terça-feira, 27 de setembro de 2011

Caridade do Pensamento

 

Sabemos todos que o pensamento é onda de vida criadora, emitindo forças e atraindo-as, segundo a natureza que lhe é própria.
Fácil entender, à vista disso, que nos movemos todos num oceano de energia mental.
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Cada um de nós é um centro de princípios atuantes ou de irradiaçôes que liberamos, consciente ou inconscientemente.
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Sem dúvida, a palavra é o veículo natural que nos exprime as idéias e as intenções que nos caracterizem, mas o pensamento, em si, conquanto a força mental seja neutra qual ocorre à eletricidade, é o instrumento genuíno das vibrações benéficas ou negativas que lançamos de nós, sem a apreciação imediata dos outros.
Meditemos nisso, afastemos do campo íntimo qualquer expressão de ressentimento, mágoa, queixa ou ciúme, modalidades do ódio, sempre suscetível de carrear a destruição.
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Se tens fé em Deus, já sabes que o amor é a presença da luz que dissolve as trevas.
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Cultivemos a caridade do pensamento.
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Dá o que possas, em auxílio aos outros, no entanto, envolve de simpatia e compreensão tudo aquilo que dês.
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No exercício da compaixão, que é a beneficência da alma, revisa o que sentes, o que desejas, o que acreditas e o que falas, efetuando a triagem dos propósitos mais ocultos que te inspirem, a fim de que se traduzam em bondade e entendimento, porque mais dia menos dia, as nossas manifestações mais íntimas se evidenciam ou se revelam, inelutavelmente, de vez que tudo aquilo que colocarmos, no oceano da vida, para nós voltará.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Paciência. Ditado pelo Espírito Emmanuel. CEU. 1983.

* * * Estude Kardec * * *

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

SER MÉDIUM



Abraçando a mediunidade, muitos companheiros na Terra adotam posição de absoluta expectativa, copiando a Inércia dos manequins.
Concentram-se mentalmente e aguardam, imóveis, nulificados, a manifestação dos Espíritos Superiores, esquecendo-se de que o verdadeiro servidor assume sempre a iniciativa da gentileza, na mais comezinha atividade doméstica.

Vejamos a lógica do cotidiano.
Um diretor de escritório não exigirá que o auxiliar se faça enciclopédia humana, a fim de receber-lhe a cooperação; mas solicita seja ele uma criatura ordeira e laboriosa, com a necessária experiência em assuntos de escrita.
Um médico não reclamará do enfermeiro uma certidão de grandeza moral para aceitar-lhe o concurso; no entanto, contará seja ele pessoa operosa e sensata, com a precisa dedicação aos doentes.
O proprietário de um ônibus não se servirá da atenção do farmacêutico, em sua oficina; mas procurará um motorista, que não apenas saiba manobrar o volante, mas que o ajude também a conservar o carro.
O farmacêutico, a seu turno, não se utilizará da atenção de um motorista, em sua casa, mas procurará um colaborador que não apenas saiba vender remédios, mas que o ajude também a aviar as receitas.
Cada trabalhador permanece em sua própria tarefa, embora a interdependência seja o regime da vida apontado a todos.

Ser médium é ser ajudante do Mundo Espiritual. E ser ajudante em determinado trabalho é ser alguém que auxilia espontaneamente, descansando a cabeça dos responsáveis.
Se não podes compreender isso, observa o avião, por mais simples seja ele. Tudo é amparo inteligente e ação maquinal no comboio aéreo. Torres de observação esclarecem-lhe a rota e vigorosos motores garantem-lhe a marcha.
Mas tudo pode falhar, se falharem o entendimento e a disciplina no aviador que está dentro dele.

EMMANUEL
Seara dos Médiuns
Reunião pública de 17/6/60
Questão nº 223 - Parágrafo 10º

