Brandura
Insignificante é o pingo
d`água, todavia, com o tempo, traça um caminho no corpo duro da pedra.
Humildade é a semente, entretanto, germina com firmeza e produz a espiga que
enriquece o celeiro.
Frágil é a flor, contudo, resiste à ventania, garantindo a colheita farta.
Minúscula é a formiga, mas edifica, à força de perseverança, complicadas
cidades subterrâneas.
Submissa é a argila, no entanto, com auxílio do oleiro, transforma-se em vaso
precioso.
Branda é a veste física, que um simples alfinete atravessa, todavia, suporta
vicissitudes incontáveis e sustenta o templo do Espírito em aprendizado, por dezenas
de lustros, repletos de necessidades e padecimentos morais.
O verdadeiro progresso prescinde da violência.
Tudo é serenidade e sequencia na evolução.
Aprendamos com a natureza e adotemos a brandura por diretriz de nossas
realizações para a vida mais alta, mas não a brandura que se acomoda com a
inércia, com a perturbação e com o mal, e, sim, aquela que se baseia na
paciência construtiva, que trabalha incessantemente e persiste no melhor a
fazer, ultrapassando os obstáculos que a ignorância lhe atira à estrada e
superando os percalços da luta, a sustentar-se no serviço que não esmorece e na
esperança fiel que confia, sem desânimo, na vitória final do bem.
André Luiz.
Do livro: Caridade, o alimento do corpo e da alma.
Chico Xavier.
Colaborador: Sumaia Nogueira
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