segunda-feira, 18 de julho de 2011

MÃOS ESTENDIDAS



Quando caminhamos pelas estreitas passarelas da vida, observamos, com pesar, milhares de mãos estendidas em nossa direção.

São mãos que rogam pão para alimentar o corpo faminto...

Mãos que pedem carinho...

Mãos distendidas em busca de luz espiritual, capaz de espancar as trevas da consciência culpada...

Mãos que rogam o amparo de outras mãos, que lhes sequem as lágrimas amargas vertidas pela dor da separação das mãos queridas que a morte arrebatou...

São tantas mãos distendidas pelas vielas da vida, que nos fazem sentir impotentes, incapazes de nos candidatarmos ao serviço do bem, diante de tanta necessidade...

Todavia, vale a pena buscarmos, na natureza, fatos que nos renovem o ânimo e mudem nossa maneira de pensar.

O fio de cobre, por exemplo, quando largado na via pública, não passa de objeto insignificante. Mas, ligado ao poder da usina, é transmissor de luz e força.

O pequeno cano, abandonado à poeira, é tropeço na estrada. Contudo, se ajustado ao reservatório, é condutor de água pura.

A argila, dormindo no charco, é simples porção de lama. Todavia, entregue aos cuidados do oleiro, converte-se em vaso nobre.

A pedra, solta no campo, é calhau pobre e esquecido. Mas, se unida à construção, é alicerce do lar.

A lagarta, na amoreira, é triste animal de aspecto repelente. No entanto, levada à indústria do fio, produz a seda brilhante.

A tripa de carneiro, estendida ao sol, é realmente algo desprezível. Quando transformada na corda do violino, é meio eficaz para que a música possa surgir.

Entretanto, para servir é preciso esforço e disciplina.

O fio de cobre, para iluminar, padece a tensão da energia elétrica.

O cano necessita ajustar-se para ser útil. A argila experimenta a alta temperatura do fogo. A pedra aceita o anonimato para se tornar sustentáculo.

A lagarta deve morrer para auxiliar, e a tripa de carneiro passa por longo processo renovador a fim de responder, com segurança, aos sonhos do musicista.
* * *
Em verdade, ainda somos corações frágeis, almas culpadas, e Espíritos endividados, diante das Leis Divinas.

Mas, ligados ao Espírito de nosso Divino Mestre Jesus, podemos ser instrumentos do eterno bem.

Não basta, porém, salientar as nossas fraquezas, a nossa falta de capacidade, a preguiça ou a falsa modéstia para estender socorro eficiente na direção das mãos estendidas em nossa direção.

É preciso abraçar a verdadeira humildade, com obediência e disciplina, ante os desígnios do Senhor, porque, aprendendo e servindo; amando e ajudando; lutando e sofrendo em Sua causa sublime, será possível modificar a triste realidade do nosso planeta.
* * *
É sempre fácil servir perante o céu azul e ensinar nos dias dourados, cheios de tranqüilidade e de sol.

Cabe-nos aprender a servir sob a noite tormentosa, e ao longo das sendas repletas de dores e dificuldades de toda sorte.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 42, do livro Vozes do grande além, por Espíritos diversos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb, e no verbete Servir, do livro Dicionário da alma, por Espíritos diversos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Em 22.07.2008.

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