domingo, 31 de julho de 2011

REAÇÕES VILOLENTAS


Está se tornando algo comum as pessoas reagirem com violência ao mal que lhes acontece, ou àquilo que está em desacordo com os seus desejos.
Exatamente como a criança indisciplinada reage, gritando, jogando coisas quando suas vontades não são atendidas, as pessoas estão se permitindo agredir, revidar.
Quando o trânsito está lento há os que xingam a administração pública que não planeja vias melhores para o escoamento rápido dos veículos.
Se a loja informa que o artigo em oferta acabou, há os que se acham no direito de agredir os funcionários, acusando-os de propaganda enganosa.
Se o caixa se engana no troco, logo se afirma que ele é um indivíduo desonesto, desejando engordar o próprio salário.
Se a empregada pede para sair um pouco mais cedo, dizendo que deve levar o filho ao médico, logo alguém diz que ela não deseja trabalhar, que está inventando mentiras.
Se alguém esbarra em outra pessoa na rua, de imediato gritam alguns que o sujeito é mal educado, malcriado. Um abuso!
Em síntese, estamos vivendo uma época de muita agressividade. E nos queixamos da violência que toma conta das ruas, sem atentarmos que nós mesmos, muitas vezes, também agimos com violência.
Conta-se que um grande militar, desejando se espiritualizar, escolheu um sábio religioso e lhe perguntou:
- Onde começa o inferno?
O pensador experiente meditou e falou:
- Por que um homem sem escrúpulos deseja saber onde começa o inferno? Cheio de armas destruidoras de vida, acerca-se de mim para perguntas tolas. O que espera que lhe diga, eu, que sou um homem de paz e justiça?
Antes que continuasse, o militar o interrompeu, levantando a espada e exigindo, cheio de raiva, que o sábio o respeitasse.
Sem qualquer receio, o homem velho esclareceu:
- Aqui começa o inferno: na raiva descontrolada.
O guerreiro compreendeu e num gesto rápido, tornou a colocar na bainha a espada, pedindo desculpas.
O sábio então o esclareceu:
- Homem, nesse seu gesto começa o céu.

***

A raiva pode ser comparada a uma faísca portadora do poder de atear grandes incêndios. Basta uma palavra mal pensada, um gesto imprevisto para a gerar.
Quando solta, desencadeia conflitos inúteis e destruidores.
O homem que alimenta a raiva e se deixa dominar por ela, se torna bruto e violento.
Os antídotos para a raiva são a humildade que leva o indivíduo a reconhecer a própria fragilidade; a paciência, que lhe permite acompanhar o desenvolvimento da questão; a tolerância que entende a dificuldade alheia; enfim, o amor que é abençoada luz em todas as circunstâncias.
Fonte:
Livro Perfis da vida, cap 6.

sábado, 30 de julho de 2011

ESCÂNDALOS



Em determinada passagem do Evangelho, Jesus afirma serem os escândalos necessários no Mundo, mas ai de quem os provoca.
No sentido vulgar do termo, escândalo significa evento ruidoso, que causa alvoroço ou estrépito.
Nessa linha, o problema residiria não no conteúdo da conduta, mas na sua repercussão.
Desde que uma ação má não gerasse alarde, não haveria maiores problemas.
Ocorre que esse sentido valoriza as aparências e a hipocrisia, em franco desacordo com as lições do Cristo.
Jesus afirmou, ao tratar do adultério, por exemplo, que o mero pensar com impureza já era condenável.
Que se dirá então de ações francamente nefastas, apenas cometidas na surdina?
Parece possível interpretar a palavra escândalo, na acepção evangélica, como tudo o que causa tropeço ou embaraço nos caminhos próprio ou alheio.
Tudo o que resulta dos vícios e imperfeições humanas, tudo o que viola os deveres de pureza e fraternidade, isso é um escândalo perante as Leis Divinas.
Mas qual a razão para os escândalos serem necessários?
O cerne da questão reside na evolução ainda incipiente dos habitantes da Terra, mormente no que diz respeito à moral.
O planeta, ainda por um tempo, será morada de Espíritos rebeldes às Leis Divinas.
Mais do que em decorrência das condições materiais da Terra, a vida aqui é difícil por conta dos nossos inúmeros vícios.
Violência, corrupção, promiscuidade, tudo isso gera infelicidade e transtornos.
Muitos são os escândalos produzidos diariamente pelos homens, em sua imperfeição.
Salvo o caso das almas missionárias, os Espíritos radicados na Terra têm afinidade de sentimentos e valores, em maior e menor grau.
O contato recíproco de criaturas viciosas tem variados efeitos.
Ele provoca inevitável sofrimento pelo contínuo entrechoque de interesses.
É cansativo defender-se cotidianamente da maldade alheia e conviver com esperteza e deslealdade.
Esse contato também propicia o acertamento de dívidas cósmicas.
No longo processo de aprendizado da vida, o Espírito comete equívocos que precisa reparar.
Ele necessita acertar-se com sua consciência, a fim de habilitar-se para estágios superiores da vida imortal.
Também precisa adquirir paciência e generosidade e isso apenas se consegue perante criaturas falhas.
Afinal, os anjos não desafiam a paciência de ninguém e nem necessitam de favores ou clemência.
Finalmente, o contato com o vício faz com que os homens lentamente se desgostem dele.
O espetáculo das baixezas humanas é triste. Com o transcorrer do tempo faz surgir o ideal de vivências diferentes, plenas de pureza e compaixão.
Assim, nos estágios ainda inferiores da vida moral, o escândalo é infelizmente necessário.
Mas ai do escandaloso, pois responde por todo o mal que causa, ainda que deste surja indiretamente o bem.
Quando os homens se depurarem, o escândalo se tornará desnecessário e desaparecerá.
Eventuais acertos com a Justiça Cósmica se processarão na forma de efetivo trabalho no bem, a consubstanciar o amor que cobre a multidão de pecados, no dizer evangélico.
Assim, para alcançar a libertação de injunções dolorosas, cuide para não causar escândalo.
Se alguém lhe fizer o mal, saiba que o verdadeiro prejudicado é o escandaloso.
Ele desafia as Leis Divinas e desencadeia graves consequências na própria vida.
Quanto a você, perdoe e siga adiante.
Redação do Momento Espírita.
Em 08.03.2010.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