domingo, 25 de setembro de 2011

CARIDADE AMOR EM AÇÃO



Você já pensou a respeito do amor ao próximo, recomendado por todas as grandes religiões do Mundo?
Certamente quando pensamos no amor-sentimento, como uma forte afeição, confiança plena, deduzimos que é difícil amar os próprios amigos, e quase impossível amar os inimigos.
No entanto, vale a pena refletir sobre os vários significados da palavra amor.
Paulo de Tarso, quando escreveu aos Coríntios, no capítulo 13, falou da caridade como sendo o amor em ação.
Disse o apóstolo: "A caridade é paciente, é benéfica; não é invejosa nem temerária; não se ensoberbece, não é ambiciosa, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal, não é injusta, apóia a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera."
Interessante refletir sobre o amor por esse ângulo.
No dicionário encontramos mais uma definição de amor: "Sentimento de caridade, de compaixão de uma criatura por outra, inspirada pelo sentido de sua relação comum com Deus."
Assim fica mais fácil compreender o amor e praticar o amor para com os semelhantes.
Pois se é verdade que nem sempre você consegue controlar o que sente por outra pessoa, pode perfeitamente escolher o seu comportamento com relação a ela.
Se uma pessoa age mal, se é agressiva, desonesta, você pode escolher agir com respeito, paciência, honestidade, mesmo que ela aja de maneira inversa.
Assim se expressa o amor-ação, o amor-atitude, o amor-comportamento.
Podemos deduzir, pelas palavras de Paulo de Tarso, que foi a esse amor que ele se referiu, em sua Carta aos Coríntios.
E faz mais sentido se entendermos que foi esse amor-atitude que Jesus recomendou que praticássemos para com nossos inimigos.
Não podemos sentir ternura sincera por alguém que nos agride ou que fere um afeto nosso, mas podemos ter atitudes de tolerância, perdão, compaixão.
Como todos ainda somos imperfeitos e sujeitos a cometer equívocos, devemos ter, uns para com os outros, atitude de benevolência, que é uma faceta do amor-ação.
Assim sendo, sempre que se deparar com situações que lhe exijam fazer escolhas, você poderá escolher ter uma atitude amorosa, sem que para isso precise sentir amor pelo próximo.
Ter atitudes de paciência, bondade, humildade, respeito, generosidade, é escolha de quem deseja cultivar a paz.
Além disso, agir com serenidade diante das situações adversas, é uma escolha sábia, faz bem para a saúde física e mental e não tem contra-indicação.
Mas se reagimos com agressividade, ódio, descontrole, estaremos minando nossa saúde de maneira desastrosa.
Não é por outra razão que, após uma crise dessas, surgem as dores de cabeça, de estômago, de fígado, dores lombares, e outras mais.
Vale a pena refletir sobre tudo isso e procurar agir como quem sabe o que está fazendo, e não como quem aceita toda provocação e reage conforme as circunstâncias, infelicitando-se ainda mais.
Pense nisso!
A calma na luta é sempre um sinal de força e de confiança; a violência, ao contrário, denota fraqueza e dúvida de si mesmo.
Agir com calma é atitude de quem tem controle sobre a própria vontade.
Lembre-se: Agir com calma é agir com caridade.
E há a caridade em pensamentos, em palavras e em ações.
Ser caridoso em pensamentos é ser indulgente para com as faltas do próximo.
Ser caridoso em palavras, é não dizer nada que possa prejudicar seu próximo.
Ser caridoso em ações é assistir seu próximo na medida de suas forças.
Pense nisso, e coloque seu amor em ação.
Redação do Momento Espírita, com
pensamento extraído do item 3, do
capítulo XIX de O evangelho segundo
o espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

MEDIUNIDADE

Não é a mediunidade que te distingue.
É aquilo que fazes dela.

A ação do Instrumento varia conforme a atitude do servidor.

A produção revela o operário.

A pena mostra a alma de quem escreve.

O patrimônio caminha no rumo que o mordomo dirige.


O lavrador tem a enxada, entretanto...

  • Se preguiçoso, cede asilo à ferrugem.
  • Se delinqüente, empresta-lhe o corte à sugestão do crime.
  • Se prestativo e diligente, ergue, ditoso, o berço de flor e pão.

O legislador guarda o poder; contudo, através dele...

  • Se irresponsável, estimula a desordem.
  • Se desonesto, incentiva a pilhagem.
  • Se consciente e abnegado, é fundamento vivo à cultura e ao progresso.

O artista dispõe de mais amplos recursos da Inteligência; todavia, com eles...

  • Se desequilibrado, favorece a loucura.
  • Se corrompido, estende a viciação.
  • Se enobrecido e generoso, surgirá sempre como esteio à, virtude.

Urge reconhecer, no entanto, que acerca das qualidades e possibilidades do lavrador, do legislador e do artista, na concessão do mandato que lhes é confiado, apenas à Lei Divina realmente cabe julgar.

Todos nós, porém, de imediato, conseguimos classificar-lhes a influência pelos males ou bens que espalhem.

Assim também na mediunidade.

Seja qual for o talento que te enriquece, busca primeiro o bem, na convicção de que o bem, a favor do próximo, é o bem irrepreensível que podemos fazer.

Desse modo, ainda mesmo te sintas imperfeito e desajustado, infeliz ou doente, utiliza a força medianímica de que a vida te envolve, ajudando e educando, amparando e servindo, no auxilio aos semelhantes, porque o bem que fizeres retornará dos outros ao teu próprio caminho, como bênção de Deus a brilhar sobre ti.

Texto ditado por Emmanuel na reunião pública de 12/2/1960, a respeito do Livro dos Médiuns - Questão nº 226 - Parágrafo 1º

