chagas da miséria, da fome, das doenças, da violência, outras, novas, com formas e dimensões inéditas e inquietantes.

João Paulo II, na Encilica Evangelium Vitae, alerta dizendo: "Tudo quanto se opõe à Vida, como seja, toda espécie de homicídio, genocídio, aborto, eutanásia e suicídio voluntário; tudo o que viola a integridade da pessoa humana, como as mutilações, os tormentos corporais e mentais e as tentativas para violentar as próprias consciências; tudo quanto ofende a dignidade da pessoa humana, como as condições de vida infra-humanas, as prisões arbitrárias, as deportações, a escravidão, a prostituição, o comércio de mulheres e jovens; e também as condições degradantes de trabalho, em que os operários são tratados como meros instrumentos de lucro e não como pessoas livres e responsáveis. Todas essas coisas e outras são infamantes; ao mesmo tempo que corrompem a civilização humana, desonram mais aqueles que assim procedem, do que os que padecem injustamente; e ofendem gravemente a honra devida ao Criador."

O progresso científico e tecnológico, ao invés de minorar a situação, alertada por João Paulo II, pelo contrário, parece ampliá-lo ainda mais. Com tal progresso, surgem novas formas para atentar contra a dignidade e a vida humana.

Esboça-se e torna-se seguro uma nova situação cultural, com a finalidade de dar aos crimes contra a vida, uma aspecto inédito: amplos setores da opinião pública, movidos pela mídia, pelos instrumentos de comunicação em massa, justificam crimes contra a vida em nome dos direitos da liberdade. Com base nesse direito, pretende-se a impunidade e ainda, a autorização do Estado para sua prática, com a colaboração gratuita dos serviços de saúde. Com o reconhecimento de ações contra a vida, delineia-se o sintoma que leva à ruína moral: a liberdade de escolha, antigamente consideradas criminosas e rejeitadas pelo senso moral comum, gradativamente vão tornando-se respeitáveis. Veja-se o problema do aborto, prostituição, etc.

A medicina que deveria orientar-se para a defesa e manutenção da vida, em alguns setores passou a orientar-se de forma divergente, contradizendo-se a si mesma.

Os problemas demográficos, sociais, que assustam devido à sua incidência em vários povos, estão a exigir uma atenção cristã, espirita, de amor, responsável por parte das comunidades que integram o planeta. Tais problemas encontram-se sujeitos a soluções falsas e ilusórias, em vista dos avanços científicos e tecnológicos. Soluções que contrastam com a verdade e o bem estar dos seres humanos e das nações.

O resultado é dramático. É grave o fenômeno da eliminação de tantas vidas humanas nascentes ou encaminhadas para a extinção. A Doutrina Espírita sente, sabe que deve dar voz àqueles que não a tem. Seu grito é o grito de Jesus: "Bem aventurados os pobres, porque deles é o Reino de Deus", ou conforme tradução de André Chouraqui: "Em marcha, humilhados do sopro! Sim, deles é o reino dos céus". Grito em defesa dos pobres do mundo, dos que são ameaçados, dos que são desprezados, dos que são oprimidos nos seus anseios de preservar o direito natural, inalienável, o direito à Vida.

Hoje, com vistas à organização de uma nova ordem mundial, injustiças e opressões disfarçadas em elementos de progresso, estão reinando, sob o guante das injustiças sociais, oprimindo multidões de seres humanos fracos e indefesos, no direito fundamental: o direito à Vida.

Assim, é importante respeitar, defender, amar e servir à vida. Este o caminho para a justiça, o progresso, a liberdade, a paz e felicidade.

É importante nossos esforços para agir no sentido de que cresçam a justiça e a solidariedade; para que se crie uma nova cultura da vida humana, com o fim de edificar uma nova civilização, autentica, voltada para a Verdade e para o Amor.
Bibliografia:

* (1) Livro dos Espíritos - Perg. 880
* (2) Biblia Sagrada - João - 10:10

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