quinta-feira, 28 de julho de 2011




"Mas se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra." - Jesus. (MATEUS, 5:39.)

terça-feira, 26 de julho de 2011

BOA VONTADE



A importância da boa vontade nos feitos humanos é bastante difundida.
É comum ouvir-se de alguém que tem vontade de fazer algo útil.
Por exemplo, que se sente chamado a desempenhar alguma tarefa.
A vontade é um precioso atributo do Espírito imortal.
No princípio do processo evolutivo, o ser é grandemente guiado pelos instintos.
De modo gradual, sua razão se desenvolve e ele passa a agir com liberdade.
Dentre várias opções, elege a que lhe parece melhor.
É então que a vontade se manifesta como um poderoso impulsionador do progresso.
Ela se relaciona com o sentimento, com o querer, com os anseios do próprio coração.
Ocorre que a boa vontade não é um processo mágico que torna tudo imediatamente possível.
Não basta querer para realizar.
Quem realmente tem boa vontade estuda e trabalha para adquirir condições de desempenhar bem a sua tarefa.
Assim, a boa vontade é um fator imprescindível para o sucesso de um empreendimento.
Se não houver uma vontade firme, um querer profundo, as dificuldades crescem de importância.
À míngua de um ideal forte, o homem esmorece.
Caso não se sinta valorizado, desiste.
Se o resultado demora, acha que o esforço não compensa.
Entretanto, quando ele realmente deseja algo, encontra forças para seguir em frente.
Se a vontade é mesmo boa, firme e valiosa, então muito se torna possível.
Não apenas pelo desejo ardente, mas pela disposição de fazer o que for possível e necessário.
Convém ter essa realidade em mente quando se proclama a própria boa vontade.
Se o desejo é se dignificar pela conduta correta, as tentações do mundo nunca são fortes demais.
Quem tem o real propósito de se manter puro, gasta um tempo a estudar a própria realidade íntima.
Não teme admitir suas fraquezas, como uma fase necessária para superá-las.
Só porque cai algumas vezes, não desiste do propósito de elevar-se.
Do mesmo modo, quem de fato deseja algo realizar de bom não mede esforços.
De forma racional, procura tornar-se competente na tarefa eleita.
Aproxima-se de quem já a desempenha bem e o auxilia.
Não quer brilhar de imediato, em altos postos.
Aceita de bom grado desempenhar papéis modestos, nos quais lentamente se habilita e aperfeiçoa.
Não desiste enquanto não consegue seu intento.
Bem se vê como a boa vontade é preciosa como recurso de aprimoramento.
Contudo, ela não prescinde de esforço, de trabalho e de estudo.
Ao contrário, quem realmente tem boa vontade aprende a fazer direito.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 28.02.2011.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

