sexta-feira, 17 de julho de 2015

MORTES VIOLENTAS E MORTES DE JOVENS
O espiritismo nos ensina que crianças, jovens, adultos e idosos são, antes de qualquer coisa, ESPÍRITOS. A passagem pelo corpo é temporária e transitória e será encerrada da maneira e no momento em que for mais proveitosa ao aprendizado e crescimento do espírito.
Quando desencarna um jovem, especialmente quando está no auge de uma carreira e ainda guarda a beleza de corpo, fãs e seguidores, costuma-se causar grandes comoções e até há quem questione a bondade divina. Para quem tem o conhecimento proporcionado pelo Espiritismo, não cabe este tipo de questionamento.
Lembremos que sentimentos negativos, pessoas que praguejam contra Deus em função de um desencarne, ou apego excessivo ao ente que partiu pro plano espiritual são atitudes que PREJUDICAM E MUITO a harmonia de que necessita o espírito para a tomada de consciência e reinício de seus trabalhos sem o corpo físico.
Vamos aqui trazer alguns pontos doutrinários para serem usados na reflexão em momentos em que a comoção beira o descontrole:
- A pergunta 162 do Livro dos Espíritos versa sobre casos de decapitação, quando a morte do corpo físico era causada em guilhotinas. Pergunta-se se o espírito desencarnado mantém a consciência de si mesmo. “Não raro a conserva durante alguns minutos, até que a vida orgânica se tenha extinguido completamente. Mas, também, quase sempre a apreensão da morte lhe faz perder aquela consciência antes do momento do suplício.” E Kardec completa em notas próprias: "em todos os casos de morte violenta, quando a morte não resulta da extinção gradual das forças vitais, mais tenazes são os laços que prendem o corpo ao perispírito e, portanto, mais lento o desprendimento completo."
- Miramez faz observações sobre este ponto "O Espírito pode ficar ligado ao corpo por horas, dias, meses ou anos. Depende da sua elevação. No caso de Francisco de Assis, por exemplo, ele deixou o corpo, como se deixa uma roupa usada e suja, com plena consciência do seu estado de vida, na sua lucidez imperturbável. Assim aconteceu com vários outros missionários, que vieram a Terra por misericórdia de Deus. Morrer, para eles, na linguagem humana, é viver, não lhes preocupando a forma. Escolhem a que mais pode consolar aos que os cercam e levá-los à fé e à confiança em Deus."
- Sobre mortes violentas, também esclarece Divaldo Franco: "A condição espiritual de quem desencarna, depende da sua evolução, do seu progresso, da sua compreensão da vida. Um Espírito evoluído ou, pelo menos, esclarecido, que morre num acidente, ou é assassinado, pode ter uma primeira reação de surpresa e até de inconformação, entretanto, poderá reagir em pouco tempo a aceitar com naturalidade o acontecimento. Por outro lado, em Espírito atrasado, ignorante, poderá sentir as conseqüências da violência sofrida, com a mutilação ou trauma do perispírito, até que se descondicione da situação. Quanto ao suicídio, o Espiritismo repele veementemente esse ato, classificando-o como rebeldia, uma afronta às leis da vida, desobediência suprema a Deus. As narrativas de Espíritos que se suicidaram é de grande sofrimento. Começa pela decepção de saber que a vida continua, e que não resolveram os seus problemas ao se matarem. Segundo eles, as seqüelas causadas acompanham o Espírito numa nova encarnação, causando enfermidades congênitas. Devemos exaltar a vida. A vida é aprendizado, e luta para o aperfeiçoamento e educação espiritual."
Nosso apelo aos amigos espíritas e que evitem entrar nessa sintonia deletéria de comoção. Saudade é um sentimento legítimo decorrente de separações (quem não sente saudade de um amigo querido que foi morar em outra cidade ou país?). Mas há que se ter EQUILÍBRIO EMOCIONAL para compreender que a separação é temporária. O desencarne é um momento de LIBERTAÇÃO. Lamentá-lo, quando acontece sem a interferência direta do próprio espírito que caracteriza o ato como o suicídio, será como um presidiário lamentar que seu colega de cela foi posto em liberdade. Os espíritos de luz usaram essa analogia na codificação.
Tenhamos serenidade, bom-senso e confiança na Divindade. Façamos a caridade em atos e orações, desejando paz e crescimento a todos os seres que seguem sua caminhada evolutiva, na carne ou fora dela.
Autor: Gabriela de Paula

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