Sobre a Moral Mediúnica |
Desde que iniciamos os nossos trabalhos nesta Casa que o assunto mediunidade e, por conseqüência, médiuns, tem sido o tema preferido para as nossas comunicações. O médium é o instrumento imperfeito que Deus nos concede para trabalhar. Geralmente seivado de falhas morais, defeitos e imperfeições que dificultam, sobremodo, o bom desempenho das suas tarefas. Quando, porém, o médium consegue erradicar de si os defeitos mais graves, torna-se o instrumento abençoado que utilizamos com segurança, desvelo e respeito. O tema da "Identidade dos Espíritos" é deveras preocupante, mas elegemos outro tema quiçá tão preocupante e delicado, qual seja a conduta moral do médium. No medianeiro é necessário observarmos sua moral, sua maneira, portanto, de conduzir-se, de falar e sentir. Não basta que o médium pratique a Caridade ostensiva, mas faz-se urgente que ele erradique em si as inclinações que o tornam vulnerável à ação dos maus Espíritos. O médium com Jesus está sempre atento à prece e à vigilância. Desde o amanhecer até o momento do repouso noturno, deve observar seus pensamentos, não sintonizando com Entidades malevolentes que visam, atacando o médium descuidado, prejudicar a Doutrina Espírita, também. Nesta vigilância e atenção, neste comportamento sadio e na ética e dignidade do tarefeiro, está a diferença fundamental entre mediunismo e mediunato. Costuma-se dar muita importância ao fenômeno mediúnico, às variantes da mediunidade. Ouvimos falar em pesquisas acerca dos Fluidos, do Perispírito, das vibrações dentro das salas de reunião e tantos outros assuntos, de fato, muito interessantes, mas, desafortunadamente, ouvimos muito pouco acerca da moral mediúnica, ela que é a base da credibilidade do trabalho. Nas palavras inspiradas do nosso dirigente encarnado, o médium é a usina geradora; ele é, deveras, o filtro através do qual escoa, na expressão feliz do nosso Philomeno de Miranda, o pensamento das Entidades benfeitoras. Este pensamento nunca se mostrará tão límpido como no momento em que sai da fonte; depois, ao atravessar os escaninhos mentais do intermediário, poderá conspurcar-se pela infinidade e variedade dos fatores que compõem o campo mental deste, daí que se este campo mental não se encontrar limpo, a mensagem virá deturpada. Observamos até o modo de vestir-se de um médium, que não deverá primar pelo exotismo. Seu comportamento, igualmente, deve ser sóbrio e discreto, primando pela singeleza e correção. Todavia, hoje, como ontem, observamos médiuns com o comportamento de atores, exibindo-se em palcos doutrinários. Ostentando a mediunidade de maneira leviana e exibicionista, fazendo dela o veículo de sua realização pessoal e não dos Espíritos comunicantes que, aliás, em sua grande maioria, dispensam tais atitudes. Tais seareiros são reverenciados, cortejados em sua própria perda, lamentavelmente. A mediunidade é tarefa santa que deve ser tratada na intimidade da sala mediúnica, relevando-se toda e qualquer expressão de cunho pessoal, exteriorizando-se apenas em momentos delicados e especiais. A vida familiar do medianeiro deve ser intocável, no que lhe diz respeito, zelando este por sua mediunidade, observando, inclusive, o Centro Espírita onde serve. Se se encontra em ambiente desorganizado, dirigido por pessoas desequilibradas emocional e moralmente falando, por medida de bom-senso e precaução, deve buscar outro local para desenvolver sua faculdade. Não o podendo fazer, que exerça severa vigilância sobre tudo que o cerca, para não ver-se envolvido em transtornos. Tão séria é esta questão que recomendamos cuidado na escolha das amizades, devendo ser evitados aqueles que se conduzem de forma leviana. Auxiliá-los, sim, acompanhá-los, não. Entre seus próprios familiares evitar os turbulentos e desequilibrados, abstendo-se de comentários, precatando-se no silêncio e na oração. A vida social convencional não deve fazer parte da rotina do médium. Que estas palavras não vos pareçam excessivamente severas. Elas são fruto da observação e do acompanhamento de atividades mediúnicas ao longo de muitos anos, assim é que chegamos à conclusão de que a vida social ativa não concorda bem com a vida mediúnica ativa. Uma coisa como que se opõe à outra. Todavia, não vos dizemos que o médium deve ser um solitário ou misantropo, de forma alguma. A alegria sadia deve vibrar na tonalidade mediúnica, a convivência fraterna com todos, sem, porém, depender de ninguém em particular para os seus momentos de lazer. Amar e apreciar a todos, auxiliar a quem precisa de auxílio, compartilhar os momentos tristes e os felizes, mas sempre preservar sua integridade, que serve a uma causa nobre e bela. Assim, como médiuns, sede sensatos, prudentes, bondosos, como deve ser o bom espírita, enfim. Queridos e amados filhos, não vos assusteis com as nossas colocações. Elas são fruto da nossa preocupação, da observação e também da nossa tristeza pelos muitos médiuns que conhecemos e acompanhamos. Miguel Vives y Vives Mensagem recebida em reunião mediúnica do Lar Espírita Chico Xavier, no dia 05/06/1995, pelo médium Vera Cohim. Revisado pelo professor Humberto Vasconcelos, da Fraternidade Espirita Francisco Peixoto Lins (Peixotinho). Autorizada a reprodução de toda a mensagem ou parte dela |
sábado, 30 de abril de 2011
SOBRE A MORAL MEDIÚNICA
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