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

SABER AGRADECER



Muitos de nós costumamos reclamar das dificuldades do mundo, mas será que temos pensado nas facilidades que são colocadas em nossas mãos?
Apressamo-nos em quitar a conta de luz elétrica para não pagar a multa cobrada pelo atraso. Todavia, a usina solar que nos fornece claridade, calor e vida, não é lembrada em nossa conversa diária.
Reclamamos quando pagamos a conta de água encanada, mas sequer nos lembramos da gratuidade da água das chuvas e das fontes cristalinas que enriquecem a vida.
Gastamos elevada soma de dinheiro na aquisição de gêneros alimentícios que nos atendam ao paladar, contudo, o oxigênio, elemento mais importante a sustentar-nos o organismo, é utilizado em nosso sangue sem pesar-nos no orçamento.
Despendemos altos valores para renovar o guarda-roupa, e apesar disso, não nos lembramos o quanto devemos ao corpo de carne a resguardar-nos o espírito.
Remuneramos muito bem o profissional especializado pela adaptação de um só dente artificial; entretanto, nada tivemos que pagar para obter a dentadura natural completa. . .
Pagamos pelas drágeas medicamentosas para acalmar leve dor de cabeça, e esquecemos de que recebemos de graça a faculdade de pensar.
Pagamos altas quantias para assistir a um espetáculo esportivo ou artístico, contudo, podemos contemplar de graça o solo cheio de flores e o céu faiscante de estrelas...
Para ouvir as melodias de uma orquestra qualquer, temos que desembolsar quantia significativa, no entanto, ouvimos diariamente a divina música da natureza, sem consumir um único centavo...
Observando essas pequenas situações, nos daremos conta de que temos mais para agradecer do que para reclamar.
O que normalmente ocorre, é que o hábito de agradecer ainda não faz parte de nós.
Conforme a recomendação de Paulo, o apóstolo, devemos dar graças por tudo.
Um dia, uma senhora ouviu um orador fazer essa recomendação e logo que ele concluiu sua fala, ela aproximou-se dele e lhe falou:
Ah, meu amigo, como é que eu posso dar graças por tudo, se a minha mãe está internada num hospital há meses, fazendo tratamentos dolorosos?
Pense, minha amiga, que tantas mães morrem nas sarjetas sem cuidados médicos nem assistência amiga de um familiar, e a sua genitora pode dispor de um hospital e de toda uma equipe de médicos e enfermeiros para atendê-la.
A senhora retrucou:
É, meu amigo, mas eu só sobrevivo à custa de dez remédios diferentes que tomo todos os dias...
O orador, que realmente desejava mostrar-lhe que tinha motivos para agradecer, respondeu compassivo:
Veja a senhora que existem tantas pessoas que não têm recursos para comprar um único remédio para aliviar a dor, enquanto a senhora pode comprar dez...
Por fim, a senhora entendeu que tinha motivos de sobra para agradecer a Deus por tudo...
* * *
Deus nos dá sempre o de que necessitamos, embora nem sempre seja o que gostaríamos de receber.
É que Deus sabe o que é melhor para nosso progresso. Como Pai justo e bom, não leva em conta nossas reclamações e oferece-nos sempre um novo dia repleto de oportunidades para que gravitemos para Seu amor, que é fonte inesgotável de bênçãos.
Redação do Momento Espírita com base no cap. 66, do livro
O Espírito da Verdade, por Espíritos diversos, psicografia de
Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, ed Feb.
Em 12.06.2009

terça-feira, 20 de setembro de 2011

POBRE DE ESPÍRITO


certa passagem do Evangelho, Jesus afirma:
“Bem-aventurados os pobres de espírito, pois deles é o reino dos céus”.
Esta afirmativa evangélica costuma ser mal compreendida.
Imagina-se que pobre de espírito é o simplório ou ignorante.
Assim, o melhor modo de garantir o céu seria permanecer na ignorância.
O desenvolvimento intelectual poderia trazer prejuízo para a redenção espiritual.
O candidato à felicidade futura faria bem em continuar tosco e iletrado.
Contudo, essa linha de raciocínio conflita com o conjunto dos ensinamentos do Cristo.
Muitas outras passagens elucidam a importância de colaborar na construção de um mundo melhor.
Quanto mais recursos um homem movimenta, mais apto ele se encontra para influenciar positivamente a sociedade.
O cristão deve ser o sal da Terra e a luz do Mundo.
Isso é impossível em estado de ignorância!
Para iluminar é necessário não estar nas trevas da falta de conhecimento.
A parábola dos talentos também evidencia a importância de utilizar e multiplicar os próprios tesouros na obra do Senhor.
Evidentemente, tais talentos não se cingem a recursos amoedados.
A inteligência, a palavra bem-posta e a educação são meios preciosos para influenciar positivamente a vida dos semelhantes.
Nenhum talento deve ser desperdiçado, pois todos representam bênçãos Divinas em favor da Humanidade.
O homem inteligente tem a missão de esclarecer e conduzir os irmãos de caminhada por veredas de paz e bem-estar.
Não é viável que um cego conduza o outro.
Conseqüentemente, a ignorância não constitui um estado ideal e meritório.
Toda ignorância deve ser esclarecida.
Toda inteligência precisa ser cultivada.
Desse modo, o termo “pobre de espírito” não se refere a alguém tosco ou iletrado.
No contexto dos ensinamentos evangélicos, “pobre de espírito” possui o sentido de pessoa humilde.
A humildade é apontada como condição para acesso às coisas superiores.
Essa conclusão encontra respaldo em outra passagem evangélica.
Nela, o Cristo afirma que certos mistérios são ocultos aos doutos, mas revelados aos simples.
Por vezes o saber mundano gera em seus possuidores uma idéia errônea de superioridade.
Encantados com seus recursos, imaginam que nada se lhes possa estar acima.
Vaidosamente, negam a existência da Divindade, que tudo lhes propicia.
Ocorre que o conhecimento humano é assaz limitado.
O Universo é demasiado amplo e magnífico para ser totalmente explicado pelo pouco que a Humanidade já logrou apreender.
Há preciosas lições a serem aprendidas, mas elas exigem humildade.
É preciso não se deslumbrar com as próprias conquistas intelectuais.
Agradecer por elas à fonte maior, mas lembrar que o Universo é infinito.
Jamais alimentar qualquer ilusão de superioridade.
Tenha sempre em mente que você pode estar errado.
E que os outros sempre podem lhe ensinar algo.
Essa postura lhe permitirá permanecer modesto, à medida que evolui e aprende.
A humildade lhe possibilitará agir com compaixão, pois o fará perceber o próximo como um igual.
Assim, você não apenas terá conhecimentos, mas será um genuíno sábio.
Inteligente e bondoso, será um fator de luz e paz na vida dos semelhantes.
Percebendo-se útil, você se sentirá em harmonia com o Universo, pois estará realizando a sua missão na Terra.
A paz daí advinda será o começo do céu na sua vida.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita.

