sábado, 20 de junho de 2015

LETREIROS VIVOS
André Luiz

Nas faixas mínimas da sua experiência cotidiana surge o roteiro humano que você representa para os outros. Os traços do semblante pintam-lhe o clima interior. Os seus objetos de uso pessoal compõem o edifício da sua simplicidade. A ordem dos seus afazeres indica-lhe o grau de disciplina. O cumprimento das suas obrigações denuncia-lhe o valor da palavra empenhada. O teor da amizade dos seus vizinhos, para com a sua pessoa, qualifica a sua capacidade de se fazer entendido. O diapasão da sua palestra dá o tom
da sua altura íntima. A segurança da sua opinião traduz a firmeza dos seus ideais. Os tecidos que lhe envolvem o corpo configuram-lhe o senso de naturalidade. As iguarias da sua mesa revelham-lhe o papel do estômago no mundo moral. A natureza do cuidado com o seu físico fala francamente de suas possíveis relações com a vaidade. O seu presente diz, para todos, o que você foi no passado e o que você será no porvir, com reduzidas possibilidades de erro. A uniformidade entre o movimento das suas idéias, dos seus conceitos e das suas ações disseca, à vista de todos, a fibra da sua vontade. Todas as criaturas que lhe partilham a existência lêem incessantemente os letreiros vivos que lhe estabelecem a verdadeira identidade nos panoramas da Vida, respondendo-lhe as mensagens inarticuladas com aversão ou simpatia, contentamento ou desagrado, conforme a sua plantação de bem ou mal. Do Livro O Espírito da Verdade.

 Psicografia de Francisco Cândido. Xavier

 Colaboração: Maria Aparecida Giraldi Moro


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