Examinando a Felicidade
Do
egoísmo ao amor, vemos desdobrar-se a velha escala de sombra e luz em que se
graduam as forças negativas e positivas da felicidade, qual é conhecida no
campo terrestre. Entre as forças negativas, observamos aquele que exige. Entre
as forças positivas reparamos aquele que renuncia a si mesmo, na exaltação do
bem de todos. O primeiro busca acumular valores para si próprio. O segundo
espalha os valores recebidos. No egoísmo, temos paralisada a corrente da vida,
gerando a treva. No amor, possuímos o movimento divino dessa mesma vida em seu
fluxo e refluxo de talentos sublimes, acendendo a claridade suscetível de
conduzir-nos à imortalidade vitoriosa. É por isso que a felicidade dos
corações, que reclamam exclusivamente para si, permanece envenenada pelo tédio
infalível a corromper-lhe todas as alegrias, de vez que o homem isolado no
cárcere da ociosidade e da ambição, cria para si mesmo o desalento e o cansaço
como que sufocado pelas energias sem proveito de que se cerca, displicente. Por
essa razão a felicidade das almas que a dividem com os semelhantes é o júbilo
crescente daqueles que descobrem a comunhão com Deus, sempre mais rica de
bênçãos, à medida que as bênçãos de paz e luz se lhes fluem das mãos
incansáveis e generosas. Não te guardes na atitude infeliz da criatura que
deseja ser amada, permanentemente detida entre os muros da discórdia e do
ciúme, da insatisfação e do desespero, mas aprendamos com o Cristo a amar
sempre, sem o propósito de qualquer retribuição, porque renunciando em
benefício dos outros e servindo constantemente, ainda mesmo na cruz, seguiremos
com Ele ao encontro da felicidade incorruptível e eterna.
Emmanuel - Do livro:
Inspiração, Médium: Francisco Cândido Xavier
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