domingo, 18 de setembro de 2011

7 de outubro - O Filme dos Espíritos


7 de outubro - O Filme dos Espíritos
A Fundação Espírita André Luiz levará às telas de cinema do Brasil, através da Paris Filmes, “O Filme dos Espíritos”, no dia 7 de outubro! A obra que tem no elenco o protagonista Reinaldo Rodrigues, conta com atuação de Nelson Xavier, Etty Fraser, Ênio Gonçalves, Ana Rosa e Sandra Corveloni, Felipe Falanga e grande elenco.
A peça cinematográfica é uma homenagem a Allan Kardec e O Livro dos Espíritos e conta com a participação de todos na divulgação.

sábado, 17 de setembro de 2011

Tempestades da vida




Há noites muito escuras em que o vento violento e ruidoso traz a tempestade inclemente.
Os trovões e os relâmpagos invadem a madrugada como se fossem durar para sempre.
Não há como ignorar os sentimentos que tomam de assalto nossos frágeis corações.
O medo e a incerteza tiram nosso sono, e passamos minutos infindáveis, imaginando o pior, temerosos de que o céu possa, de um momento para o outro, cair sobre nossas cabeças.
Sem, no entanto, qualquer aviso, o vento vai se acalmando, as gotas de chuva começam a cair com menos violência e o silêncio volta a imperar na noite.
Adormecemos sem nos dar conta do final da intempérie, e quando acordamos, com o sol da manhã a nos beijar a fronte, nem sequer nos recordamos das angústias da noite.
Os galhos caídos na calçada, a água ainda empoçada na rua, nada, nenhum sinal é suficientemente forte para que nos lembremos do temporal que há poucas horas nos assustava tanto.
Assim ainda somos nós, criaturas humanas, presas ao momento presente.
Descrentes, a ponto de quase sucumbir diante de qualquer dificuldade, seja uma tempestade ou revés da vida, por acreditar que ela poderia nos aniquilar ou ferir irremediavelmente.
Homens de pouca fé, eis o que somos.
Há muito tempo fomos conclamados a crer no amor do pai, soberanamente justo e bom, que não permite que nada que não seja necessário e útil nos aconteça.
Mesmo assim continuamos ligados à matéria, acreditando que nossa felicidade depende apenas de tesouros que as traças roem e que o tempo deteriora.
Permanecemos sofrendo por dificuldades passageiras, como a tempestade da noite, que por mais estragos que possa fazer nos telhados e nos jardins, sempre passa e tem sua indiscutível utilidade.
Somos para Deus como crianças que ainda não se deram conta da grandiosidade do mundo e das verdades da vida.
Almas aprendizes que se assustam com trovões e relâmpagos que, nas noites escuras da vida, fazem-nos lembrar de nossa pequenez e da nossa impotência diante do todo.
Se ainda choramos de medo e não temos coragembastante para enfrentar as realidades que não nos parecem favoráveis ou agradáveis, é porque em nossa intimidade a mensagem do cristo ainda não se fez certeza.
Nossa fé é tão insignificante que ante a menor contrariedade bradamos que Deus nos abandonou, que não há justiça.
Trata-se, porém, de uma miopia espiritual, decorrente do nosso desejo constante de ser agraciados com bênçãos que, por ora, ainda não são merecidas.
Falta-nos coragem para acreditar que Deus não erra, que esta característica não é dele, mas apenas nossa, caminhantes imperfeitos nesta rota evolutiva.
Falta-nos humildade para crer que, quando fazemos a parte que nos cabe na tarefa, tudo acontece na hora correta e de forma adequada.
As dores que nos chegam e nos tocam são oportunidades de aprendizado e de mudança para novo estágio de evolução.
Assim como a chuva, que embora nos pareça inconveniente e assustadora, em algumas ocasiões, também os problemas são indispensáveis para a purificação e renovação dos seres.
Por isso, quando tempestades pesarem fortemente sobre nossas cabeças, saibamos perceber que tudo na vida passa, assim como as chuvas, as dores, os problemas.
Tudo é fugaz e momentâneo.
Mas tudo, também, tem seu motivo e sua utilidade em nosso desenvolvimento.
Equipe de Redação do Momento Espírita.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