De pobres e de ricos


A maioria dos seres humanos deseja ser rico. Dinheiro representa privilégios, prazeres, poder. É um sonho generalizado que atinge quase todo mundo.
Quem é pobre deseja melhorar de vida. Quem já é rico almeja ser milionário. E o milionário? Esse também quer mais! Quer ter bilhões.
O doente acredita que o dinheiro vai lhe dar acesso a tratamento vip. Quem está saudável sonha com viagens, jantares em restaurantes sofisticados.
Anônimos querem a riqueza para se tornar celebridades.
Até os idealistas, sonhadores e santos querem dinheiro. Uns sonham em melhorar o Mundo, outros planejam construir hospitais e abrigos.
Todos acreditam que usarão acertadamente os recursos para o bem geral.
Há até quem ridicularize o provérbio popular que afirma que o dinheiro não traz felicidade. Com um sorriso irônico, sempre há quem desdenhe a sabedoria coletiva e contraponha:
Dinheiro pode até não trazer felicidade, mas ajuda um bocado.
Mas há alguns aspectos da vida que não estão acessíveis à influência do dinheiro. Aliás, o poder do dinheiro refere-se exclusivamente a coisas compráveis.
Naquelas coisas sutis - que são de domínio exclusivo da Divindade - o dinheiro é inútil. Ele não pode tornar mais belos os filhos dos ricos.
Nem a maior fortuna do Mundo compra consolo para a mãe que perde o filho. E, por mais nobre que seja, quem pode garantir que terá amor verdadeiro?
Sábias são as palavras de Jesus: Quem de vós poderá acrescentar um palmo à sua altura?
A natureza nos limita: quem pode viver sem ar? Ou sem comida, ou água? Quem pode evitar a morte, a velhice ou o sofrimento, por mais dinheiro que tenha acumulado?
São os limites impostos por Deus e que nos servem de advertência sobre a igualdade que reina sobre nós. Afinal, estamos submetidos às mesmas regras de nascimento, vida e morte.
Ricos e pobres, todos nascemos dependentes, enrugados, pequeninos. Nenhum filho de milionário nasceu com dentes ou pronunciando as palavras.
Mesmo que o berço seja de ouro, crianças ricas também estão sujeitas às mesmas limitações que atingem a infância pobre.
E assim crescemos - mendigos e milionários - contemplando o mesmo sol, tendo a mesma lua como testemunha silenciosa de nossas vidas.
Chuva, frio, calor nos atingem igualmente, sem aumentar ou diminuir perante a quantidade de dinheiro que carregamos.
E mesmo a morte, um dia chegará para todos. Encontrará alguns em nobres leitos, cobertos por lençóis finíssimos.
A outros surpreenderá em casas paupérrimas, solitários e maltrapilhos. Mas ela virá para todos.
O preço do caixão, a imponência do túmulo serão então apenas diferenças externas. No interior das sepulturas, a lei da decomposição do corpo físico alcançará aos corpos de magnatas e pobrezinhos.
Passadas algumas décadas, se misturados os esqueletos de ricos e pobres, quem poderá dizer quais daqueles brancos ossos era dono de mais dinheiro?
Após a morte do corpo, Deus nos pedirá contas somente do amor que nutrimos, do bem que espalhamos, da ética que cultivamos e da paz que construímos.
O dinheiro? Ah, o dinheiro ficará nos cofres do Mundo, utilizado por outros administradores temporários.
Pense nisso!
Redação do Momento Espírita.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 7, ed. Fep.
Em 02.01.2010

domingo, 24 de julho de 2011

CARIDADE



A mão que escreve um livro nobre é respeitável e generosa,

todavia, a mão que socorre um doente é sublime e santa


Emmanuel - (Reformador - 6/953) [55 - página 97]

