quarta-feira, 6 de julho de 2016

OS ÓCULOS
João de Deus.

Descuidada, a pequenita, Face rósea de romã, Revirava, buliçosa, Os óculos da mamã. Vidro aos olhos, contemplando A região colorida, Demonstrando-se assustada, Exclama, surpreendida: – “Oh! mamãe,‘ tudo está negros Que enorme transformação!... Parece que toda a casa Está pintada a carvão.” Muita aflita, retirando O vidro de cor escura, A pequenina observa Mais tranqüila, mais segura : – “Agora, sim... Tudo claro, O armário, a mesa, o jarrão... Que alívio, mamãe querida, Ver as coisas tais quais são!” – “Vês, filha? – diz-lhe a mãezinha, Que buscava meditar, – Na vida, tudo depende Do modo de analisar. Quem aplique aos próprios olhos O vidro do pessimismo, Envolve-se em densas trevas, Projetando-se no abismo.


” Do livro “Coletâneas do Além”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Espíritos Diversos.


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