RECANTO DE LUZ




Quantas pessoas caminham desoladas e sós...
Andam, e sentem que seus passos as conduzem a lugar nenhum...
Perderam, há muito, o endereço da esperança...
Várias se debatem nas trevas da desilusão, do abandono, da desdita...
Sucedem-se os dias, as horas dobram-se umas sobre as outras, e os minutos passam como se trouxessem consigo uma soma cada vez maior de dissabores...
A vida lhes parece um eterno anoitecer, uma escuridão perpétua.
Milhares de criaturas estão à beira de um colapso nervoso.
Muitos corações estão quase sufocados de angústia, de saudade, de desespero, debruçados no passado, em busca de memórias perdidas.
Diante desse quadro, nós podemos ser um recanto de luz, convidando as criaturas a suave reconforto.
Podemos cultivar na intimidade um jardim de flores e luzes, a espalhar bênçãos de esperança.
Podemos ser a madrugada ridente, que traz consigo a melodia dos pássaros, anunciando o alvorecer.
Podemos ser o amanhecer daqueles que se debatem na escuridão, trazendo os primeiros raios de sol que vencem as trevas, irradiando claridade e conforto.
Podemos emitir uma frase de otimismo ou apenas uma palavra de fé viva que lhes restaure a confiança no futuro...
Incentivar-lhes a coragem de modo a que o desalento não se transforme em moléstia destruidora.
Ou então, estender a ponte do diálogo amigo, capaz de induzir ao reequilíbrio e à serenidade.
Sejamos um recanto tranquilo. Mas para isso é preciso que o cultivemos portas adentro do coração.
É preciso que semeemos flores de compreensão, de afabilidade e doçura.
É tão triste caminhar na solidão! Mais triste ainda é ter como companhia a desesperança.
Pensemos em romper, de vez por todas, as amarras do egoísmo que nos detêm os gestos de amizade, de dedicação e afeto.
Vençamos, em definitivo, a indiferença, derrubando as muralhas do orgulho que nos impedem de vislumbrar as necessidades dos que caminham ao nosso lado.
Sejamos um recanto de luz, de paz, de esperança!
Agindo assim, sentiremos suave felicidade a invadir-nos a alma, penetrando-nos o coração e aliviando nossas carências e dores.
Na medida em que nos fazemos úteis a alguém, recebemos as bênçãos de que tanto precisamos. Esquecemos os pés feridos nos espinhos do caminho e sentimos nossas forças ampliadas.
Auxiliando-nos uns aos outros conseguiremos alcançar o topo da montanha escarpada de onde poderemos vislumbrar a ampla planície coberta de relva e flores, como prêmio pelos esforços realizados.
* * *
Não há noite que perdure para sempre. O ponto mais alto da escuridão é também o início da madrugada que traz consigo a claridade, vencendo as trevas.
As nuvens, por mais densas que pareçam, são efêmeras e passageiras, mas o sol é perene.
Redação do Momento Espírita com base no cap.
Paz e segurança, do livro Momentos de ouro, por
Espíritos diversos, psicografia de Francisco
Cândido Xavier, ed. Geem.
Em 14.06.2010.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

PERCA O TEMOR



Hoje em dia as pessoas, de um modo geral, temem muitas coisas e situações e por isso se sentem inseguras.
Algumas saem de casa só quando não há outro jeito, por temer a violência.
Não fazem amigos porque temem se aproximar de alguma pessoa indesejável.
Deixam de conhecer alguém especial por temor de estreitar laços com estranhos.
Perdem oportunidades de adquirir novos conhecimentos porque temem não ter capacidade para aprender.
Evitam expor seu verdadeiro caráter por temer o julgamento dos outros e a não aceitação.
Não se entregam a um grande amor por medo de sofrer.
Abdicam de ocupar uma posição melhor na empresa porque temem não dar conta do recado.
Não abrem mão de costumes e ideias cristalizadas por medo de enfrentar o que é diferente ou é novo.
Deixam de fazer investimentos por temor de uma mudança brusca na economia.
Como se pode perceber, o temor é um grande obstáculo ao progresso e à felicidade de muitas criaturas, na face da Terra.
Assim, se você é uma dessas pessoas que guarda temor de alguma coisa, pense nas muitas vantagens que teria se superasse esse grande obstáculo.
Perca o medo de ser vulnerável e sinta a emoção de um abraço de ternura.
Perca o temor de trovoada e admire os benefícios que os raios luminosos trazem à atmosfera terrestre.
Perca o temor de ficar em silêncio e ouça a melodia dos anjos.
Perca o temor de viver o bem que já sabe e sinta a leveza de uma consciência tranquila.
Perca o medo de ser simples e desfrute o prazer da verdadeira liberdade.
Perca o temor do vento, e observe a grande contribuição dessa maravilhosa força que espalha sementes e acalma o calor.
Perca o medo de perder tempo e viaje no murmurar de um riacho, alce voo com as andorinhas, ouça a música do entardecer, fale com as estrelas, diga à lua para levar um recado ao seu amor que está distante.
Perca o medo de se arriscar e retire as grandes lições que trazem as derrotas.
Perca o temor de superar seus limites e contemple os horizontes que estão além das montanhas.
Perca o medo do amanhã, e receba de presente o hoje.
Perca o temor de dar o primeiro passo e prepare-se para a alegria da chegada.
Perca o temor de não estar sempre com a razão e aprenda com a sabedoria dos outros.
Liberte-se do medo da morte e ganhe a Imortalidade.
Abandone a culpa e prepare-se para as alegrias de uma vida de acertos.
Perca o medo de ser feliz e abra-se para gozar tudo o que a vida oferece de útil e agradável.
Perca o medo de errar e prepare-se para a chegada vitoriosa.
Perca o temor das cicatrizes e renda-se ao inebriante poder do amor.
* * *
Se você sente que o temor está sendo um empecilho a deter seus passos, livre-se dele e verá que o horizonte irá se abrir naturalmente.
E se, ao caminhar na direção desse horizonte, você perceber que ele se afasta de você na mesma proporção, não desanime, pois a finalidade do horizonte é essa mesma: a de fazer você caminhar para frente e para o alto.
Sem temores nem incertezas.
Pense nisso!
Redação do Momento Espírita.
Em 18.01.2010