sábado, 23 de julho de 2011

Heroínas do amor



Muito se fala a respeito das mães e do poder de seu amor. Um dos casos mais significativos, com certeza, foi o que relatou a Doutora Elisabeth Kübler-Ross.
No hospital onde trabalhava, encontrou uma senhora portadora de uma doença terrível e que já havia sido internada dez vezes.
Cada vez passava um período no Centro de Terapia Intensiva e todos, médicos e enfermeiras, apostavam que ela iria morrer. Contudo, após as crises, melhorava e voltava para casa.
O pessoal do hospital não entendia como aquela mulher continuava resistindo e não morria.
Então, certo dia, a senhora Schwartz explicou que o seu marido era esquizofrênico e agredia o filho mais moço, então com dezessete anos, cada vez que tinha um dos seus ataques.
Ela temia pela vida do filho, caso ela morresse antes que o menino alcançasse a maioridade. Se morresse, o marido seria o único tutor legal do filho.
Ela ficava imaginando o que aconteceria com o rapaz nas mãos de um pai com tal problema.
É por isso que ainda não posso morrer, concluiu.
O que mantinha aquela mulher viva, o que lhe dava forças para lutar contra a morte, toda vez que ela se apresentava, era exatamente o amor ao filho.
Como deixá-lo nessas circunstâncias? Por isso, ela lutava e lutava sempre.
A doutora, observando emocionada o sofrimento físico e moral daquela mulher, resolveu ajudá-la, providenciando um advogado para que aquela mãe, tão preocupada, transferisse a custódia do menino para um parente mais confiável.
Aliviada, a paciente deixou o hospital infinitamente agradecida por poder viver em paz o tempo que ainda lhe restava.
Agora, afirmou, quando a morte chegar, estarei tranqüila e poderei partir.
Ela ainda viveu pouco mais de um ano, entregando o Espírito em paz, quando o momento chegou.
* * *
A história nos faz recordar de todas as heroínas anônimas que se transformam em mães, em nome do amor.
Daquelas que trabalham de sol a sol, catando papel nas ruas, trabalhando em indústrias ou fábricas e retornam para o lar, no início da noite para servir o jantar aos filhos pequenos.
E supervisionam as lições da escola, cantam uma canção enquanto eles adormecem em seus braços.
E as mães de portadores de deficiências física e mental que dedicam horas e horas, todos os dias, exercitando os seus filhos, conforme a orientação dos profissionais, apenas para que eles consigam andar, mover-se um pouco, expressar-se.
Mães anônimas, heroínas do amor. Todos nós, que estamos na Terra, devemos a nossa existência a uma criatura assim.
E quantos de nós temos ainda que agradecer o desenvolvimento intelectual conquistado, o diploma, a carreira profissional de sucesso, a maturidade emocional, fruto de anos de dedicação incomparável.

* * *

Quem desfruta da alegria de ter ao seu lado na Terra sua mãe, não se esqueça de lhe honrar os dias com as flores da gratidão.
Se os dias da velhice já a alcançaram, encha-lhe os dias de alegria.
Acaricie os seus cabelos nevados com a ternura das suas mãos.
Lembre a ela que a sua vida se enobrece graças aos seus exemplos dignos, os sacrifícios sem conta, as lágrimas vertidas dos seus olhos.
E, colhendo o perfume leve da manhã, surpreenda-a dizendo: Bendita sejas sempre, minha mãe.
Redação do Momento Espírita com base no
cap. 24, pt. 2, do livro A roda da vida,
de Elisabeth Kübler-Ross, ed. Sextante.
Em 19.05.2008.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

O prazer de ser bom


O desejo da felicidade é inerente ao homem.

A busca do bem-estar constitui um dos fatores do progresso.

Foi labutando para eliminar sensações desagradáveis que a Humanidade desenvolveu seu intelecto e habilidades.

Caso o ser humano não procurasse fugir da dor e do desconforto, ainda estaria nas cavernas.

Contudo, por mais que se procure incessantemente descobrir remédios e soluções para as dores, é impossível ignorar a fragilidade da vida material.

Tudo o que envolve a matéria encontra-se em contínuo processo de metamorfose.

Todos os homens adoecem, envelhecem e morrem.

As pessoas esforçam-se para conquistar bons empregos, mas nada lhes assegura que os manterão para sempre.

A maior parte de nossos amores, sejam familiares ou amigos, não ficará conosco até o final da vida.

A estabilidade financeira constitui objeto de preocupação de quase todos nós, mas a fortuna é transitória e incerta.

Ao longo do tempo, famílias ricas caem na miséria.

Ao mesmo tempo, muitos pobres enriquecem.

Esse contínuo alterar das condições materiais não evidencia crueldade da vida.

A Divindade não se compraz em brincar com os homens, para os desnortear.

O persistente modificar e despedaçar que envolve a vida na Terra destina-se a chamar a atenção dos homens para o que realmente importa.

Ao final de tudo, o que restará?

A beleza física fenece com o tempo.

As elevadas posições sociais gradualmente perdem sua importância ou são ocupadas por outros.

A riqueza material não é levada para o Além-túmulo.

A única bagagem que o Espírito leva para a vida imortal são as suas conquistas morais.

Quem consegue, por entre as ilusões do Mundo, desenvolver bondade, compaixão, pureza e retidão de caráter, permanece para sempre assim.

Na Terra, no plano espiritual ou nas encarnações futuras, as virtudes acompanham o Espírito.

E a verdade é que ser bom dá muito prazer.

Trata-se do inverso do que ocorre com a maldade e os vícios de toda ordem, que somente ensejam dor e sofrimento.

