A IMPORTÂNCIA DA
INFÂNCIA NA VISÃO ESPÍRITA
A reencarnação tem início no
momento da fecundação e o Espírito se vai impregnando na matéria, vai
dominando-a. Este processo ocorre mais ou menos até os 7 anos de idade. Após
este período, ele estará totalmente reencarnado, e passará a controlar o corpo.
É um ciclo longo, lento e sutil. O Espírito pode trazer no inconsciente a
lembrança da sua encarnação passada, e que, na infância, pode explodir na sua
memória atual, como flashes do passado. E, após a conclusão da reencarnação,
tais flashes se apagam. O Espírito que anima o corpo de uma criança pode ser
mais desenvolvido, mais velho do que o de um adulto e o Espírito que está no
corpo velho pode ser novo, inexperiente, irresponsável. Então, a maturidade,
não é a idade fisiológica, mas a idade espiritual. Claro que, o Espírito desenvolverá
esta inteligência gradualmente, conforme o desenvolvimento dos órgãos. O campo
mental da criança não oferece condições para o Espírito expor toda a carga
emocional, vibratória, de experiências, porque o cérebro não amadureceu o
suficiente. POR QUE O ESPÍRITO NECESSITA PASSAR PELO ESTADO DA INFÂNCIA? Porque
durante esse período, é mais fácil assimilar a educação que recebe, de seus
pais ou daquele que está com a responsabilidade de educá-la, de auxiliá-la no
adiantamento. As crianças são seres que Deus manda para novas existências. Nós
não conhecemos o que a inocência das crianças esconde. Para que os Espíritos
não possam mostrar excessiva severidade, eles recebem todo o aspecto da
inocência. Essa inocência, muitas vezes, não constitui o que realmente eram
antes. É a imagem do que deveriam ser, e não o que são. As más inclinações são
cobertas com o esquecimento do passado. O amor dos pais se enfraqueceria diante
do caráter áspero e intratável do Espírito encarnado. Pois não sabemos se o
Espírito que recebemos com todo amor, possa ter sido um assassino, um amigo, um
inimigo, um viciado, etc. Na adolescência surge o caráter real e individual,
por isso mudam tanto de comportamento. Devemos educar nossos filhos desde o
berço, e começar a conversar com eles desde os 4 anos, sem esperar pelos 12, 13
anos. Os frutos plantados na infância serão colhidos na adolescência. Dentro
dos lares, possivelmente, nascem crianças cujos Espíritos vêm de mundos onde
contraíram hábitos diferentes, trazendo paixões diversas das que nutrimos,
inclinações, gostos, inteiramente opostos aos nossos. Por isso, a fase da
infância é importante. É nela que poderemos reforçar o que for bom e, reprimir
os maus pendores. Esse é o dever que Deus impôs aos pais, missão sagrada de que
terão de dar contas. Kardec pergunta aos Espíritos: PODE SE CONSIDERAR COMO
MISSÃO A PATERNIDADE? E eles respondem: “É, sem contestação possível, uma
verdadeira missão. É ao mesmo tempo grandíssimo dever e que envolve, mais do
que pensa o homem, a sua responsabilidade quanto ao futuro (...)” (Questão 582
- O Livro dos Espíritos). Assim, portanto, a infância não é só útil,
necessária, indispensável, mas também conseqüência natural das leis que Deus
estabeleceu e que regem o Universo. Chico Xavier coloca: “Criança que gosta de
rasgar papéis é uma criança até certo ponto agressiva. Não podemos permitir que
tenha uma liberdade nociva. Crianças que destroem brinquedos, objetos
domésticos, estragam paredes, móveis, matam animais e plantas, gritam
continuamente, explodem em birra à menor contrariedade, demonstram ervas
daninhas que devem ser combatidas pelos pais, para que não se transformem em
caminho para a irresponsabilidade e o crime, gerando violência. Habituando-os
desde pequenas transgressões, à disciplina e ao equilíbrio, estaremos
imunizando-os contra grandes atitudes de desequilíbrio.” No ambiente familiar,
numa hierarquia natural das leis da vida, compete aos pais o dever de exercer o
poder, a autoridade, sem confundir com autoritarismo. A receita está sempre no equilíbrio,
conforme lembra Emmanuel: “NEM FREIO QUE OS MANTENHA NA SERVIDÃO, NEM LICENÇA
QUE OS ARREMESSE AO CHARCO DA LIBERTINAGEM.” No Antigo Testamento, no livro de
Provérbios, 13:24 diz: “QUEM POUPA A VARA, ODEIA SEU FILHO; QUEM O AMA,
CASTIGA-O NA HORA.” Obviamente, não devemos entender a vara como símbolo de
violência, mas sim como: disciplina, energia, vigilância, a análise das más
tendências, seguida de agentes reparadores, a orientação evangelizada, a
palavra amorosa e firme nas decisões, o “sim” e o “não” no momento certo, a
ordem paterna ou materna que leve ao cumprimento dos deveres. Porque “AQUELE
QUE ESTRAGA SEUS FILHOS COM MIMOS TERÁ QUE PENSAR AS FERIDAS.”(Eclesiástico
30:7). O que vem ocorrendo nos lares é que a maioria dos pais e mães estão despreparados
para enfrentar as dificuldades do trabalho educativo e acabam por tomar
atitudes erradas, tanto na prevenção quanto na terapêutica, para corrigir os
problemas que surgem. Como disse André Luiz: “Na fase atual evolutiva do
planeta, existem na esfera carnal raríssimas uniões de almas gêmeas, reduzidos
matrimônios de almas irmãs ou afins, e esmagadora porcentagem de ligações de
resgate. O maior número de casais humanos é constituído de verdadeiros
forçados, sob algemas.” Portanto, diante dos ajustes de seus próprios
problemas, os filhos tornam-se, muitas vezes, mais problemas. Com isso, muitos
estragam seus filhos porque os liberam demais, outros prendem demais, outros os
ignoram, transferindo, muitas vezes, a responsabilidade de educar para outras
pessoas, ou então, superprotegem, transformando-os em egoístas, orgulhosos,
frágeis diante dos problemas. Fazendo tudo para nossos filhos, eles acostumarão
e acharão que todos terão que fazer o mesmo. Fraquejarão no primeiro obstáculo.
Os meninos acharão que suas esposas deverão fazer tudo para eles e que eles não
devem ajudar. E as meninas serão péssimas organizadoras do lar, e irão querer
empregadas para mínimos afazeres, ou dependerão dos pais para tudo. Resumindo,
provavelmente, terão um casamento fracassado. Portanto, não os carreguemos nos
braços, caminhemos com eles, ensinando-os a caminhar por si próprios. Como
vemos, Deus nos empresta Seus filhos, na confiança que possamos devolvê-los
melhores do que aqui chegaram, ou então, que os ajudemos a cumprir sua prova ou
expiação. Apesar do conflito individual ou pessoal dos casais, lembremos que,
Deus não nos dá um fardo maior que possamos carregar. Se ele nos dá essa
incumbência, é porque Ele acha que somos capazes para cumprirmos tal missão.
(Compilação de
Rudymara, retirado dos livros: “Um desafio chamado família” e “O Livro dos
Espíritos” questões 379 a 385).
Colaborador: Isabel
F. Barros
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