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

SEMEANDO AMOR



A vida é feita de aprendizados. Educar é um processo contínuo e os verdadeiros educadores são aqueles que têm uma aguçada percepção para fornecer o ensino no momento propício, não perdendo oportunidade alguma.
A educação no lar tem esta característica especial, de informalidade e de atenção.
Um detalhe, um pedido, um acontecimento podem assumir a condição de uma extraordinária lição.
Conta Gladys Hunt que quando era criança, morou em uma casa cujos vizinhos eram terríveis.
Eram maledicentes, mexeriqueiros, barulhentos e briguentos. Os filhos tinham o hábito de se apropriar dos bens alheios. Eram um espinho na carne da vizinhança.
Perto do terreno da casa de Gladys havia um pessegueiro maltratado que fazia sombra na janela da cozinha deles. Quando chegava a primavera, a velha árvore conseguia, a muito esforço, produzir algumas folhas e flores.
As flores se transformavam em pêssegos minúsculos, verdes e duros que nunca chegavam a amadurecer. Só serviam mesmo para que os vizinhos os apanhassem e jogassem longe.
Certo dia, a mãe de Gladys decidiu mandar cortar a árvore, para colocar flores em seu lugar.
Não demorou muito para que sua decisão chegasse aos ouvidos dos vizinhos.
Eles pediram que ela não cortasse a árvore, porque aquela era a única que havia para dar sombra na sua cozinha, que tinha um teto plano e ficava exposta ao sol inclemente daquela localidade.
Seria uma cena tentadora ver aqueles vizinhos, que somente irritavam a todos, sufocar no calor da cozinha. Mas, a mãe de Gladys era cristã e acreditava que como cristã deveria se portar em todas as ocasiões.
Assim, a árvore não foi cortada. Quando a primavera chegou naquele ano, uma coisa maravilhosa aconteceu com o pessegueiro.
Os velhos galhos secos começaram a florescer. As flores se transformaram nos conhecidos pêssegos pequenos, verdes e duros. Mas, maravilha das maravilhas, amadureceram e se tornaram frutos doces e deliciosos.
A mãe de Gladys distribuiu alguns aos vizinhos, inclusive aos desagradáveis, e preparou vidros de conserva em quantidade suficiente para durar até o ano seguinte.
Depois de alguns meses, os vizinhos se mudaram dali. A árvore nunca mais produziu bons frutos. Foi só naquele ano.
Não sei, diz Gladys, porque aquilo aconteceu. Mas de uma coisa eu sei: se minha mãe tivesse retribuído o mal com mal, nada teria acontecido, porque não haveria árvore.
E, melhor do que tudo, eu teria perdido uma bela experiência e uma das lições mais profundas de minha vida.
Mamãe teve a oportunidade de revidar. Entretanto, preferiu semear amor e recebeu como recompensa uma maravilhosa colheita.
Houve a colheita da árvore, mas também houve uma colheita no coração dela, no meu e no de muitas outras pessoas.
* * *
A tarefa da educação deve começar de dentro para fora e não somente nos comportamentos da moral social, da aparência, produzindo efeitos poderosos, de profundidade.
A educação é missão, ciência e arte da vida.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Semeando amor, do livro
Histórias para o coração da mulher, de Alice Gray, ed. United Press e do
verbete Educação, do livro Repositório de sabedoria, pelo Espírito
Joanna de Angelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, v. 1, ed. Leal.
Em 23.12.2009.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

PENSA E PERGUNTA




Se ouviste acusações
Sobre a falta de alguém
E queres comentá-la
De maneira contrária à lei do bem,
Pensa nisto, primeiro,
Em torno ao que se fala:

- Será que o companheiro
Praticou a maldade que se diz
Ou tudo se resume simplesmente
Num boato infeliz?