Jamais se viu uma alma genuinamente bondosa mudar seu rumo ou arrepender-se de sua bondade.

Contudo, inúmeras criaturas levianas ou maldosas, com freqüência, alteram o seu comportamento.

É um evidente sinal de que as virtudes causam prazer, ao passo que as imperfeições apenas infelicitam.

Afinal, ninguém desiste do que é realmente bom.

As pessoas que conseguem enfrentar situações complicadas com serenidade causam admiração.

Sabe-se como é difícil se manter tranqüilo em meio às crises do Mundo.

A harmonia e a paz são conquistas preciosas, que não surgem de um momento para o outro.

Quem hoje se mostra tranqüilo, certamente gastou muito tempo disciplinando o próprio caráter.

Entretanto, viver em harmonia é extremamente prazeroso.

O ódio, o rancor e a ira desgastam profundamente o ser humano.

Quem consegue livrar-se desses vícios torna-se muito mais feliz.

Então, o equilíbrio felicita a criatura, o mesmo ocorrendo com todas as outras virtudes.

O homem que vence a posse e ama pelo prazer de ver feliz o ser amado desenvolve imenso bem-estar.

Ele não mais se angustia tentando controlar a vida de seu amor.

Convém refletirmos sobre essa realidade, fazendo uma análise criteriosa de nosso caráter.

Como desejamos a felicidade, é importante desenvolver em nós a única causa de permanente alegria: o amor ao bem e às virtudes em geral.

Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita.
Em 02.05.2008.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Vítimas de nós mesmos



Quantas pessoas do nosso convívio conseguem nos tirar do sério? Quantas pessoas que conhecemos, conseguem nos fazer perder a paciência?
Frequentemente usamos dessas expressões para justificar nossa descompostura ou desequilíbrio, ao culpar fulano ou beltrano.
Agora nos resta perguntar por que alguém consegue fazer-nos perder a paciência, ou por que alguém é capaz de provocar uma mudança em nossa atitude.
E esses nossos descontroles cotidianos acontecem em qualquer ambiente. Algumas vezes na família, outras tantas no trabalho. Ou, ainda, nas corriqueiras relações sociais.
E sempre estamos a justificar que a culpa é de alguém. Sempre estamos prontos a explicar que se não fosse essa ou aquela pessoa agir desta ou daquela forma, nada disso aconteceria.
Colocamos a culpa do descontrole em alguém, em algo e, ao nos tornarmos vítimas da situação, nada nos resta a fazer, pois afinal, o problema está nos outros e não em nós.
Mas, será que somos apenas reféns das situações, e realmente nada podemos fazer a não ser reagir a elas?
Lembremo-nos da última contenda, da última discussão na qual nos envolvemos. Nada poderíamos ter feito para evitá-la? Nada estava ao nosso alcance para que a situação fosse minimizada?
Recordemo-nos do nosso último desentendimento familiar. Será que a maneira como agimos e nos comportamos realmente era a única possível?
Ao fazermos essa breve análise, claro fica que poderíamos ter tido outras atitudes.
Poderíamos nos calar em algum momento, ao invés de soltar a palavra ácida e corrosiva. Poderíamos buscar o entendimento ao invés da provocação. Poderíamos suavizar o tom de voz ao invés dos arroubos no falar.
Porém, se optamos por agir de outras maneiras, não foi culpa de ninguém, nem de situação nenhuma. Foi apenas uma opção pessoal.
Poderíamos ter pensado antes de falar, refletido antes de agir, mas preferimos a reação à ação. Enquanto a reação é irrefletida e calca-se nos instintos, a ação é atitude pensada e amadurecida na reflexão.
Desta forma, ao dizer que perdemos a paciência, ao constatar que saímos do sério, somos responsáveis por essas atitudes. E, apenas vítimas de nós mesmos.
Jamais poderemos justificar que alguém nos faz perder a paciência. Ao contrário, somos nós que não temos a paciência suficiente para a situação que se apresenta.
Ou ainda, de maneira nenhuma poderemos acreditar que algo ou alguém nos faz sair do sério, nos faz perder a compostura.
A atitude tomada é sempre uma opção de cada um que, perante tal ou qual situação, não consegue ou não quer comportar-se de maneira mais digna ou melhor.
Assim, não mais nos permitamos ser vítima de nossas próprias atitudes ou reações.
Reflitamos antes do agir, pensemos mais detidamente antes de falar e, acima de tudo, compreendamos que todas as nossas relações sociais, por mais difíceis que nos pareçam, são lições abençoadas no aprendizado do amor ao próximo.
Redação do Momento Espírita.
Em 22.11.2010.