Depois, reflete assim:
- Estou eu sobre a Terra
Com tanta perfeição,
Que posso erguer a mão
E censurar quem erra?

Em seguida, pergunta claramente,
Sempre sem dizer nada:
- Como agiria eu se estivesse na prova
Da pessoa acusada?

Logo após, dize à própria consciência,
Longe de todo alheio reboliço:
- Se propalar a imperfeição dos outros,
Que vantagem há nisso?

Por fim, depois de orar, busca saber
Na luz viva da fé que nos conduz:
- Se estivesse visível no meu passo,
Que faria Jesus?

Além destas perguntas formuladas,
Nada dirás do mal, seja a quem for,
Porque estarás com Deus e Deus contigo
Para a benção do amor.


pelo Espírito Manoel Monteiro - Do livro: Seguindo Juntos, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Desigualdades sociais

 


Não é lei_da_Natureza a desigualdade das condições sociais. É obra do homem e não de Deus. Algum dia essa desigualdade desaparecerá. Eternas somente as leis de Deus o são. Não vês que dia da dia ela gradualmente se apaga? Desaparecerá quando o egoísmo e o orgulho deixarem de predominar. Restará apenas a desigualdade do merecimento. Dia virá em que os membros da grande família dos filhos de Deus deixarão de considerar-se como de sangue mais ou menos puro. Só o Espírito é mais ou menos puro e isso não depende da posição social.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O Dia Começa ao Amanhecer



 

Compadece-te da criança que segue a teu lado.
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O dia começa ao amanhecer.
Pai, mãe, irmão ou amigo, ampara-lhe a vida, com o teu próprio coração, se pretendes alcançar a Terra Melhor.
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Lembra-te das vozes amigas que te induziram ao bem, das mãos que te guiaram para o trabalho e para o conhecimento.
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Por que não amparar, ainda hoje, aqueles que serão, amanhã, os orientadores do mundo?
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Em pleno santuário da natureza, quantas árvores generosas são asfixiadas no berço? Quanta colheita prematuramente morta pelos vermes da crueldade? A vida é também um campo divino, onde a infância é a germinação da Humanidade.
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Já meditaste nas esperanças aniquiladas ao alvorecer? Já refletiste nas flores estranguladas pelas pedras do sofrimento, ante o sublime esplendor da aurora?
Provavelmente dirás: "Como impedirei o sofrimento de milhares?"
Ninguém te pede, porém, para que te convertes num salvador apressado, carregado de ouro e poder.
Basta que abras o coração com a chave da bondade, m favo dos meninos de agora, para que os homens do futuro te bendigam.
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Quando a escola estiver brilhando em todas as regiões e quando cada lar de uma cidade puder acolher uma criança perdida ? ninho abençoado a descerrar-se, aconchegante, para a ave estrangeira ? teremos realmente alcançado, com Jesus, o trabalho fundamental da construção do Reino de Deus.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade. Ditado pelo Espírito Meimei. Capítulo 12. Araras, SP: IDE.
* * * Estude Kardec * * *

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

VIZINHOS




Ampare os vizinhos sem ser indiscreto. Discrição é caridade.

Cultue a gentileza na vizinhança. Ajude a todos aqueles que lhe partilham a estrada, para que alguém ajude você nas horas difíceis.

Respeite as ocorrências alegres ou infelizes que afetem os lares próximos. Incêndio na casa alheia é ameaça de fogo na nossa própria casa.

Desfaça qualquer incompreensão entre você e os irmãos do ambiente em que vive. Todo vizinho pode ser bom, se você cultivar a bondade para com ele.

Compreenda os problemas e as dificuldades de quantos caminham ao seu lado. Os familiares são parentes do sangue, mas os vizinhos são parentes do coração.


pelo Espírito André Luiz - Do livro: Estude e Viva, Médiuns: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

 

 

Convidar os Pobres e os Estropiados. Dar Sem Esperar Retribuição

Disse também àquele que o convidara: Quando derdes um jantar ou uma ceia, não convideis nem os vossos amigos, nem os vossos irmãos, nem os vossos parentes, nem os vossos vizinhos que forem ricos, para que em seguida não vos convidem a seu turno e assim retribuam o que de vós receberam. - Quando derdes um festim, convidai para ele os pobres, os estropiados, os coxos e os cegos. - E sereis ditosos por não terem eles meios de vo-lo retribuir, pois isso será retribuído na ressurreição dos justos.
Um dos que se achavam à mesa, ouvindo essas palavras, disse-lhe: Feliz do que comer do pão no reino de Deus! (S. LUCAS, cap. XIV, vv. 12 a 15.)
"Quando derdes um festim, disse Jesus, não convideis para ele os vossos amigos, mas os pobres e os estropiados." Estas palavras, absurdas, se tomadas ao pé da letra, são sublimes, se lhes buscarmos o espírito. Não é possível que Jesus haja pretendido que, em vez de seus amigos, alguém reúna à sua mesa os mendigos da rua. Sua linguagem era quase sempre figurada e, para os homens incapazes de apanhar os delicados matizes do pensamento, precisava servir-se de imagens fortes, que produzissem o efeito de um colorido vivo. O âmago do seu pensamento se revela nesta proposição: "E sereis ditosos por não terem eles meios de vo-lo retribuir." Quer dizer que não se deve fazer o bem tendo em vista uma retribuição, mas tão-só pelo prazer de o praticar. Usando de uma comparação vibrante, disse: Convidai para os vossos festins os pobres, pois sabeis que eles nada vos podem retribuir. Por festins deveis entender, não os repastos propriamente ditos, mas a participação na abundância de que desfrutais.
Todavia, aquela advertência também pode ser aplicada em sentido mais literal. Quantos não convidam para suas mesas apenas os que podem, como eles dizem, fazer-lhes honra, ou, a seu turno, convidá-los! Outros, ao contrário, encontram satisfação em receber os parentes e amigos menos felizes. Ora, quem não os conta entre os seus? Dessa forma, grande serviço, às vezes, se lhes presta, sem que o pareça. Aqueles, sem irem recrutar os cegos e os estropiados, praticam a máxima de Jesus, se o fazem por benevolência, sem ostentação, e sabem dissimular o benefício, por meio de uma sincera cordialidade.
Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo. 112 edição. Capítulo XIII. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br. Federação Espírita Brasileira. 1996.

* * * Estude Kardec * * *

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Prestando mais atenção


Se alguém lhe perguntasse, agora, com que roupa seu marido saiu de casa esta manhã, você saberia?
É interessante como, embalados pela rotina da vida, deixamos de prestar atenção em coisas importantes, ou seja, nos nossos tesouros mais valiosos. As pessoas que amamos.
O casal Estrada aprendeu a lição da maneira mais difícil.
Certo dia, o marido saiu para fazer sua caminhada. Entrou em sua caminhonete Chevrolet e partiu.
Mais ou menos cincoenta minutos depois, um policial batia à porta da casa de Herlinda Estrada.
O policial lhe perguntou qual era o nome do seu marido e qual era o carro que ele dirigia.
E, então, lhe informou que seu marido havia sofrido um ataque cardíaco e estava hospitalizado.
Extremamente transtornada, ela literalmente voou até o hospital, que ficava perto de sua casa.
Atendida tão logo se apresentou, descobriu que chegara tarde demais. Seu marido havia morrido.
Em prantos, acompanhada pelo mesmo policial que fora à sua casa, ela foi identificar o corpo.
Voltou para a sala de espera e pediu ao policial que desse os primeiros telefonemas, avisando a família e amigos.
Pouco depois, pessoas começaram a chegar. E trinta minutos depois, a pessoa menos esperada chegou: o próprio senhor Estrada.
Quando viu o marido, Herlinda se pendurou em seu pescoço, aos gritos: Você está vivo! Eles disseram que você tinha morrido!
Todos os parentes, amigos, funcionários do hospital presentes não estavam entendendo nada.
Com calma, tudo ficou elucidado.
Enquanto o sr. Estrada fazia sua caminhada, outro homem sofrera um infarto.
A equipe de emergência e a polícia foram chamadas, mas não encontraram nenhuma identificação no homem.
A única pista era um chaveiro da General Motors que o policial experimentou nas portas dos veículos GM estacionados na área.
As chaves, como se vê, abriram o veículo errado. O do sr. Estrada, que assim foi identificado porque seus documentos estavam no carro.
E como Herlinda identificou o corpo errado?
Ela disse que estava fora de si. O corpo estava com fita crepe nos olhos e na boca. Nem conseguiu verificar se o homem tinha bigode.
Ela olhou os pés, as mãos, a cor do shorts, os tênis. Pareceram ser de seu marido. E assim o identificou.
Como o sr. Estrada chegou ao hospital?
Também muito simples: ao chegar em casa, recebeu um telefonema da esposa de seu patrão que, quando ouviu a voz dele ao telefone, exclamou:
Meu Deus! Se você está aí, então foi Herlinda quem sofreu o ataque cardíaco!
Que confusão, não é mesmo?
Assim, enquanto o casal voltou abraçado para casa, o policial voltou para a pista, no parque.
Ali encontrou uma mulher que procurava o marido: era a viúva verdadeira.
Depois daquele dia, o casal Estrada mudou muitas coisas em sua vida, passando a prestar muita atenção um no outro.
* * *
Por vezes, um fato dramático como o narrado, nos tira da modorra, da apatia com que levamos nossos dias.
Uma verdadeira sacudidela para passarmos a prestar mais atenção nos seres que amamos.
Nesses seres sem os quais tudo o mais que tenhamos deixa de ter importância: a casa, o carro, as joias, as viagens...
Pensemos nisso e comecemos a olhar com novos olhos essas criaturas que são a razão das nossas alegrias: os nossos amores.
Comecemos hoje. Agora.
Redação do Momento Espírita, com base em texto do livro Pequenos milagres, de Yitta Halberstam e Judith Leventhal, 4. ed., ed. Sextante.
Em 28.02.2011.